segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Judeus

Judaísmo
O sistema religioso judaico. (Gál 1:13, 14) No primeiro século EC, o judaísmo, nas suas diversas formas, não se baseava exclusivamente nas Escrituras Hebraicas. Um dos mais destacados ramos do judaísmo, o dos saduceus, rejeitava o ensino bíblico da ressurreição e negava a existência de anjos. (Mr 12:18-27; At 23:8) Embora os fariseus, que constituíam ainda outro ramo importante do judaísmo, discordassem fortemente dos saduceus neste respeito (At 23:6-9), eles eram culpados de invalidar a Palavra de Deus por causa das suas muitas tradições antibíblicas. (Mt 15:1-11) O que dificultava a muitos aceitar a Cristo não era a Lei, que realmente era um tutor que conduzia a Ele (Gál 3:24), mas essas tradições antibíblicas. A Lei em si era boa e santa (Ro 7:12), mas as tradições de homens escravizavam os judeus. (Col 2:8) Foi o ardente zelo pelas ‘tradições de seus pais’ que induziu Saulo (Paulo) a ser ferrenho perseguidor dos cristãos. — Gál 1:13, 14, 23;

Judéia
[do hebr.: De (Pertencente a) Judá].
Não há certeza das fronteiras exatas desta região da Palestina. Pelo visto, a Judéia abrangia uma área de aproximadamente 80 km de leste a oeste, e de uns 50 km de norte a sul. Samaria ficava ao norte e a Iduméia ao sul. O mar Morto e o vale do Jordão constituíam a fronteira oriental. Todavia, quando o território idumeu foi incluído na Judéia, a fronteira meridional parece ter-se estendido desde abaixo de Gaza, no oeste, até Massada, no leste.
 
Em Mateus 19:1, a referência a Jesus partir da Galiléia e chegar “às fronteiras da Judéia, do outro lado do Jordão”, talvez signifique que Jesus partiu da Galiléia, cruzou o Jordão e entrou na Judéia através da Peréia.
Herodes, o Grande, era o “rei da Judéia” quando João, o Batizador, e Jesus nasceram. (Lu 1:5) Herodes havia sido anteriormente constituído rei da Judéia pelo senado romano. Seus domínios foram depois aumentados, e, no tempo da sua morte, incluíam a Judéia, a Galiléia, Samaria, a Iduméia, a Peréia e outras regiões. Arquelau, filho de Herodes, o Grande, herdou o domínio sobre a Judéia, Samaria e a Iduméia. (Veja Mt 2:22, 23.) Mas, depois do seu banimento, a Judéia passou a ficar sob a administração de governadores romanos, que tinham sua residência oficial em Cesaréia. Com exceção do breve reinado de Herodes Agripa I como rei da Palestina (At 12:1), governadores administraram os assuntos da Judéia até a revolta dos judeus em 66 EC.
 
Perto do fim do primeiro século AEC, em cumprimento de profecias, o prometido Messias, Jesus, nasceu em Belém, na Judéia. (Mt 2:3-6; Lu 2:10, 11) Depois da visita de alguns astrólogos orientais, José, pai adotivo de Jesus, alertado por um anjo, num sonho, a respeito da intenção de Herodes, o Grande, de destruir o menino, fugiu com a família ao Egito. Após a morte de Herodes, José não retornou à Judéia, mas estabeleceu-se em Nazaré, na Galiléia. Fez isso porque Arquelau, filho de Herodes, governava então a Judéia, e também por causa do aviso divino dado a José num sonho. — Mt 2:7-23.
 
Na primavera de 29 EC, quando João, o Batizador, iniciou sua obra em preparação para a vinda do Messias, a Judéia estava sob a jurisdição do governador romano Pôncio Pilatos. Muitos, inclusive pessoas da Judéia, ouviram a pregação de João no ermo da Judéia e foram batizados em símbolo de arrependimento. (Mt 3:1-6; Lu 3:1-16) Quando Jesus iniciou seu ministério, menos de oito meses depois, os habitantes da Judéia receberam mais uma oportunidade de retornar a Jeová de pleno coração. Por algum tempo, os discípulos de Jesus imergiam até mesmo mais pessoas do que João, o Batizador. (Jo 3:22; 4:1-3) Depois de Jesus partir para a Galiléia, grandes multidões de Jerusalém e da Judéia seguiram-no e assim se beneficiaram do ministério dele ali. (Mt 4:25; Mr 3:7; Lu 6:17) Muitos desses da Judéia, sem dúvida, iguais aos galileus, tiveram seu interesse suscitado por aquilo que viram Jesus fazer em Jerusalém na festividade (da Páscoa de 30 EC). (Jo 4:45) As notícias sobre os milagres de Jesus na Galiléia, tais como a ressurreição do filho único duma viúva de Naim, também se espalharam pela Judéia. — Lu 7:11-17.
 
Todavia, surgiu uma intensa oposição contra Jesus da parte dos líderes religiosos da Judéia. Estes parecem ter exercido mais influência sobre o povo da Judéia do que sobre os galileus. Já a partir da época da Páscoa de 31 EC, Jesus não mais estava seguro na Judéia. (Jo 5:1, 16-18; 7:1) Não obstante, ele assistia às festividades em Jerusalém e aproveitava a oportunidade para pregar. (Jo 7:10-13, 25, 26, 32; 10:22-39) Foi provavelmente na Judéia, após a Festividade das Barracas em 32 EC, que Jesus enviou os 70. (Lu 10:1-24) Mais tarde, apesar das tentativas anteriores de o apedrejarem, Jesus, ao saber que seu amigo Lázaro tinha falecido, decidiu ir à Judéia. A subseqüente ressurreição de Lázaro por Jesus, em Betânia, foi usada pelos líderes religiosos como motivo adicional de procurarem a morte dele. Alguns deles disseram: “Se o deixarmos assim, todos depositarão fé nele, e virão os romanos e tirarão tanto o nosso lugar como a nossa nação.” — Jo 11:5-8, 45-53.
 
Ao passo que os Evangelhos sinópticos tratam principalmente do ministério de Jesus na Galiléia (provavelmente por causa da melhor aceitação ali), Jesus não negligenciou a Judéia. De outro modo, seus inimigos não poderiam ter declarado perante Pilatos: “Ele atiça o povo por ensinar em toda a Judéia, principiando da Galiléia até mesmo aqui.” — Lu 23:5.
 
Após a morte e ressurreição de Cristo Jesus, Jerusalém e a Judéia continuavam a receber um testemunho cabal. (At 1:8) No dia de Pentecostes de 33 EC, sem dúvida havia pessoas da Judéia entre os 3.000 que aceitaram a pregação de Pedro e foram batizados. Depois disso, a congregação cristã em Jerusalém continuava a ter aumentos. (At 2) Mas, não sem oposição. (At 4:5-7, 15-17; 5:17, 18, 40; 6:8-12) Depois do apedrejamento do cristão Estêvão, houve uma perseguição tão feroz, que “todos, exceto os apóstolos, foram espalhados através das regiões da Judéia e de Samaria”. (At 8:1) Mas, em vez de ser um impedimento, serem espalhados assim resultou na divulgação da mensagem cristã, e, pelo visto, formaram-se novas congregações na Judéia e em outros lugares. (At 8:4; Gál 1:22) Após a conversão do perseguidor Saulo de Tarso, “a congregação através de toda a Judéia, e Galiléia, e Samaria, entrou então num período de paz, sendo edificada; e, como andava no temor de Jeová e no consolo do espírito santo, multiplicava-se”. (At 9:31) O ex-perseguidor, o próprio apóstolo Paulo, pregou em Jerusalém e na Judéia. (At 26:20) Pelas atividades de Paulo e de outros, estabeleceram-se novas congregações de cristãos, e os apóstolos e os anciãos da congregação de Jerusalém serviram como corpo governante para todas elas. — At 15:1-33; Ro 15:30-32.
 
Aparentemente, muitos dos cristãos judeus que moravam na Judéia eram pobres. Portanto, deve ter sido muito animador para eles ser beneficiados com as medidas voluntárias de socorros organizadas em seu favor pelos seus irmãos cristãos em outras partes da terra. (At 11:28-30; Ro 15:25-27; 1Co 16:1-3; 2Co 9:5, 7) Ao continuarem com seu serviço fiel, os cristãos judeus na Judéia sofreram muita perseguição de patrícios descrentes. (1Te 2:14) Por fim, em 66 EC, quando os exércitos romanos sob Céstio Galo se retiraram de Jerusalém, esses cristãos, em obediência às palavras proféticas de Jesus, fugiram de Jerusalém e da Judéia para os montes, escapando assim da terrível destruição que sobreveio a Jerusalém em 70 EC. — Mt 24:15, 16; Mr 13:14; Lu 21:20, 21.




Judeu, judia
[De (Pertencente a) Judá].
Pessoa pertencente à tribo de Judá. Este nome não ocorre no relato bíblico antes da queda do reino de dez tribos de Israel. O reino meridional era chamado Judá, e o povo era chamado filhos de Judá ou tribo dos filhos de Judá. O primeiro a usar o nome judeus foi o escritor dos livros de Reis, sem dúvida Jeremias, cujo serviço profético começou em 647 AEC. (Veja 2Rs 16:6; 25:25.) Após o exílio, este nome era aplicado a todos os israelitas que retornaram (Esd 4:12; 6:7; Ne 1:2; 5:17), e, finalmente, a todos os hebreus no mundo inteiro, para diferenciá-los das nações gentias. (Est 3:6; 9:20) Homens gentios que aceitaram a crença judaica e se tornaram prosélitos circuncisos também se declaravam judeus. (Est 8:17) No entanto, nas Escrituras Hebraicas, a expressão “residente forasteiro” talvez se refira a alguém que havia adotado a religião dos judeus (Je 22:3), e até mesmo nas Escrituras Gregas Cristãs se distingue às vezes a tais pelo termo “prosélitos”. (At 2:10; 6:5; 13:43) O termo “judia” é usado em Atos 24:24.
 
Quando Jesus era menininho, vieram astrólogos perguntando: “Onde está aquele que nasceu rei dos judeus?” (Mt 2:1, 2) Na estaca de tortura de Jesus, Pilatos colocou o título “Jesus, o Nazareno, o Rei dos Judeus”. — Jo 19:19.
 
Uso Figurado. O apóstolo Paulo, ao argumentar que os judeus estavam enganados em se orgulhar da sua descendência carnal e em basear-se nas obras da Lei para obter o favor de Deus, disse: “Porque não é judeu aquele que o é por fora, nem é circuncisão aquela que a é por fora, na carne. Mas judeu é aquele que o é no íntimo, e a sua circuncisão é a do coração, por espírito, e não por um código escrito. O louvor desse não vem de homens, mas de Deus.” (Ro 2:28, 29) Aqui, Paulo, aproveitando-se do sentido do nome Judá, mostra que a verdadeira base para se obter louvor de Deus é ser servo de Deus de coração, por espírito. Este argumento é paralelo ao seu raciocínio em Romanos, capítulo 4, de que o verdadeiro descendente, ou semente, de Abraão são aqueles que têm a fé de Abraão. Ele salienta adicionalmente que, na congregação cristã, a nacionalidade da pessoa não tem importância, porque “não há nem judeu nem grego [gentio]”. (Gál 3:28) O ressuscitado Jesus Cristo falou à congregação de Esmirna, consolando-a com respeito à perseguição que sofria, em grande parte às mãos dos judeus, dizendo: “Conheço . . . a blasfêmia dos que se dizem judeus, e que não são, mas que são sinagoga de Satanás”. — Re 2:9.

Fariseus
Destacada seita religiosa do judaísmo, que existia no primeiro século EC. Segundo alguns peritos, o nome significa literalmente “Separados; Separatistas”, referindo-se talvez a se evitar impureza cerimonial ou a manter-se separado dos gentios. Não se sabe com exatidão quando os fariseus tiveram início. Os escritos do historiador judeu Josefo indicam que no tempo de João Hircano I (da segunda metade do segundo século AEC) os fariseus já constituíam um corpo influente. Josefo escreveu: “E sua influência é tão grande junto às massas, que até mesmo quando falam contra um rei ou um sumo sacerdote, imediatamente são cridos.” — Jewish Antiquities (Antiguidades Judaicas), XIII, 288 (x, 5).
Josefo fornece também pormenores sobre as crenças dos fariseus. Ele observa: “Eles crêem que almas têm poder de sobreviver à morte e que há recompensas e punições debaixo da terra para os que levaram uma vida de virtude ou uma de vício: encarceramento eterno é o destino das almas más, ao passo que as almas boas recebem passagem fácil para uma nova vida.” (Jewish Antiquities, XVIII, 14 [i, 3]) “Eles sustentam que toda alma é imperecível, mas que só a alma dos bons passa para outro corpo, ao passo que a alma dos iníquos sofre punição eterna.” Sobre as idéias deles a respeito do destino ou da providência, Josefo relata: “[Eles] atribuem tudo ao Destino e a Deus; acreditam que agir corretamente ou de outro modo depende, na realidade, na maior parte dos homens, mas que em cada ação o Destino coopera.” — The Jewish War (A Guerra Judaica), II, 162, 163 (viii, 14).
As Escrituras Gregas Cristãs revelam que os fariseus jejuavam duas vezes por semana, pagavam escrupulosamente o dízimo (Mt 9:14; Mr 2:18; Lu 5:33; 11:42; 18:11, 12) e não concordavam com os saduceus que diziam “não haver nem ressurreição, nem anjo, nem espírito”. (At 23:8) Orgulhavam-se de ser justos (na realidade, autojustos) e desprezavam o povo comum. (Lu 18:11, 12; Jo 7:47-49) A fim de impressionar outros com a sua justiça, os fariseus ampliavam suas caixinhas com textos, que usavam como proteção, e alargavam as orlas das suas vestes. (Mt 23:5) Amavam o dinheiro (Lu 16:14) e desejavam ter destaque e títulos lisonjeiros. (Mt 23:6, 7; Lu 11:43) Os fariseus eram tão preconcebidos na sua aplicação da Lei, que tornavam-na pesada para o povo, insistindo em que fosse observada segundo os conceitos e as tradições deles. (Mt 23:4) Perdiam completamente de vista os assuntos importantes, a saber, a justiça, a misericórdia, a fidelidade e o amor a Deus. (Mt 23:23; Lu 11:41-44) Os fariseus faziam muito empenho de fazer prosélitos. — Mt 23:15.
As questões principais sobre as quais contenderam com Cristo Jesus envolviam a observância do sábado (Mt 12:1, 2; Mr 2:23, 24; Lu 6:1, 2), a aderência à tradição (Mt 15:1, 2; Mr 7:1-5) e a associação com pecadores e cobradores de impostos (Mt 9:11; Mr 2:16; Lu 5:30). Parece que os fariseus pensavam que a associação com pessoas que não observavam a Lei segundo o conceito deles resultava em aviltamento. (Lu 7:36-39) Por isso, quando Cristo Jesus se associava e até mesmo comia com pecadores e cobradores de impostos, isto os induziu a objetar. (Lu 15:1, 2) Os fariseus achavam falta em Jesus e nos seus discípulos porque estes não praticavam a lavagem tradicional das mãos. (Mt 15:1, 2; Mr 7:1-5; Lu 11:37, 38) Mas, Jesus expôs os raciocínios errados deles e mostrou que eram violadores da lei de Deus, por aderirem a tradições inventadas pelo homem. (Mt 15:3-11; Mr 7:6-15; Lu 11:39-44) Os fariseus, em vez de se alegrarem e de glorificarem a Deus com respeito às curas milagrosas realizadas por Cristo Jesus no sábado, ficaram cheios de ira por causa do que eles julgavam ser uma violação da lei do sábado, e por isso tramaram matar Jesus. (Mt 12:9-14; Mr 3:1-6; Lu 6:7-11; 14:1-6) A um cego que Jesus tinha curado no sábado, disseram a respeito de Jesus: “Este não é homem de Deus, porque não observa o sábado.” — Jo 9:16.
A atitude demonstrada pelos fariseus mostrava que eles não eram justos e puros no íntimo. (Mt 5:20; 23:26) Iguais aos demais judeus, precisavam arrepender-se. (Veja Mt 3:7, 8; Lu 7:30.) Mas a maioria deles preferiu permanecer espiritualmente cega (Jo 9:40) e intensificou sua oposição ao Filho de Deus. (Mt 21:45, 46; Jo 7:32; 11:43-53, 57) Havia fariseus que acusavam falsamente a Jesus de expulsar demônios por meio do governante dos demônios (Mt 9:34; 12:24) e de ser testemunha falsa. (Jo 8:13) Certos fariseus tentaram intimidar o Filho de Deus (Lu 13:31), exigiram que lhes mostrasse um sinal (Mt 12:38; 16:1; Mr 8:11), esforçaram-se a enlaçá-lo na sua palavra (Mt 22:15; Mr 12:13; Lu 11:53, 54) e de outro modo tentaram testá-lo por meio de perguntas (Mt 19:3; 22:34-36; Mr 10:2; Lu 17:20). Jesus, por fim, silenciou as interrogações deles por perguntar-lhes como era possível que o senhor de Davi também fosse filho de Davi. (Mt 22:41-46) A turba que mais tarde prendeu Jesus no jardim de Getsêmani incluía fariseus (Jo 18:3-5, 12, 13), e havia fariseus entre os que pediram que Pilatos fizesse o sepulcro de Jesus seguro para que seu cadáver não pudesse ser furtado. — Mt 27:62-64.
Durante o ministério terrestre de Cristo Jesus, os fariseus exerciam tanta influência, que pessoas de destaque tinham medo de confessá-lo abertamente. (Jo 12:42, 43) Um destes temerosos evidentemente foi Nicodemos, ele mesmo fariseu. (Jo 3:1, 2; 7:47-52; 19:39) Pode ter havido também fariseus que não mostravam amarga oposição ou que mais tarde se tornaram cristãos. Por exemplo, o fariseu Gamaliel deu conselho contra a interferência na obra dos cristãos (At 5:34-39), e o fariseu Saulo (Paulo) de Tarso tornou-se apóstolo de Jesus Cristo. — At 26:5; Fil 3:5.



Saduceus
Destacada seita religiosa do judaísmo, associada com o sacerdócio. (At 5:17) Eles não criam nem na ressurreição, nem em anjos. — At 23:8.
O tempo exato do aparecimento dos saduceus como seita religiosa não é conhecido. A primeira menção histórica deles por nome ocorre nos escritos de Josefo, indicando que se opunham aos fariseus na última metade do segundo século AEC. (Jewish Antiquities [Antiguidades Judaicas], XIII, 293 [x, 6]) Josefo fornece também informações sobre os ensinos deles. Todavia, há dúvida quanto a se a apresentação dele é inteiramente segundo os fatos. Dessemelhantes dos fariseus, diz Josefo, os saduceus negavam os caprichos do destino, sustentando que a própria pessoa, pelas suas ações, era a única responsável pelo que lhe sobrevinha. (Jewish Antiquities, XIII, 172, 173 [v, 9]) Rejeitavam as muitas tradições orais observadas pelos fariseus e também a crença farisaica na imortalidade da alma e em punições ou recompensas após a morte. Nos seus tratos entre si, os saduceus eram um tanto rudes. Dizia-se que eram litigiosos. Segundo Josefo, seus ensinos agradavam aos ricos. — Jewish Antiquities, XIII, 298 (x, 6); XVIII, 16, 17 (i, 4); The Jewish War (A Guerra Judaica), II, 162-166 (viii, 14).
Conforme salientado por João, o Batizador, os saduceus precisavam produzir frutos próprios do arrependimento. O motivo era que eles, assim como os fariseus, não guardavam a lei de Deus. (Mt 3:7, 8) O próprio Cristo Jesus comparou o ensino corrupto deles a fermento. — Mt 16:6, 11, 12.
Com respeito às crenças religiosas deles, Atos 23:8 declara: “Os saduceus dizem não haver nem ressurreição, nem anjo, nem espírito, mas os fariseus declaram publicamente todos estes.” Foi com relação à ressurreição e ao casamento de cunhado que um grupo de saduceus tentou confundir Cristo Jesus. Mas ele os calou. Citando os escritos de Moisés, que os saduceus professavam aceitar, Jesus refutou a alegação deles de que não há ressurreição. (Mt 22:23-34; Mr 12:18-27; Lu 20:27-40) Mais tarde, o apóstolo Paulo, diante do Sinédrio, dividiu esta mais alta corte judaica por jogar os fariseus contra os saduceus. Isto era possível por causa das diferenças religiosas entre eles. — At 23:6-10.
Embora divididos em questão de religião, os saduceus juntaram-se aos fariseus em procurar tentar Jesus por pedir-lhe um sinal (Mt 16:1), e os dois grupos estavam unidos na sua oposição a ele. A evidência bíblica indica que os saduceus tinham um papel destacado em procurar a morte de Jesus. Saduceus eram membros do Sinédrio, corte que tramou contra Jesus e que, mais tarde, o condenou à morte. A corte incluía Caifás, o saduceu e sumo sacerdote, e evidentemente também outros sacerdotes de destaque. (Mt 26:59-66; Jo 11:47-53; At 5:17, 21) Portanto, sempre que as Escrituras Gregas Cristãs falam de certa ação tomada pelos principais sacerdotes, evidentemente havia saduceus envolvidos nisso. (Mt 21:45, 46; 26:3, 4, 62-64; 28:11, 12; Jo 7:32) Saduceus parecem ter tomado a dianteira em tentar impedir a divulgação do cristianismo após a morte e ressurreição de Jesus. — At 4:1-23; 5:17-42; 9:14.

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