quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Raciocínio 002 "Ciência e Evolução"

O prémio Nobel de Química foi atribuído esta quarta-feira ao israelita Daniel Shechtman pela descoberta dos quasicristais, anunciou o comité Nobel.
A academia escolheu-o pela descoberta de padrões nos átomos que eram até então considerados impossíveis. Este trabalho provocou alguma controvérsia mas foi agora reconhecido ao mais alto nível científico
O vencedor do Nobel de Química de 2011 "modificou fundamentalmente a concepção de um sólido para os químicos", afirma em comunicado o comité.
No dia 8 de abril de 1982, o israelita descobriu um cristal no qual os "átomos estavam encaixados num modelo que não pode ser repetido", ao contrário das leis da natureza, segundo o comunicado da Academia Real Sueca de Ciências.
"É como os fascinantes mosaicos do mundo árabe reproduzidos ao nível dos átomos: uma forma regular que não se repete nunca".
Shechtman nasceu em 1941 en Tel Aviv e é professor emérito no Instituto de Tecnologia israelita em Haifa.


"É como os fascinantes mosaicos do mundo árabe reproduzidos ao nível dos átomos: uma forma regular que não se repete nunca".

Shechtman nasceu em 1941 en Tel Aviv e é professor emérito no Instituto de Tecnologia israelita em Haifa.


Um Homen que resistiu as críticas e deboches de colegas e outros estudiosos foram cerca de 29 anos para ser reconhecido, imagine, todos cientistas, estudiosos e experts do mundo dizendo que você está errado, até que 29 anos depois descobrem que você está certo, que você estava afrente de todos outros, um único em meio a milhares!


Vamos imaginar agora quanta "verdade científica", que define os rumos da humanidade, e convence as pessoas de coisas até agora certas, e que podem estar erradas?

É baseado no seu próprio conhecimento, 'que como vímos acima ainda é muito limitado', que o homen diz que, evoluímos, que o homen diz que Deus não existe e que o homen diz que através de cargas carbônicas que a milhões ou bilhões de anos caíram do espaço sideral e colaram em cristais formando o primeiro vestígio daquilo que seria a vida em todas as suas formas, desde a pequena formiga, bactérias, plantas até o incrível e inestimável cérebro humano!, com todas as suas reflexões e necessidades, desde a procura do sentido da vida até a necessidade de ser único, inesquecível, eterno, etc.


Tudo bem, consideremos que isso seja possível.

Porém segundo alguns ciêntistas como (O PROFESSOR František Vyskočil) da Universidade Charles, em Praga, que é conhecido internacionalmente por suas pesquisas em neurofisiologia. Antes ateu, hoje ele está convencido de que Deus existe. Numa entrevista à revista Despertai!, o professor Vyskočil explicou por que mudou de opinião.


 Perguntado:

O que o levou a mudar seu conceito sobre a evolução?


Comecei a ter dúvidas quando estudei as sinapses. Fiquei muito impressionado com a incrível complexidade dessas conexões supostamente simples entre as células nervosas. Eu me perguntava: ‘Como é possível as sinapses e as informações genéticas por trás delas serem resultado do mero acaso?’ Realmente não fazia o menor sentido.


Então, no início da década de 70, fui a uma palestra de um famoso cientista e professor russo. Ele disse que os organismos vivos não podem ser resultado de mutações aleatórias e seleção natural. Daí, alguém na plateia perguntou qual então seria a explicação. O professor tirou do paletó uma pequena Bíblia em russo e, erguendo-a, disse: “Leiam a Bíblia, em especial o relato da criação em Gênesis.”


Mais tarde, no saguão, perguntei ao professor se ele tinha falado sério quando mencionou a Bíblia. Basicamente sua resposta foi: “Bactérias simples podem se dividir em média a cada 20 minutos e conter muitas centenas de proteínas, cada uma com 20 tipos de aminoácidos organizados em cadeias que podem ter centenas de elos. Para que bactérias evoluíssem por meio de mutações benéficas, uma de cada vez, levaria muito mais que 3 ou 4 bilhões de anos — o mesmo tempo que muitos cientistas acreditam existir vida na Terra.” Para ele, o livro bíblico de Gênesis fazia muito mais sentido.


Eu e vários outros cientistas nos perguntamos: ‘Como será que Deus projetou isso?’


 Mas eu sei que isso por si só não convence muitos da veracidade de um Deus, e ainda deixa muitíssimas perguntas em aberto, mas aquele que realmente quiser as respostas encontrará, e pretendo ajudar um pouco, demonstrando como pode alguém inteligente, aceitar algo tão "concordo que em alguns casos ridículo" porém adianto, a própria bíblia alertava que surgiriam ridicularizadores e falsos profetas, ao ponto de pelo simples fato de ouvir, ou melhor, ler! a palavra deus, profetas, bíblia.. muitos já imaginan um homen de terno e gravata berrando estas palavras a um bando de pobres coitados em busca desesperada de consolo e ajuda, e é neste tom assustador que tenho convicção, muitos afastam-se de aprender a verdade sobre a vida, o mundo...


A evolução é um fato?
“ASSIM como o calor do Sol é um fato, a evolução também é um fato.” Foi isso que declarou o professor Richard Dawkins, cientista evolucionista de destaque. É claro que as experiências e a observação direta provam que o Sol é quente. Mas será que as experiências e a observação direta dão ao ensino da evolução o mesmo apoio inquestionável?
Antes de responder a esta pergunta, há algo que precisa ser esclarecido. Muitos cientistas notaram que, com o passar do tempo, os descendentes dos seres vivos podem sofrer leves mudanças. Charles Darwin chamou esse processo de “descendência com modificações posteriores”. Tais mudanças têm sido observadas diretamente, registradas por meio de experiências científicas e usadas engenhosamente por criadores de plantas e de animais. Essas mudanças podem ser consideradas como fatos. No entanto, os cientistas chamam essas leves mudanças de “microevolução”. Até mesmo o nome sugere o que muitos cientistas afirmam — que essas pequenas mudanças fornecem prova de um fenômeno totalmente diferente, um que ninguém observou e que eles chamam de macroevolução.
Acontece que Darwin foi muito além de tais mudanças observáveis. Ele escreveu em seu famoso livro A Origem das Espécies: “Considero todos os seres, não como criações especiais, mas como descendentes em linha reta de alguns seres.” Darwin disse que, com o passar de vastos períodos, esses “alguns seres” originais, ou as chamadas formas de vida simples, evoluíram lentamente — por meio de “ligeiras modificações”  — para os milhões de diferentes formas de vida na Terra. Os evolucionistas ensinam que essas pequenas modificações se acumularam e produziram as grandes mudanças necessárias para fazer com que os peixes se tornassem anfíbios e os macacos se tornassem homens. Essas supostas grandes mudanças são chamadas de macroevolução. Para muitos, essa segunda afirmação parece razoável. Eles se perguntam: ‘Se pequenas mudanças podem ocorrer dentro de uma espécie, por que a evolução não produziria grandes modificações com o passar de longos períodos?’


O ensino da macroevolução se baseia em três suposições principais:
1. As mutações suprem a matéria-prima necessária para se criar novas espécies.
2. A seleção natural leva à formação de novas espécies.
3. O registro fóssil comprova modificações macroevolucionárias em plantas e animais.

São os indícios da macroevolução tão fortes assim que ela deva ser considerada um fato?
As mutações podem produzir novas espécies?

Muitos detalhes de uma planta ou de um animal são determinados pelas instruções contidas em seu código genético, o projeto, ou planta, que está no núcleo de cada célula. Os pesquisadores descobriram que as mutações — ou mudanças aleatórias — no código genético podem produzir alterações nos descendentes das plantas e dos animais. Em 1946, Hermann J. Muller, ganhador de Prêmio Nobel e que deu início ao estudo da genética das mutações, afirmou: “Esse acúmulo de muitas mudanças raras e, na maioria das vezes, muito pequenas não é apenas o meio principal de aprimorar artificialmente plantas e animais, mas é também, mais do que isso, o modo como ocorreu a evolução, guiada pela seleção natural.”
De fato, o ensino da macroevolução se baseia na afirmação de que as mutações podem produzir não apenas novas espécies, mas também famílias completamente novas de plantas e animais.

Existe alguma maneira de confirmar essa declaração tão taxativa?

Bem, considere o que cerca de cem anos de estudo no campo da pesquisa genética revelaram.
No final da década de 30, os cientistas entusiasticamente adotaram o conceito de que se a seleção natural podia produzir novas espécies de plantas a partir de mutações aleatórias, então a escolha artificial de mutações, ou seja, escolha manipulada pelo homem, deveria ser capaz de fazer o mesmo com mais eficiência. Wolf-Ekkehard Lönnig, cientista do Instituto Max Planck de Melhoramento Genético em Plantas, na Alemanha, que foi entrevistado por Despertai! disse: “Os biólogos em geral ficaram eufóricos, em especial os geneticistas e os criadores de plantas e animais.”
Por que a euforia? Lönnig, que passou cerca de 28 anos estudando a genética das mutações em plantas, disse: “Esses pesquisadores pensavam que o tempo de revolucionar o método tradicional de criação de plantas e de animais havia chegado. Achavam que, por induzir e selecionar as mutações favoráveis, eles poderiam produzir plantas e animais novos e melhores.”
Com muito apoio financeiro, cientistas nos Estados Unidos, Ásia e Europa lançaram programas de pesquisa que usavam métodos que prometiam acelerar a evolução. Depois de mais de 40 anos de intensa pesquisa, quais foram os resultados? O pesquisador Peter von Sengbusch diz: “Apesar do enorme gasto financeiro, a tentativa de desenvolver variedades cada vez mais produtivas por meio de irradiação mostrou ser um fiasco total.” Lönnig disse: “Nos anos 80, a esperança e a euforia entre os cientistas acabou num fracasso global. O melhoramento genético como campo específico de pesquisa foi descontinuado nos países ocidentais. Quase todos os mutantes apresentavam ‘características de seleção negativas’, ou seja, eles morriam ou eram mais fracos que os espécimes naturais.”
Mesmo assim, os dados agora disponíveis após cerca de cem anos de pesquisa de mutações em geral, e especialmente os 70 anos de melhoramento genético, possibilitam que os cientistas tirem conclusões sobre a capacidade das mutações de produzir novas espécies. Depois de examinar as provas, Lönnig concluiu: “As mutações não podem transformar uma espécie original [de planta ou animal] em outra totalmente nova. Essa conclusão está de acordo com o conjunto de todas as experiências e pesquisas sobre mutação realizadas no século 20. Também se harmoniza com as leis da probabilidade. Assim, a lei da variação recorrente indica que espécies geneticamente bem definidas têm limites reais que não podem ser anulados ou ultrapassados por mutações acidentais.”
Pense nas implicações dos fatos mencionados acima. Se cientistas altamente qualificados não conseguem produzir novas espécies por induzir e escolher de modo artificial as mutações favoráveis, seria provável que um processo sem inteligência fizesse um trabalho melhor? Se a pesquisa mostra que as mutações não podem transformar uma espécie original em outra totalmente nova, então exatamente como é que a macroevolução teria ocorrido?
A seleção natural leva à criação de novas espécies?
Darwin acreditava que aquilo que ele chamou de seleção natural favoreceria as formas de vida que melhor se adaptassem ao ambiente, enquanto as formas de vida menos adaptadas acabariam se extinguindo. Os evolucionistas modernos ensinam que, ao passo que as espécies se espalharam e se isolaram, a seleção natural escolheu as espécies cujas mutações genéticas as tornaram mais adaptadas ao novo ambiente. Eles afirmam que, em resultado disso, esses grupos isolados, por fim, evoluíram para espécies totalmente novas.
Conforme observado anteriormente, as provas obtidas pelas pesquisas científicas indicam fortemente que mutações não podem produzir espécies de animais e plantas totalmente novas. Mesmo assim, que provas os evolucionistas dão para apoiar sua afirmação de que a seleção natural escolhe as mutações mais favoráveis para produzir novas espécies? Uma brochura publicada em 1999 pela Academia Nacional de Ciências (NAS), nos Estados Unidos, diz: “Um forte exemplo de especiação [a evolução de novas espécies] envolve as 13 espécies de tentilhões estudadas por Darwin nas ilhas Galápagos, conhecidos como os tentilhões de Darwin.”
Nos anos 70, um grupo de pesquisa liderado por Peter e Rosemary Grant começou a estudar esses tentilhões e descobriu que, depois de um ano de seca, os tentilhões que tinham o bico ligeiramente maior sobreviviam com mais facilidade que os de bico menor. Visto que o tamanho e o formato do bico é uma das principais maneiras de classificar as 13 espécies de tentilhões, essas descobertas foram encaradas como significativas. A brochura prossegue: “O casal Grant calculou que, se houvesse uma seca a cada dez anos nas ilhas, uma nova espécie de tentilhão poderia surgir em apenas cerca de 200 anos.”
No entanto, a brochura da NAS deixou de mencionar alguns fatos significativos, mas embaraçosos. Nos anos que se seguiram à seca, os tentilhões com bicos menores voltaram a dominar a população. Assim, Peter Grant e o universitário Lisle Gibbs escreveram na revista científica Nature, em 1987, que eles haviam observado “uma inversão da seleção natural”. Em 1991, Grant escreveu que “a população, sujeita à seleção natural, oscila entre um tipo de tentilhão e outro” cada vez que o clima muda. Os pesquisadores também perceberam que algumas das diferentes “espécies” de tentilhões estavam cruzando entre si e produzindo descendência que sobrevivia melhor do que as suas “espécies” de origem. Peter e Rosemary Grant concluíram que, se esse cruzamento continuasse, o resultado poderia ser a fusão de duas “espécies” em apenas uma, dentro de 200 anos.
Em 1966, o biólogo evolucionista George Christopher Williams escreveu: “Considero lamentável que a teoria da seleção natural tenha sido desenvolvida inicialmente para explicar os processos da evolução. Ela é muito mais relevante para explicar a preservação das adaptações.” O teórico evolucionista Jeffrey Schwartz escreveu, em 1999, que se as conclusões de Williams estiverem corretas, a seleção natural pode estar ajudando as espécies a se adaptar às exigências variáveis da existência, mas “não está criando nada novo”.
De fato, os tentilhões de Darwin não estão se transformando em “nada novo”. Ainda são tentilhões. E o cruzamento entre eles lança dúvidas sobre os métodos usados por alguns evolucionistas para definir uma espécie. Além disso, fica exposto o fato de que mesmo academias científicas de prestígio não estão imunes a apresentar provas de maneira tendenciosa.
O registro fóssil prova mudanças macroevolucionárias?
A brochura da NAS, mencionada anteriormente, passa para o leitor a impressão de que os fósseis encontrados pelos cientistas são provas mais do que suficientes da macroevolução. Ela declara: “Foram descobertas tantas formas intermediárias entre os peixes e os anfíbios, entre os anfíbios e os répteis, entre os répteis e os mamíferos e nas linhagens dos primatas, que muitas vezes se torna difícil identificar claramente quando ocorre a transição entre uma espécie e outra.”
Tal declaração confiante é bem surpreendente. Por quê? Em 2004, a revista National Geographic descreveu o registro fóssil como “um filme da evolução, no qual 999 de cada mil fotogramas desapareceram”. Será que os “fotogramas” que restaram (um em cada mil) realmente provam o processo da macroevolução? O que de fato mostra o registro fóssil? Niles Eldredge, um evolucionista convicto, admite que o registro mostra que por longos períodos “pouca ou nenhuma mudança evolucionária se acumulou na maioria das espécies”.
Até hoje, cientistas do mundo inteiro já desenterraram e catalogaram uns 200 milhões de grandes fósseis e bilhões de microfósseis. Muitos pesquisadores concordam que esse registro vasto e detalhado mostra que todos os principais grupos de animais surgiram de repente e permaneceram praticamente inalterados, com muitas espécies desaparecendo de modo tão repentino quanto surgiram. Depois de analisar as provas fornecidas pelo registro fóssil, o biólogo Jonathan Wells escreveu: “No nível dos reinos, filos e classes, a descendência com modificações a partir de ancestrais comuns obviamente não é um fato observado. À base dos indícios fósseis e moleculares, não é nem mesmo uma teoria bem fundamentada.”

Evolução — fato ou mito?
Por que muitos evolucionistas de destaque insistem que a macroevolução é um fato?
Depois de criticar alguns argumentos de Richard Dawkins, o influente evolucionista Richard Lewontin escreveu que muitos cientistas estão dispostos a aceitar argumentos que vão contra o bom senso “porque já assumimos outro compromisso, um compromisso com o materialismo”. Muitos cientistas até mesmo recusam-se a considerar a possibilidade de um Projetista inteligente porque, conforme escreve Lewontin, “não podemos permitir que a ciência abra a porta à idéia de um Deus”.
Nesse respeito, o sociólogo Rodney Stark é citado na revista Scientific American como tendo dito: “Há 200 anos tem sido propagada a idéia de que se você quer ser um cientista então tem de manter a mente livre dos grilhões da religião.” Ele observou ainda que nas universidades de pesquisa “os religiosos ficam de boca fechada” enquanto “os que não têm religião promovem a discriminação”. De acordo com Stark, “existe um sistema de recompensas para os que não são religiosos nos altos escalões [da comunidade científica]”.
Para aceitar o ensino da macroevolução como verdade, você tem de acreditar que os cientistas agnósticos e ateus não se deixam influenciar por suas crenças pessoais ao interpretar as descobertas científicas. Tem de acreditar que as mutações e a seleção natural produziram todas as complexas formas de vida, ainda que em um século de pesquisa, o estudo de bilhões de mutações tenha mostrado que essas não transformaram nem mesmo uma espécie bem definida em outra completamente nova. Tem de acreditar que todas as criaturas evoluíram de forma gradual de um ancestral comum, apesar de o registro fóssil indicar de modo contundente que as principais espécies de plantas e animais surgiram de repente e não evoluíram para outras, mesmo ao longo de incontáveis eras. Acha que esse tipo de crença parece se basear em fatos, ou em mitos?
Criadores de cães podem cruzar seus animais de modo seletivo para que mais tarde os descendentes tenham pernas mais curtas ou pêlo mais longo que seus antepassados. No entanto, as mudanças que esses criadores conseguem obter muitas vezes resultam de falha genética. Por exemplo, a baixa estatura do bassê se deve a uma falha no desenvolvimento normal da cartilagem, causando nanismo.

Apesar de a palavra “espécie” ser usada com freqüência neste artigo, deve-se notar que esse mesmo termo, no livro bíblico de Gênesis, é muito mais abrangente. Muitas vezes, o que os cientistas decidem chamar de evolução para uma nova espécie, na verdade, trata-se de uma variação dentro da “espécie” referida no relato de Gênesis.
Veja a tabela “Como os organismos são classificados”.
As pesquisas mostram que o citoplasma, as membranas e outras estruturas da célula também desempenham um papel na formação do organismo.
Os comentários de Lönnig neste artigo refletem a sua opinião pessoal e não representam a posição do Instituto Max Planck de Melhoramento Genético em Plantas.
As experiências com mutações revelaram vez após vez que o número de novos mutantes diminuía constantemente, ao passo que os mesmos tipos de mutantes continuavam a surgir. A partir desse fenômeno, Lönnig formulou a “lei da variação recorrente”. Além disso, menos de 1% das mutações em plantas foram selecionadas para pesquisa adicional. Dessas, menos de 1% foram consideradas próprias para uso comercial. Os resultados das tentativas de melhoramento genético nos animais foram ainda piores que os realizados nas plantas, e o procedimento foi descontinuado por completo.
Materialismo, nesse sentido, refere-se à teoria de que a matéria física é a realidade única ou básica, que tudo no Universo, inclusive toda vida, veio à existência sem nenhuma intervenção sobrenatural.


COMO OS ORGANISMOS SÃO CLASSIFICADOS
  Os organismos são classificados em grupos cada vez mais abrangentes, começando em espécies específicas e terminando em reinos. Compare, por exemplo, a classificação dos humanos com a da mosca-das-frutas alistada abaixo.
                    HUMANOS          MOSCA-DAS-FRUTAS
Espécie            sapiens                       melanogaster
Gênero             Homo                        Drosophila
Família             Hominidae                  Drosophilidae
Ordem             Primatas                     Díptera
Classe              Mamíferos                  Insetos
Filo                  Cordados                   Arthropoda
Reino               Animais                      Animais

Tabela baseada no livro Icons of Evolution—Science or Myth? Why Much of What We Teach About Evolution Is Wrong (Ícones da Evolução — Ciência ou Mito? Por Que Muito do Que Ensinamos sobre Evolução Está Errado), de Jonathan Wells


Evolução
Definição: Evolução orgânica é a teoria de que o primeiro organismo vivo se desenvolveu de matéria sem vida. Daí, diz-se que, ao se reproduzir, transformou-se em espécies diferentes de coisas vivas, produzindo por fim todas as formas de vida vegetal e animal que já existiram nesta terra. Diz-se que tudo isso se realizou sem a intervenção sobrenatural de um Criador. Algumas pessoas tentam misturar a crença em Deus com a evolução, dizendo que Deus utilizou a evolução para criar as coisas, que trouxe à existência as formas primitivas de vida e que depois as formas mais elevadas de vida, incluindo o homem, foram produzidas por meio da evolução.
 
É realmente científica a evolução?
Eis como é o “método científico”: Observar o que acontece; à base de tais observações, criar uma teoria quanto àquilo que talvez seja verdadeiro; testar a teoria por meio de observações adicionais e por experiências; e prestar atenção para ver se as predições baseadas na teoria se confirmam. É este o método seguido pelos que crêem na evolução e a ensinam?
 
O astrônomo Robert Jastrow diz: “Para o dissabor deles, [os cientistas] não dispõem duma resposta precisa, porque os químicos jamais tiveram êxito em reproduzir as experiências da natureza sobre a criação da vida à partir da matéria inanimada. Os cientistas não sabem como isso aconteceu.” — The Enchanted Loom: Mind in the Universe (Nova Iorque, 1981), p. 19.
 
O evolucionista Loren Eiseley reconheceu: “Após censurar o teólogo pela sua confiança no mito e no milagre, a Ciência viu-se na posição, que nada tinha de invejável, de ter de criar uma sua mitologia, isto é, de ter de assumir que aquilo que, após longo esforço, não podia ser provado tivesse acontecido hoje, se verificara, realmente, no passado primevo.” — A Imensa Jornada (Trad. de Aldo Della Nina, São Paulo, SP, Brasil, 1964), p. 164.
 
Segundo a revista New Scientist: “Um crescente número de cientistas, mais especificamente um avolumante número de evolucionistas . . . argumenta que a teoria darwiniana da evolução não é, de jeito nenhum, uma teoria genuinamente científica. . . . Muitos de tais críticos dispõem das mais altas credenciais intelectuais.” — 25 de junho de 1981, p. 828.
 
O físico H. S. Lipson disse: “A única explicação aceitável é a criação. Sei que isto é anátema para os físicos, como deveras é para mim, mas não devemos rejeitar uma teoria da qual não gostamos, se a evidência experimental a apóia.” (Grifo acrescentado.) — Physics Bulletin, 1980, Vol. 31, p. 138.

Estão de acordo os que sustentam a evolução? Diante de tais fatos, o que acha daquilo que ensinam?
A introdução da edição centenária da obra de Darwin, Origem das Espécies (na ed. em inglês, Londres, 1956), diz: “Como sabemos, há grande divergência de opiniões entre os biólogos, não só quanto às causas da evolução, mas também, até mesmo, sobre o processo em si. Tal divergência existe porque a evidência é insatisfatória e não permite nenhuma conclusão abalizada. Por conseguinte, é correto e apropriado trazer à atenção do público não-científico os desacordos sobre a evolução.” — Por W. R. Thompson, então diretor do Instituto de Controle Biológico da Comunidade Britânica, de Ottawa, Canadá.“Decorrido um século desde a morte de Darwin, ainda não temos a menor idéia demonstrável, ou mesmo plausível, de como a evolução realmente ocorreu — e, nos anos recentes, isto levou a uma série extraordinária de batalhas sobre o assunto todo. . . . Existe um estado de guerra quase declarada entre os próprios evolucionistas, instando todo o tipo de seita [evolucionista] que haja alguma nova modificação.” — C. Booker (redator do Times de Londres), The Star, (Johannesburg, África do Sul), 20 de abril de 1982, p. 19.
 
A revista científica Discover dizia: “A evolução . . . não está sob o ataque apenas de cristãos fundamentalistas, mas também é questionada por cientistas de grande reputação. Entre os paleontólogos, cientistas que estudam os fósseis, há crescente discordância.” — Outubro de 1980, p. 88.
Que conceito é apoiado pela documentação fóssil? 
Darwin reconheceu: “Se espécies numerosas . . . tivessem realmente surgido bruscamente, este fato derrubaria a teoria da evolução.” (A Origem das Espécies, trad. de Eduardo Fonseca, São Paulo, 1981, p. 307) Indica a evidência que “numerosas espécies” vieram à existência ao mesmo tempo, ou mostra ela que houve um desenvolvimento gradual, segundo sustenta a evolução?
Foram encontrados suficientes fósseis para se chegar a uma conclusão bem fundada?
Porter Kier, cientista do Instituto Smithsoniano, diz: “Há cem milhões de fósseis, todos catalogados e identificados, nos museus ao redor do mundo.” (New Scientist, de 15 de janeiro de 1981, p. 129) A obra A Guide to Earth History acrescenta: “Com o auxílio dos fósseis, os paleontólogos podem agora fornecer-nos um excelente quadro da vida nas eras antigas.” — (Nova Iorque, 1956), de Richard Carrington, edição de Mentor, p. 48.
 
Que revela realmente a documentação fóssil?
 
O Bulletin do Museu Field de História Natural, de Chicago, EUA, indicava: “A teoria da [evolução], de Darwin, sempre esteve estreitamente vinculada com a evidência fóssil, e, provavelmente, a maioria das pessoas presume que os fósseis desempenham uma parte importantíssima no argumento geral a favor das interpretações darwinianas da história da vida. Infelizmente, isto não é estritamente verídico. . . . a documentação geológica não apresentava naquele tempo, e ainda não apresenta, uma cadeia finamente graduada de evolução lenta e progressiva.” — Janeiro de 1979, Vol. 50, N.° 1, pp. 22, 23.
 
A View of Life diz: “Começando na base do período cambriano, e estendendo-se por cerca de 10 milhões de anos, todos os principais grupos de invertebrados dotados de esqueletos surgiram pela primeira vez, no aparecimento diversificado mais espetacular que já foi registrado em nosso planeta.” — (Califórnia, 1981), de Salvador E. Luria, Stephen Jay Gould e Sam Singer, p. 649.
 
O paleontólogo Alfred Romer escreveu: “Abaixo deste [período cambriano], há vastas camadas de sedimentos em que seria de esperar que houvesse os progenitores das formas cambrianas. Mas não os encontramos; estes leitos mais antigos são quase desprovidos de evidência de vida, e pode-se razoavelmente dizer que o quadro geral é coerente com a idéia da criação especial no começo das épocas cambrianas.” — Natural History, de outubro de 1959, p. 467.
 
O zoólogo Harold Coffin diz: “Caso fosse correta a evolução progressiva do simples para o complexo, deveriam ser encontrados os ancestrais dessas criaturas viventes completamente desabrochados no cambriano; mas, não foram encontrados, e os cientistas admitem que existe muito pouca perspectiva de serem algum dia encontrados. À base apenas destes fatos e à base do que realmente é encontrado na terra, a teoria dum ato criativo súbito, em que as principais formas de vida foram estabelecidas, enquadra-se melhor.” — Liberty, de setembro/outubro de 1975, p. 12.
 
O astrônomo Carl Sagan, reconheceu de modo honesto na sua obra Cosmos: “As evidências fósseis podem ser consistentes com a idéia de um Grande Projetista.” — (Trad. de Angela N. Machado, Rio de Janeiro, Brasil; 1983), p. 29.
Seria o caso de o processo da evolução ter resultado de mutações, isto é, súbitas mudanças drásticas nos genes?
 
Science Digest diz: “Os revisionistas evolucionários crêem que as mutações nos genes-chaves reguladores podem ser exatamente as perfuratrizes genéticas exigidas pela sua teoria de salto quântico.” Entretanto, a revista cita também o zoólogo britânico Colin Patterson, que disse: “Trata-se de especulação gratuita. Nada sabemos sobre estes genes-mestres reguladores.” (Fevereiro de 1982, p. 92) Em outras palavras, não existe evidência em apoio dessa teoria.
 
The Encyclopedia Americana reconhece: “Parece difícil conciliar o fato de que a maioria das mutações são prejudiciais ao organismo com o conceito de que as mutações são a fonte das matérias-primas para a evolução. Deveras, os mutantes ilustrados nos compêndios de biologia são uma coleção de aleijões e monstruosidades, e a mutação parece ser um processo destrutivo, em vez de construtivo.” — (1977), Vol. 10, p. 742.
Que dizer dos “homens-macacos” retratados nos livros didáticos, nas enciclopédias e nos museus?
 
“A carne e os cabelos em tais reconstituições têm de ser supridos por se recorrer à imaginação. . . . A cor da pele; a cor, a forma e a distribuição dos cabelos; a forma das feições; o aspecto do rosto — não sabemos absolutamente nada sobre estes caracteres de quaisquer homens pré-históricos.” — The Biology of Race (Nova Iorque, 1971), de James C. King, pp. 135, 151.
 
“A ampla maioria das concepções artísticas baseia-se mais na imaginação do que na evidência. . . . Os artistas precisam criar algo entre o símio e o ser humano; quanto mais antigo se diz que é o espécime, tanto mais simiesco o tornam.” — Science Digest, de abril de 1981, p. 41.
 
“Assim como aprendemos aos poucos que os homens primitivos não eram necessariamente selvagens, assim também temos de aprender a reconhecer que os homens primitivos da Época Glacial não eram nem animais brutos, nem metade macacos, nem cretinos. Daí a indescritível estupidez de todas as tentativas de reconstituir o homem de Neanderthal, ou mesmo o de Pequim.” — Man, God and Magic (Nova Iorque, 1961), Ivar Lissner, p. 304.
 
Não apresentam os compêndios a evolução como um fato?
“Muitos cientistas sucumbem à tentação de serem dogmáticos, . . . vez após vez, a questão da origem das espécies tem sido apresentada como se já estivesse definitivamente resolvida. Nada poderia estar mais longe da verdade. . . . Persiste, contudo, a tendência para o dogmatismo, e isso de nada serve à causa da ciência.” — The Guardian, Londres, de 4 de dezembro de 1980, p. 15.
Mas, é razoável crer que tudo nesta terra foi criado em seis dias?
 
Existem alguns grupos religiosos que ensinam que Deus criou todas as coisas em seis dias de 24 horas. Mas não é isso que a Bíblia diz.
 
Gênesis 1:3-31 diz como Deus preparou a terra, que já existia, para ser habitada pelos humanos. Diz que isso foi feito num período de seis dias, mas não diz que eram dias de 24 horas. Não é incomum uma pessoa falar dos “dias de seus avós”, querendo dizer o inteiro período de vida deles. Assim também a Bíblia amiúde emprega o termo “dia” para descrever um período de tempo de certa duração. (Compare com 2 Pedro 3:8.) De modo que os ‘dias’ mencionados em Gênesis, capítulo 1, poderiam razoavelmente ser de uma extensão de milhares de anos.



Na bíblia a palavra dia pode se referir a períodos de várias durações. Por exemplo, Gênesis 2:4 se refere ao inteiro período criativo de seis "dias" como o "dia em que Jeová Deus fez a terra e o céu".
Pelo visto, cada dia teve uma duração considerável.
É interessante que, embora a bíblia mencione específicamente o fim de cada um dos primeiros seis dias ela não cita o fim do sétimo.
Sim! ainda estamos no sétimo dia!
Gênesis 2:3 e Hebreus 4:4-6,11.


quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A bíblia resumida! Velho testamento 02/02 -Eclesiastes a Malaquias-

Continuação...



Eclesiastes
O nome hebraico, Qo·hé·leth (que significa “Congregante; Reunidor; Ajuntador; Convocador”), descreve apropriadamente o papel do rei no governo teocrático usufruído por Israel. (Ec 1:1, 12) Era da responsabilidade do governante manter o dedicado povo de Deus unido em fidelidade a seu verdadeiro Rei e Deus. (1Rs 8:1-5, 41-43, 66) Por este motivo, ser o rei bom ou mau para a nação era determinado por ele conduzir, ou não, a nação na adoração de Jeová. (2Rs 16:1-4; 18:1-6) O congregante, que era Salomão, já fizera muito para congregar Israel e seus companheiros, os residentes temporários, ao templo. Neste livro, ele procurou congregar o povo de Deus por afastá-lo das obras vãs e infrutíferas deste mundo e levá-lo a obras dignas do Deus a quem a nação estava dedicada. O nome usado em nossas Bíblias em português é tirado da tradução de Qo·hé·leth, na Septuaginta grega, a saber, Ek·kle·si·a·stés (Eclesiastes), significando “membro duma eclésia (congregação, assembléia)”.
Escritor. Só houve um “filho de Davi”, a saber, Salomão, que foi “rei sobre Israel em Jerusalém” (Ec 1:1, 12), porque os reis depois de Salomão não reinaram sobre todo o Israel. Salomão era o rei famoso por sua eminente sabedoria. (Ec 1:16; 1Rs 4:29-34) Era construtor. (Ec 2:4-6; 1Rs 6:1; 7:1-8) Era compositor de provérbios. (Ec 12:9; 1Rs 4:32) Salomão era famoso por suas riquezas. (Ec 2:4-9; 1Rs 9:17-19; 10:4-10, 14-29) Visto que o livro menciona o programa de construção de Salomão, deve ter sido escrito depois daquele tempo, mas antes do tempo em que ele “começou a fazer o que era mau aos olhos de Jeová”. (1Rs 11:6) Por conseguinte, o livro foi escrito antes de 1000 AEC, em Jerusalém. Que Salomão seria um dos homens mais qualificados para escrever este livro é apoiado pelo fato de que não só era o mais rico, mas também era provavelmente um dos reis mais bem informados de seus dias; seus marujos e seus comerciantes, bem como os dignitários visitantes, trariam notícias e conhecimentos sobre povos de outras terras. — 1Rs 9:26-28; 10:23-25, 28, 29.
Autenticidade. Qo·hé·leth, ou Eclesiastes, é aceito como canônico tanto pela igreja judaica como pelas cristãs. Está de acordo com outros trechos da Bíblia que tratam dos mesmos assuntos. Por exemplo, concorda com Gênesis sobre o homem ter sido feito de um corpo composto do pó da terra e que tem da parte de Deus o espírito ou força de vida, e o fôlego que o sustenta. (Ec 3:20, 21; 12:7; Gên 2:7; 7:22; Is 42:5) Confirma o ensino bíblico de que o homem foi criado reto, mas preferiu deliberadamente desobedecer a Deus. (Ec 7:29; Gên 1:31; 3:17; De 32:4, 5) Reconhece a Deus como o Criador. (Ec 12:1; Gên 1:1) Concorda com o restante da Bíblia quanto à condição dos mortos. (Ec 9:5, 10; Gên 3:19; Sal 6:5; 115:17; Jo 11:11-14; Ro 6:23) Advoga fortemente a adoração e o temor de Deus. Usa a expressão ha-’Elo·hím, “o verdadeiro Deus”, 32 vezes. O equivalente do nome Jeová é encontrado na Pesito siríaca e no Targum judaico do livro, em Eclesiastes 2:24. Embora alguns afirmem que o livro se contradiz, isto se dá somente porque não vêem que o livro muitas vezes expressa o conceito comum, em contraste com o conceito que reflete a sabedoria divina. (Veja Ec 1:18; 7:11, 12.) Assim, deve-se lê-lo visando entender o sentido e deve-se ter presente o tema do livro.

DESTAQUES DE ECLESIASTES
Descrição vívida de obras vãs e de obras proveitosas.
Escrito por Salomão na última parte do seu reinado, depois de se ter empenhado nas muitas atividades que ele descreve.
A vida devotada a atividades vãs é fútil.
  Para o homem físico, tudo é vaidade; uma geração é substituída por outra, e mesmo os ciclos naturais são repetitórios e cansativos. (1:1-11)
  Maior sabedoria humana pode resultar em maiores dores; aquilo que é torto neste sistema não pode ser endireitado. (1:12-18)
  Devotar-se à busca de prazeres através do materialismo é como esforçar-se para alcançar o vento. (2:1-11, 26)
  A sabedoria é melhor do que a estultícia, mas tanto os sábios como os estúpidos morrem e são esquecidos. (2:12-16)
  Trabalhar arduamente a vida toda só para deixar tudo para um homem que talvez não o aprecie — é uma calamidade. (2:17-23)
  Acontecimentos na vida terrestre freqüentemente ocorrem em ciclos, muitos dos quais além do controle humano. (3:1-9)
  No atual sistema, todos (tanto o homem como o animal) por fim morrem. (3:18-22)
  Ocorrem muitos atos de opressão, sem qualquer esperança do ponto de vista humano. (4:1-3)
  Trabalho árduo e proficiência por motivo de rivalidade ou simplesmente para acumular riquezas é vaidade, e o preguiçoso é estúpido. (4:4-8)
  A vida do governante também pode ser vaidade. (4:13-16)
  Acumular riquezas não traz contentamento, mas pode privar seu dono do sono; e ao morrer, terá de deixar tudo para trás. (5:9-17)
  Embora alguém tenha muitos bens, as circunstâncias — talvez doença ou um anseio não satisfeito — podem impedi-lo de achar contentamento. (6:1-12)
  No atual sistema, o mesmo evento conseqüente aguarda tanto os justos como os iníquos — todos morrem; por isso, alguns se entregam à maldade. (9:2, 3)
  A sabedoria nem sempre é prezada quando procede dum homem necessitado. (9:13-18)
  Entregar-se à tolice dá má reputação; quando tais incompetentes estão em posições de autoridade, isso é perigoso para eles e duro para os outros. (10:1-19)
  A juventude e o primor da mocidade são vaidade; a duração do vigor juvenil é tão incerta. (11:10)
  Quando a vida da pessoa não foi guiada pela constante lembrança do Criador, tudo é vaidade! (12:8)
As coisas que valem a pena e que dão sentido à vida.
  Usufrua os frutos do seu trabalho, reconhecendo que esses são dádiva de Deus. (2:24, 25; 5:18-20)
  As obras de Deus são todas bonitas; ele pôs diante do homem a perspectiva de vida por tempo indefinido. (3:10-13)
  O padrão geral de vida humana, existente segundo a permissão ou o propósito de Deus, não pode ser mudado pelo homem; portanto, espere que Deus atue como Juiz no seu tempo designado. (3:14-17; 5:8)
  Quem trabalha com um associado está em situação melhor do que um sozinho. (4:9-12)
  O devido temor de Deus deve induzir-nos a escutar atentamente o que ele requer de nós e cumprir todo voto que façamos a ele. (5:1-7)
  Reconheça a importância de um bom nome e quão curta é a nossa vida atual para obtê-lo, o benefício da paciência, o valor superior da sabedoria e a necessidade de se sujeitar humildemente àquilo que Deus permite. (7:1-15)
  Evite extremos, mas deixe-se guiar pelo temor de Deus; não se preocupe demais com o que outros dizem; evite o laço da prostituta. (7:16-29)
  Acate a lei; embora homens talvez dominem outros para o prejuízo destes, e a justiça humana seja remissa, não deixe que isso estrague seu usufruto da vida; lembre-se de que irá bem àqueles que temem o verdadeiro Deus; não espere compreender todos os motivos daquilo que Deus faz e permite ocorrer. (8:1-17; 10:20)
  Os justos e os sábios estão na mão do verdadeiro Deus — não perderão a sua recompensa; mas na morte a pessoa não sabe nada e não pode fazer nada, portanto, use a sua vida agora da maneira aprovada por Deus; usufrua-a de modo sadio enquanto a possui. (9:1, 4-12)
  Aproveite as devidas oportunidades para ser generoso, para realizar o bem; não deixe que as incertezas da vida inibam sua atividade. (11:1-8)
  Jovem, usufrua a sua mocidade, mas não se esqueça que tem de prestar contas a Deus pelas suas ações; lembre-se do seu Grandioso Criador enquanto jovem, antes de virem a fraqueza e a decrepitude da velhice, antes que a vida acabe. (11:9; 12:1-7)
  Os escritos mais proveitosos são aqueles que refletem a sabedoria do “um só pastor”, Jeová Deus. (12:9-12)
  Tema o verdadeiro Deus e guarde os seus mandamentos; ele vê tudo o que fazemos, e levará nosso trabalho a julgamento. (12:13, 14)


Cântico de Salomão, O
Um livro poético das Escrituras Hebraicas, que fala do inabalável amor de uma jovem sulamita (uma camponesa de Suném, ou Sulém) por um pastor, e da tentativa frustrada do Rei Salomão, de conquistar o amor dela. As palavras iniciais do texto hebraico designam este poema de “cântico dos cânticos”, isto é, um “cântico superlativo”, o mais lindo, o mais excelente cântico. (Veja NM n. sobre o título.) Trata-se apenas de um único cântico, e não de uma coleção de cânticos.
Logo no início, Salomão é identificado como o escritor. (Cân 1:1) A evidência interna concorda com isto, pois revela que o escritor era alguém bem familiarizado com a criação de Deus, como se dava com Salomão. (1Rs 4:29-33) Repetidas vezes, plantas, animais, pedras preciosas e metais figuram nas imagens vívidas do livro. (Cân 1:12-14, 17; 2:1, 3, 7, 9, 12-15; 4:8, 13, 14; 5:11-15; 7:2, 3, 7, 8, 11-13) O escritor, como se esperaria de um rei como Salomão, estava bem familiarizado com a terra habitada pelos israelitas — a planície costeira, as baixadas (2:1), as cadeias montanhosas do Líbano, Hermom, Antilíbano e Carmelo (4:8; 7:5), os vinhedos de En-Gedi (1:14) e “as lagoas de Hésbon, junto ao portão de Bate-Rabim” (7:4).
O poema foi composto quando Salomão possuía 60 rainhas e 80 concubinas. (Cân 6:8) Isto aponta para a parte inicial do seu reinado de 40 anos (1037-998 AEC), visto que Salomão finalmente veio a possuir 700 esposas e 300 concubinas. — 1Rs 11:3.
As expressões de afeto contidas em O Cântico de Salomão talvez pareçam muito incomuns para o leitor ocidental. Mas deve-se lembrar que o cenário para este cântico era um cenário oriental de cerca de 3.000 anos atrás.
Pessoas Envolvidas. A figura central do Cântico de Salomão é a sulamita. Outras pessoas mencionadas no poema são seu amado pastor (Cân 1:7), e sua mãe e seus irmãos (1:6; 8:2), o Rei Salomão (3:11), as “filhas de Jerusalém” (as damas da corte de Salomão) e as “filhas de Sião” (mulheres residentes em Jerusalém) (3:5, 11). As pessoas podem ser distinguidas pelo que dizem sobre si mesmas ou o que se diz a elas. No texto hebraico, as formas gramaticais amiúde dão a entender o gênero (masculino ou feminino), bem como o número (singular ou plural), destarte facilitando a identificação dos personagens. Para tornar mais evidente essa diferença em certas línguas, amiúde é necessário acrescentar palavras esclarecedoras para transmitir plenamente o sentido do original. Assim, em O Cântico de Salomão 1:5, o hebraico reza literalmente: “Preta eu e linda.” As palavras hebraicas para “preta” e “linda” acham-se no gênero feminino, como em português. Para destacar isso, a Tradução do Novo Mundo reza: “Sou uma moça preta, mas linda.”
O Drama. A sulamita conheceu o pastor no local do nascimento dele. (Cân 8:5b) Zelosos pela castidade de sua irmã, os irmãos da sulamita tentaram protegê-la da tentação. Portanto, quando ela queria aceitar o convite de seu amado, de ir com ele ver as belezas do começo da primavera (2:8-14), eles ficaram irados com ela, e, aproveitando-se da necessidade sazonal, designaram-na para guardar os vinhedos contra as depredações das pequenas raposas. (1:6; 2:15) Exposta aos raios solares, a sulamita perdeu a alvura da sua pele. — 1:5, 6.
Mais tarde, quando estava a caminho do jardim das nogueiras, ela, sem querer, chegou ao acampamento do Rei Salomão. (Cân 6:11, 12) Quer tenha sido vista ali pelo próprio rei, quer observada por outrem e então recomendada a ele, a sulamita foi levada ao acampamento de Salomão. O Rei Salomão revelou sua admiração por ela. Mas ela não sentiu nenhuma atração por ele, e expressou saudades de seu amado pastor. (1:2-4, 7) As “filhas de Jerusalém”, por conseguinte, recomendaram que ela deixasse o acampamento e procurasse seu amado. (1:8) Salomão, porém, não estava disposto a deixá-la ir embora e começou a louvar-lhe a beleza, prometendo modelar argolinhas de ouro e botõezinhos de prata para ela. (1:9-11) A sulamita informou então o rei que o objeto de seu amor era outra pessoa. — 1:12-14.
Depois disso, o amado pastor da sulamita veio ao acampamento de Salomão e expressou seu afeto por ela. Ela também lhe assegurou o seu amor. (Cân 1:15-2:2) Ao falar às “filhas de Jerusalém”, a sulamita comparou seu amado a uma árvore frutífera entre as árvores da floresta, e solenemente as pôs sob juramento, pelo que era lindo e gracioso, a não tentarem suscitar nela um amor indesejado. (2:3-7) Sempre, mesmo durante as horas noturnas, ela continuava a ansiar o seu amado pastor, e relembrou às “filhas de Jerusalém” que elas estavam sob juramento de não tentarem despertar nela o amor até que estivesse disposto a isso. — 2:16-3:5.
Voltando a Jerusalém, Salomão levou junto a sulamita. Vendo o cortejo que se aproximava da cidade, várias “filhas de Sião” comentaram a aparência do cortejo. (Cân 3:6-11) Em Jerusalém, o amado pastor, tendo seguido o cortejo, entrou em contato com a sulamita e louvou a beleza dela, assegurando-lhe assim seu amor. (4:1-5) A sulamita expressou seu desejo de partir da cidade (4:6), e ele continuou a expressar sua admiração por ela. (4:7-16a) “Entre meu querido no seu jardim e coma dos seus frutos seletos”, disse ela. (4:16b) A resposta dele a este convite foi: “Entrei no meu jardim, ó minha irmã, noiva minha.” (5:1a) As mulheres de Jerusalém os encorajaram, dizendo: “Comei, companheiros! Bebei e embriagai-vos com expressões de afeto!” — 5:1b.
Quando a sulamita, depois de um pesadelo, contou-o às “filhas de Jerusalém” e disse-lhes que estava desfalecida de amor (Cân 5:2-8), elas queriam saber o que havia de tão especial no seu querido. A sulamita passou então a descrever seu amado em termos elogiosos. (5:10-16) Perguntada por elas onde ele se encontrava, informou-as que ele estava pastoreando entre os jardins. (6:1-3) Mais uma vez, Salomão confrontou a sulamita com expressões de louvor. (6:4-10) Informado de que ela não procurara a companhia dele (6:11, 12), Salomão rogou que ela voltasse. (6:13a) Isto induziu-a a perguntar: “Que estais contemplando na sulamita?” (6:13b) Salomão aproveitou isso como oportunidade para expressar mais admiração por ela. (7:1-9) Mas a sulamita continuou imutável no seu amor e exortou as “filhas de Jerusalém” a não despertar nela o amor, quando este não estava disposto a surgir espontaneamente. — 7:10-8:4.
Evidentemente, Salomão permitiu então que a sulamita voltasse para casa. Vendo-a chegar, os irmãos dela perguntaram: “Quem é esta mulher subindo do ermo, encostando-se no seu querido?” (Cân 8:5a) Os irmãos da sulamita não se haviam dado conta de que sua irmã tinha tal constância no amor. Em anos anteriores, um irmão dissera a respeito dela: “Temos uma pequena irmã que não tem peitos. Que faremos por nossa irmã no dia em que for pedida?” (8:8) Outro irmão respondeu: “Se ela for uma muralha, construiremos sobre ela um parapeito de prata; mas se ela for uma porta, nós a bloquearemos com uma tábua de cedro.” (8:9) No entanto, visto que a sulamita havia resistido com bom êxito a todos os induzimentos, satisfazendo-se com o seu próprio vinhedo e permanecendo leal no seu afeto ao seu amado (8:6, 7, 11, 12), ela podia dizer corretamente: “Sou uma muralha, e meus peitos são como torres. Neste caso me tornei aos seus olhos como aquela que acha paz.” — 8:10.
O cântico conclui com uma expressão do desejo de seu pastor amado de ouvir a voz dela (Cân 8:13), e com a expressão do desejo dela, de que ele viesse pulando, cruzando os montes que os separavam. — 8:14.
Valor. O Cântico de Salomão ilustra a beleza do amor perseverante e constante. Tal amor inabalável é refletido na relação entre Cristo Jesus e sua noiva. (Ef 5:25-32) Assim, o Cântico de Salomão pode servir de encorajamento aos que professam ser da noiva de Cristo, para permanecerem fiéis ao seu noivo celestial. — Veja 2Co 11:2


DESTAQUES DO CÂNTICO DE SALOMÃO
  O inabalável amor duma donzela sulamita a um jovem pastor, apesar das tentativas do Rei Salomão de consegui-la para si.
  Escrito por Salomão, evidentemente bastante cedo no seu reinado.
A donzela sulamita no acampamento de Salomão. (1:1-3:5)
  Ela anela o amor de seu querido, um pastor, e deseja que ele a retire do ambiente régio.
  Explica às mulheres da corte que o motivo de sua tez escura é a exposição ao sol, enquanto trabalhava nos vinhedos de seus irmãos.
  Salomão promete-lhe enfeites de ouro e de prata, mas ela insiste que continuará a amar seu querido.
  Aparece seu pastor e louva a beleza da sulamita, comparando-a a um lírio entre ervas daninhas.
  A sulamita diz às mulheres da corte que o pastor dela é como uma macieira, cuja sombra ela deseja apaixonadamente; ela as põe sob juramento de não despertar nela amor a Salomão; lembra-se de quando seu amado a convidou a acompanhá-lo; entretanto, os irmãos dela disseram-lhe que era preciso proteger os vinhedos contra as pequenas raposas.
  À noite, ela sonha que procura seu amado e o encontra.
Testada na cidade de Jerusalém. (3:6-8:4)
  O magnificente cortejo de Salomão começa o regresso a Jerusalém.
  O pastor entra novamente em contato com a sulamita (agora velada) e fala-lhe sobre a beleza dela, comparando-a a um jardim trancado, cheio de plantas aromáticas.
  Ela o convida a entrar neste jardim e a deleitar-se com os seus frutos.
  A sulamita conta às mulheres da corte o pesadelo que teve: Seu amado chegou quando ela estava na cama; ele partiu antes de ela poder abrir a porta; procurou-o em vão na cidade e foi maltratada pelos vigias da cidade.
  As filhas de Jerusalém perguntam-lhe sobre o seu querido, e ela responde por dar-lhes uma descrição elogiosa dele.
  Salomão expressa então seu amor à sulamita, dizendo que ela é mais bela do que suas 60 rainhas e 80 concubinas.
  A sulamita fica impassível, indicando que ela só está ali porque a execução dum serviço a levara perto do acampamento dele.
  Salomão descreve vividamente a beleza dela, mas a sulamita resiste à conversa hábil dele, insistindo em que ela pertencia ao seu querido.
A sulamita retorna, tendo provado sua lealdade. (8:5-14)
  A sulamita volta para casa, apoiando-se no seu querido.
  Anteriormente, seus irmãos se perguntaram se ela seria constante como uma muralha, ou instável como uma porta girante, que admite a qualquer um.
  A sulamita rejeitou tudo o que Salomão podia oferecer, provando sua devoção exclusiva ao seu querido; o amor dela é tão forte como a morte, e as suas labaredas, como a chama de Jah.

Isaías, Livro de
O livro de Isaías exalta de forma notável a Jeová como “o Santo de Israel”, aplicando esta expressão a Ele num total de 25 vezes. O livro também aponta com inequívoca clareza o Messias ou Ungido de Jeová, por meio de quem viria a libertação do povo de Deus.
Já o primeiro versículo do livro de Isaías identifica seu conteúdo como “a visão de Isaías, filho de Amoz, que ele observou referente a Judá e Jerusalém”. Assim, embora o livro contenha declarações proféticas concernentes a muitas nações, elas não devem ser encaradas como coleção de pronunciamentos desconexos relacionados a essas nações. Em vez disso, constituem uma série de profecias que tiveram um efeito direto sobre Judá e Jerusalém.
Fundo Histórico. Isaías 1:1 nos informa de que Isaías visionou essas coisas nos dias de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá. Era um período de severa tensão internacional em que as falsas atitudes religiosas causavam um profundo efeito sobre o povo de Judá. Perto do começo da carreira de Isaías, o Rei Uzias morreu leproso por causa de sua presunção em assumir deveres sacerdotais. (2Cr 26:16, 19-21) Relata-se que durante o reinado do filho de Uzias, Jotão, ao passo que o rei fazia o que era correto, “o povo ainda agia ruinosamente”. — 2Cr 27:2; 2Rs 15:34.
A seguir veio o Rei Acaz, que, por 16 anos, deu mau exemplo para a nação, praticando a adoração de Baal com seus rituais de sacrifícios humanos. Havia “grande infidelidade para com Jeová”. (2Cr 28:1-4, 19) Foi durante esse período que os reis aliados da Síria e de Israel sitiaram Jerusalém, de modo que Acaz, desconsiderando o conselho do profeta Isaías, recorreu a Tiglate-Pileser III, rei da Assíria, em busca de ajuda militar. (2Rs 16:5-8; Is 7:1-12) Com isso, Acaz ‘fez da carne o seu braço, desviando seu coração de Jeová’. (Je 17:5) A Assíria concordou em fazer uma aliança, mas, naturalmente, interessava-se principalmente em expandir seu próprio poder. O exército assírio capturou Damasco da Síria e, aparentemente, levou ao exílio os habitantes do apóstata religioso Israel que moravam ao L do Jordão. — 1Cr 5:26.
Mais tarde, quando Samaria deixou de pagar tributo, ela também foi sitiada e seus habitantes foram deportados. (2Rs 16:9; 17:4-6; 18:9-12) Este foi o fim do reino das dez tribos e deixou Judá cercado por todos os lados de nações gentias. Mais tarde, os governantes assírios prosseguiram com operações militares no O, atacando cidades de Judá e de nações vizinhas. Senaqueribe até mesmo exigiu a capitulação da própria Jerusalém. Mas, sob o reinado de Ezequias, a situação ali havia mudado. Ezequias confiou em Jeová, e Jeová mostrou estar com ele. — 2Rs 18:5-7; Is caps. 36, 37.
Isaías assumiu o seu trabalho como profeta durante o reinado de Uzias, que começou a governar em 829 AEC, e continuou no reinado de Ezequias, que findou por volta de 717 AEC. Isaías, capítulo 6, versículo 1, refere-se ao “ano em que morreu o Rei Uzias” (c. 778 AEC) como o tempo em que Isaías recebeu a missão de Jeová, registrada nesse capítulo; embora talvez tenha registrado a informação precedente antes disso. Daí, no capítulo 36, versículo 1, faz-se referência ao “décimo quarto ano do Rei Ezequias” (732 AEC), quando Senaqueribe enviou um exército contra Jerusalém e foi rechaçado. Além de fornecer o relato sobre o ameaçado cerco e sobre o livramento de Jerusalém, Isaías fala da volta de Senaqueribe a Nínive e seu assassinato. (Is 37:36-38) Se esse pequeno pormenor histórico foi escrito por Isaías, não sendo uma inserção posterior feita por outra mão, isso pode indicar que Isaías profetizou por bastante tempo depois do 14.° ano de Ezequias. Os registros cronológicos assírios e babilônicos (embora a sua confiabilidade seja questionável), parecem indicar que Senaqueribe governou por cerca de 20 anos após a sua campanha contra Jerusalém. A tradição judaica, que também pode não ser confiável, diz que Isaías foi serrado em pedaços, às ordens do Rei Manassés. (Se Paulo se referia a isso, em Hebreus 11:37, como alguns crêem, não foi provado.) — Is 1:1.
Há também algumas outras referências que ajudam a datar o conteúdo de trechos específicos do livro de Isaías. Por exemplo, o capítulo 7, versículo 1, diz que Peca, rei de Israel, veio para guerrear contra Jerusalém nos dias do Rei Acaz. Embora Acaz governasse de 761 a 746 AEC, o reinado de Peca findou por volta de 758 AEC; assim, o incidente deve ter ocorrido antes desse ano. Ademais, Isaías 14:28 data uma pronúncia concernente à Filístia “no ano em que morreu o Rei Acaz”, que seria 746 AEC. Essas referências ajudam a fixar os eventos do livro de Isaías na corrente do tempo.
Unidade de Escrita. Certos críticos bíblicos dos tempos modernos têm afirmado que o livro de Isaías não foi todo ele escrito por Isaías. Alguns alegam que os capítulos 40 a 66 foram escritos por uma pessoa não identificada que viveu por volta do fim do exílio babilônico dos judeus. Outros críticos excluem trechos adicionais do livro, teorizando que outra pessoa e não Isaías deve tê-los escrito. Mas, a própria Bíblia não concorda com tais alegações.
Os escritores inspirados das Escrituras Gregas Cristãs creditaram a “Isaías, o profeta”, tanto a matéria hoje designada como capítulos 1 a 39 como também os capítulos 40 a 66. Jamais insinuaram que houvesse duas pessoas com este nome, ou que o nome do escritor de parte do livro fosse desconhecido. (Como exemplos, compare Mt 3:3 e 4:14-16 com Is 40:3 e 9:1, 2; também Jo 12:38-41 com Is 53:1 e 6:1, 10.) Além disso, há muitos outros lugares em que os escritores das Escrituras Gregas Cristãs deram o crédito específico pela matéria citada da última parte do livro de Isaías, não a um escritor não-identificado, mas sim a “Isaías, o profeta”. (Compare Mt 12:17-21 com Is 42:1-4; Ro 10:16 com Is 53:1.) O próprio Jesus Cristo, quando leu do “rolo do profeta Isaías”, na sinagoga de Nazaré, lia Isaías 61:1, 2. — Lu 4:17-19.
Ademais, o Rolo do Mar Morto de Isaías (IQIsa, que se crê ter sido copiado perto do fim do segundo século AEC) contém evidência de que o copista que o escreveu nada sabia a respeito duma suposta divisão na profecia, no fim do capítulo 39. Ele começou o 40.° capítulo na última linha da coluna que contém o capítulo 39.
O inteiro livro de Isaías foi transmitido através dos séculos como uma só obra, não como duas ou mais. A continuidade do capítulo 39 para o  40 é evidente no que está registrado em Isaías 39:6, 7, que é uma transição óbvia ao que se segue.
Os que gostariam de creditar esse livro a mais de um escritor acham ser impossível que Isaías predissesse, com quase dois séculos de antecedência, que um governante de nome Ciro libertaria os judeus exilados; por conseguinte, eles especulam que isto foi escrito numa época posterior, pelo menos depois de Ciro ter iniciado as suas conquistas. (Is 44:28; 45:1) Mas, eles deixam de captar o significado de toda esta parte do livro, porque a matéria trata especificamente da presciência, a habilidade de Deus de dizer de antemão o que aconteceria com seu povo. Esta profecia registrava, com quase 200 anos de antecedência, o nome da pessoa, ainda não nascida, que conquistaria Babilônia e libertaria os judeus. Seu cumprimento mostraria definitivamente que tinha origem divina. Não se tratava de estimativa do futuro, por parte de Isaías, mas como ele próprio escreveu: “Assim disse Jeová.” (Is 45:1) Atribuir a escrita desta parte de Isaías a um escritor do tempo de Ciro ainda não resolveria o problema para os críticos. Por que não? Porque esta parte do livro também predisse em pormenores os eventos da vida e do ministério terrestre do Messias, Jesus Cristo — coisas ainda mais no futuro. O cumprimento destas profecias sela a profecia de Isaías como divinamente inspirada, e não como coleção de obras de impostores.
Os que negam que Isaías escreveu os capítulos 40 a 66 usualmente negam também, por razões semelhantes, que ele tenha escrito o capítulo 13, a respeito da queda de Babilônia. Todavia, o capítulo 13 inicia com as palavras: “A pronúncia contra Babilônia, vista em visão por Isaías, filho de Amoz.” Obviamente, este é o mesmo “Isaías, filho de Amoz”, cujo nome aparece no versículo inicial do capítulo 1.
Inter-relações. Os escritos de Isaías acham-se extensamente interligados com muitas outras partes da Bíblia. Um século ou mais depois dos dias de Isaías, Jeremias escreveu o registro que se acha nos livros dos Reis, e é interessante observar que aquilo que se acha registrado em 2 Reis 18:13 a 20:19 é essencialmente o mesmo que o encontrado em Isaías, capítulos 36 a 39. Não só outros profetas abrangem assuntos similares aos considerados por Isaías, mas há numerosas referências específicas aos próprios escritos de Isaías, feitas por outros escritores bíblicos.
Entre as mais notáveis e mais freqüentemente citadas profecias do livro de Isaías acham-se as que predizem pormenores sobre o Messias. Como se mostra no quadro acompanhante, muitas dessas são especificamente citadas e aplicadas pelos escritores inspirados das Escrituras Gregas Cristãs. É de interesse observar que Jesus Cristo e seus apóstolos citaram com muita freqüência de Isaías para tornar clara a identificação do Messias.
O que se apresenta não é de forma alguma tudo o que outros inspirados escritores bíblicos citaram da profecia de Isaías, mas salienta algumas das profecias pelas quais Isaías é mais amplamente destacado. Tais profecias, junto com o restante do livro, magnificam a Jeová, o Santo de Israel, como sendo Aquele que provê esta salvação para Seu povo mediante seu Filho ungido.

DESTAQUES DE ISAÍAS
  Profecias para estimular os servos de Jeová a temer a Ele, não às nações circunvizinhas, e recorrer a ele, o verdadeiro Deus, em busca de livramento, com plena confiança nas suas promessas de salvação e restauração.
  Dirigidas a Judá e a Jerusalém por Isaías durante os anos que antecederam aos fracassados esforços de Senaqueribe contra Jerusalém, em 732 AEC, e possivelmente um bom tempo depois.
A culpa de Judá e de Jerusalém; a comissão de Isaías. (1:1-6:13)
  Jeová não encara com favor os sacrifícios do povo culpado de opressão, injustiças e derramamento de sangue.
  Ao passo que será executado o julgamento contra os infiéis, com o tempo o monte da casa de Jeová será enaltecido e muitos povos voltar-se-ão para Ele.
  Devido à desobediência de Judá, Jeová removerá os essenciais para sustentar a vida (pão e água) e a base para estabilidade social.
  Mulheres arrogantes, de roupas vistosas, ver-se-ão obrigadas a usar as vestes de cativos.
  Israel, como vinhedo, falhou em produzir frutos de retidão e justiça.
  Purificados os lábios de Isaías; voluntariamente aceita a comissão de profeta, de ir a pessoas não receptíveis.
Ameaças de invasões inimigas e promessa de livramento. (7:1-12:6)
  Esforço siro-israelita para destronar Acaz falhará; é dado o sinal confirmatório do nascimento de Emanuel.
  O filho de Isaías, Maer-Salal-Hás-Baz, servirá como sinal de que Damasco e Samaria serão devastadas pela Assíria antes de o menino poder dizer “Meu pai!” e “Minha mãe!”.
  Alívio duradouro a vir por meio do Príncipe da Paz.
  A Assíria, vara da ira de Jeová, será punida por insolência; Jerusalém será livrada.
  Rebento do tronco de Jessé tornar-se-á governante, terá o espírito de Deus, reinará com justiça.
Pronúncias de desolações internacionais. (13:1-23:18)
  Babilônia será desolada, seu “rei” lançado no Seol.
  O jugo da Assíria será retirado, raiz filistéia morrerá de fome, Moabe será desolado e Damasco reduzida a ruínas.
  Egípcios e etíopes serão humilhados pelos assírios e levados ao exílio.
  Elão e Média participarão em derrubar Babilônia.
  Tiro será rebaixada, esquecida por 70 anos.
Predição de salvação por Jeová. (24:1-35:10)
  Jeová dará um grande banquete para todos os povos e tragará a morte para sempre.
  A salvação por Jeová será assunto de um cântico.
  Um rei reinará em favor da justiça, e príncipes em favor da retidão; paz e segurança por tempo indefinido.
  Edom será desolado; Sião se regozijará sobre a sua própria restauração.
Jeová liberta da Assíria; predito o exílio babilônico. (36:1-39:8)
  Os assírios invadem Judá; Jeová salva Jerusalém em resposta à oração de Ezequias; 185.000 assírios são mortos.
  Ezequias mostra os tesouros à delegação babilônica; Isaías anuncia o vindouro exílio à Babilônia.
Livramento do exílio em Babilônia pelo Deus verdadeiro, restauração de Sião, Messias virá. (40:1-66:24)
  Jerusalém será restaurada pelo Todo-sábio, Todo-poderoso Criador.
  Restauração de seu povo vindicará Jeová como o único Deus, o único que pode predizer o futuro, para vergonha dos deuses sem vida criados pelo homem.
  A queda de Babilônia perante Ciro pavimentará o caminho para a reconstrução de Jerusalém.
  Sião devastada será feita igual ao jardim de Jeová.
  O servo de Jeová, o Messias, morrerá pelas transgressões de outros.
  A estéril Sião terá muitos filhos, e nenhuma arma será bem-sucedida contra ela.
  Jeová convida seu povo a regozijar-se na criação de novos céus e uma nova terra, mas os transgressores iníquos não terão participação.

Isaías 37:24-40:2 conforme aparece no Rolo do Mar Morto. O que agora é numerado como capítulo 40 de Isaías é aqui indicado como começando na última linha da coluna em que termina o capítulo 39.


Algumas Profecias Que Se Aplicam a Jesus Cristo
Texto de Isaías                                                                                                 Escrituras Cristãs
7:14                                                                Nascido de uma donzela,              Mt 1:22, 23
                                                                       uma virgem.
9:7; 11:1-5, 10                                               Descendência de Davi,                   Lu 1:32, 33;
                                                                       filho de Jessé.                                Ro 15:8, 12
40:3-5                                                             Relacionado com a sua                  Mt 3:1-3;
                                                                       vinda, fez-se o anúncio:                  Mr 1:1-4;
                                                                       “Desobstruí o caminho                   Lu 3:3-6;
                                                                       de Jeová!”                                     Jo 1:23
61:1, 2                                                             Ungido por Jeová para                  Lu 4:17-21
                                                                         declarar boas novas
                                                                         aos mansos.
9:1, 2                                                                Trouxe luz à Galiléia.                    Mt 4:13-16
42:1-4                                                               Tornou clara a justiça de               Mt 12:10-21
                                                                          Deus; não quebrou os que
                                                                          eram semelhantes a uma
                                                                          cana esmagada.
53:4, 5                                                               Carregou as doenças de               Mt 8:16, 17;
                                                                          outros; por causa de suas             1Pe 2:24
                                                                          feridas, outros foram sarados.
53:1                                                                   Não foi crido.                               Jo 12:37, 38
53:12                                                                 Contado com os                           Lu 22:37
                                                                          transgressores.
8:14, 15; 28:16                                                  Rejeitado, pedra de tropeço,          1Pe 2:6-8
                                                                          mas tornou-se pedra do
                                                                          ângulo.
Outros casos em Que Se Observam Eventos em Cumprimento de Profecias de Isaías, mas Onde o Escritor Não Menciona Isaías.
Texto de Isaías                                                                                         Escrituras Cristãs
50:6                                                     Foi insultado, golpeado,              Mt 26:67; Mr 14:65
                                                            cuspido.
53:7                                                     Quieto e não queixoso                 Mt 27:12-14;
                                                            perante acusadores.                     At 8:28, 32-35
53:9                                                     Sepultado no túmulo dum             Mt 27:57-60
                                                            homem rico.
53:8, 11                                              Morte sacrificial, para                    Ro 4:25
                                                           abrir caminho para muitos
                                                           alcançarem uma posição
                                                            justa perante Deus.
              
Outras Profecias Cumpridas
Alguns dos Muitos Eventos Anteriores ao Primeiro Século EC Que Cumpriram Profecias de Isaías.
Texto de Isaías
1:26-30;                                   Jerusalém destruída; exílio a Babilônia.
 24:1-6; 39:6, 7
43:14; 44:26-28                        Livramento do exílio; Jerusalém
                                                 restaurada; Ciro, instrumento usado
                                                 por Jeová para realizar isso.
23:1, 8, 13, 14                          Cidade de Tiro continental destruída
                                                 pelos caldeus sob Nabucodonosor.
          

                                               Cumprimentos Maiores Agora e no Futuro
É óbvio, da leitura da Bíblia, que muitas das profecias de Isaías têm mais de um cumprimento e que grande parte do livro está tendo e ainda terá seu cumprimento final, maior. Só no livro de Revelação (Apocalipse) há muitas citações das profecias de Isaías, ou alusões a elas, algumas das quais alistamos a seguir:
Texto de Isaías                                                                                   Revelação
21:9                            Babilônia caiu!                                                   18:2
40:10                          Jeová vem com recompensa.                              22:12
47:5, 7-9                     Babilônia, meretriz e amante                              17:1, 2,
                                   de reinos, sofre calamidade.                               18; 18:7
48:20                           Ordena-se ao povo de Deus que                       18:4
                                    saia de Babilônia.
60:1, 3, 5, 11                Nova Jerusalém assemelhada à                          21:11,
                                     antiga Jerusalém em seu                                     24-26
                                     estado restaurado.
66:22                            Jeová cria novo(s) céu(s)                                    21:1
                                     e uma nova terra.


Jeremias, Livro de
Profecias e registro histórico escritos por Jeremias às ordens de Jeová. Jeremias foi comissionado como profeta no 13.° ano do Rei Josias (647 AEC), para avisar o reino meridional de Judá da sua impendente destruição. Isto se deu menos de um século depois da atividade do profeta Isaías, e da queda de Israel, o reino setentrional, diante dos assírios.
Disposição. O livro não é disposto em ordem cronológica, mas, antes, segundo assuntos. Quando necessário, apresentam-se informações que indicam datas, mas a maioria das profecias é aplicável à nação de Judá durante todo o período geral dos reinados de Josias, Jeoacaz, Jeoiaquim, Joaquim e Zedequias. Deus disse repetidas vezes a Jeremias que aquela nação era incorrigivelmente iníqua, irreformável. Todavia, as pessoas de coração reto tiveram plena oportunidade de transformar-se e de obter libertação. Quanto a ser profético para os nossos dias, a disposição seguida não influi no entendimento e na aplicação dos escritos de Jeremias.
Quando Foi Escrito. Na maior parte, o livro de Jeremias não foi escrito na ocasião em que ele declarou as profecias. Antes, Jeremias evidentemente só assentou por escrito as suas proclamações quando recebeu ordens de Jeová, no quarto ano do Rei Jeoiaquim (625 AEC), para ditar todas as palavras que lhe haviam sido dadas por Jeová até aquela data. Estas incluíam não só as palavras proferidas sobre Judá, no tempo de Josias, mas também proclamações de julgamento sobre todas as nações. (Je 36:1, 2) O rolo resultante foi queimado por Jeoiaquim quando Jeudi o leu para ele. Mas Jeremias recebeu ordens de escrevê-lo de novo, o que fez mediante seu secretário, Baruque, com muitas palavras adicionais. — 36:21-23, 28, 32.
O restante do livro foi, evidentemente, acrescentado mais tarde, inclusive a introdução, que menciona o 11.° ano de Zedequias (Je 1:3), outras profecias que Jeremias assentou por escrito na ocasião em que deveria proferi-las ( 30:2; 51:60), e a carta aos exilados em Babilônia ( 29:1). Adicionalmente, as proclamações proferidas no reinado de Zedequias e os relatos dos eventos depois da queda de Jerusalém, até cerca de 580 AEC, foram acrescentados mais tarde. Talvez tenha acontecido que, embora o rolo escrito por Baruque fosse a base de grande parte do livro, Jeremias, depois disso, o editou e rearranjou ao adicionar seções posteriores.
Autenticidade. A autenticidade de Jeremias é geralmente aceita. Apenas alguns críticos a têm questionado, à base das diferenças entre o texto massorético hebraico e a Septuaginta grega, conforme consta no Manuscrito Alexandrino. Há mais variações entre os textos hebraico e grego do livro de Jeremias do que em qualquer outro livro das Escrituras Hebraicas. Diz-se que a Septuaginta grega tem cerca de 2.700 palavras, ou um oitavo do livro, menos do que o texto hebraico. A maioria dos peritos concorda que a tradução grega deste livro é deficiente, mas isto não reduz a fidedignidade do texto hebraico. Tem-se sugerido que o tradutor talvez usasse um manuscrito hebraico de “família” diferente, uma recensão especial, mas o estudo crítico revela que, pelo que parece, não foi assim.
O cumprimento das profecias registradas por Jeremias, junto com seu conteúdo, atestam fortemente a autenticidade do livro. Entre as numerosas profecias de Jeremias estão as alistadas na tabela na página 515.
Princípios e Qualidades de Deus. Além dos cumprimentos que alistamos, o livro delineia muitos princípios que deviam orientar-nos. Destaca que o formalismo não tem valor algum aos olhos de Deus, mas que Ele deseja adoração e obediência de coração. Diz-se aos habitantes de Judá que não confiem no templo e nos prédios que o cercam, e eles são admoestados: “Fazei-vos circuncidar para Jeová e tirai os prepúcios de vossos corações.” — Je 4:4; 7:3-7; 9:25, 26.
O livro fornece muitas ilustrações que revelam as qualidades de Deus e seus tratos com o seu povo. A grande benevolência e misericórdia de Jeová são exemplificadas na libertação de um restante do seu povo e em finalmente restaurá-lo a Jerusalém, segundo profetizado por Jeremias. O apreço e a consideração de Deus com aqueles que mostram benignidade para com seus servos, e ser Ele o Recompensador daqueles que o buscam e lhe mostram obediência, são destacados em Seu cuidado para com os recabitas, para com Ebede-Meleque e para com Baruque. — Je 35:18, 19; 39:16-18; 45:1-5.
Jeová é brilhantemente representado como o Criador de todas as coisas, o Rei por tempo indefinido, o único Deus verdadeiro. Ele é o único a ser temido, Aquele que corrige e dirige os que invocam o Seu nome, e aquele cuja denúncia nenhuma nação pode agüentar. Ele é o grande Oleiro, em cuja mão as pessoas e as nações são como barro de oleiro, para serem trabalhadas ou destruídas a seu bel-prazer. — Je 10; 18:1-10; Ro 9:19-24.
O livro de Jeremias revela que Deus espera que o povo que leva Seu nome seja uma glória e um louvor para Ele, e que Ele o considera achegado a si. (Je 13:11) Os que profetizam falsamente em Seu nome, dizendo “paz” àqueles com quem Deus não está em paz, têm de prestar contas a Deus por suas palavras, e tropeçarão e cairão. (Je 6:13-15; 8:10-12; 23:16-20) Os que estão diante do povo como sacerdotes e profetas têm grande responsabilidade perante Deus, pois, conforme ele disse aos em Judá: “Não enviei os profetas, no entanto, eles mesmos correram. Não falei com eles, no entanto, eles mesmos profetizaram. Mas, se tivessem estado de pé no meu grupo íntimo, então teriam feito meu povo ouvir as minhas próprias palavras, e teriam feito que recuassem do seu mau caminho e da ruindade das suas ações.” — 23:21, 22.
Como em outros livros da Bíblia, a relação da nação santa de Deus com Ele é considerada como a de esposa, e a infidelidade a Ele é “prostituição”. (Je 3:1-3, 6-10; compare isso com Tg 4:4.) A lealdade do próprio Jeová a seus pactos, porém, é inquebrantável. — Je 31:37; 33:20-22, 25, 26.
Muitos são os excelentes princípios e ilustrações do livro, aos quais os outros escritores da Bíblia recorreram como referência. E muitos outros padrões pictóricos e proféticos são encontrados, que têm aplicação e significado vital para o cristão hodierno e seu ministério.

DESTAQUES DE JEREMIAS
  Registro das proclamações de julgamento por Jeová feitas mediante Jeremias, bem como um relato do que o próprio profeta passou e da destruição de Jerusalém por Babilônia.
  A escrita foi iniciada uns 18 anos antes da queda de Jerusalém, e foi completada cerca de 27 anos depois deste evento.
O jovem Jeremias é comissionado como profeta.
  Ele tanto terá de ‘derrubar’, como de ‘construir’ e ‘plantar’.
  Jeová o fortalecerá para a comissão. (1:1-19)
Jeremias cumpre a sua comissão de ‘derrubar’.
  Ele expõe a iniqüidade de Judá e proclama a certeza da destruição de Jerusalém; a presença do templo não salvará a nação infiel; o povo de Deus será exilado por 70 anos em Babilônia. (2:1-3:13; 3:19-16:13; 17:1-19:15; 24:1-25:38; 29:1-32; 34:1-22)
  Anunciam-se julgamentos contra Zedequias e Jeoiaquim, bem como contra os falsos profetas, os pastores infiéis e os sacerdotes sem fé. (21:1-23:2; 23:9-40; 27:1-28:17)
  Jeová prediz derrotas humilhantes de muitas nações, inclusive dos babilônios. (46:1-51:64)
Jeremias cumpre sua tarefa de ‘construir’ e de ‘plantar’.
  Ele indica o restabelecimento dum restante israelita e que será suscitado um “renovo justo”. (3:14-18; 16:14-21; 23:3-8; 30:1-31:26; 33:1-26)
  Anuncia também que Jeová concluirá um novo pacto com o seu povo. (31:27-40)
  Às ordens de Jeová, Jeremias compra um campo, a fim de ilustrar a certeza de que Israel retornará do exílio. (32:1-44)
  Assegura aos recabitas que eles sobreviverão por terem obedecido ao seu antepassado Jonadabe; a obediência deles expõe a desobediência de Israel a Jeová. (35:1-19)
  Repreende a Baruque e o fortalece com a certeza de sua sobrevivência à vindoura calamidade. (45:1-5)
Jeremias sofre por profetizar destemidamente.
  É golpeado e posto no tronco onde passa a noite. (20:1-18)
  Arma-se uma trama para matá-lo por ter proclamado a destruição de Jerusalém, mas os príncipes o libertam. (26:1-24)
  O rei queima o rolo de Jeremias; Jeremias é falsamente acusado de desertar para os babilônios, e é preso e encarcerado. (36:1-37:21)
  Por fim, ele é posto numa cisterna lamacenta para ali morrer; Ebede-Meleque o resgata e recebe a promessa de proteção durante a vindoura destruição de Jerusalém. (38:1-28; 39:15-18)
Os eventos desde a queda de Jerusalém até a fuga para o Egito.
  Jerusalém cai; o Rei Zedequias é capturado, seus filhos são mortos, e ele é cegado e levado a Babilônia. (52:1-11)
  O templo e as casas grandes de Jerusalém são incendiados, e a maioria do povo é levada ao exílio. (39:1-14; 52:12-34)
  Gedalias é designado governador sobre os poucos israelitas remanescentes, mas é assassinado. (40:1-41:9)
  O povo, temeroso, foge para o Egito; Jeremias adverte que o próprio Egito cairá e lhes sobrevirá a calamidade naquele país. (41:10-44:30)

PROFECIAS REGISTRADAS POR JEREMIAS
As Que Ele Viu Cumprir-se
  O cativeiro de Zedequias e a destruição de Jerusalém por Nabucodonosor, rei de Babilônia. (Je 20:3-6; 21:3-10; 39:6-9)
  O destronamento e a morte no cativeiro do Rei Salum (Jeoacaz). (Je 22:11, 12; 2Rs 23:30-34; 2Cr 36:1-4)
  O Rei Conias (Joaquim) levado cativo a Babilônia. (Je 22:24-27; 2Rs 24:15, 16)
  A morte, dentro de um ano, do falso profeta Hananias. (Je 28:16, 17)
  Alguns dos recabitas e Ebede-Meleque, o etíope, sobreviverem à destruição de Jerusalém. (Je 35:19; 39:15-18)
Outras Cujo Cumprimento a História Registra
  O Egito invadido, conquistado por Nabucodorosor (Nabucodonosor). (Je 43:8-13; 46:13-26)
  O retorno dos judeus e a reconstrução do templo e da cidade depois de 70 anos de desolação. (Je 24:1-7; 25:11, 12; 29:10; 30:11, 18, 19; compare isso com 2Cr 36:20, 21; Esd 1:1; Da 9:2.)
  Amom devastado. (Je 49:2)
  Edom decepado como nação. (Je 49:17, 18) (Com a morte dos Herodes, Edom ficou extinta como nação.)
  Babilônia tornar-se uma desolação permanente. (Je 25:12-14; 50:35, 38-40)
As Que Têm Significativo Cumprimento Espiritual, Como Indicado nas Escrituras Gregas Cristãs
  Feito um novo pacto com a casa de Israel e a casa de Judá. (Je 31:31-34; He 8:8-13)
  Não faltará à casa de Davi um homem no trono do reino para sempre. (Je 33:17-21; Lu 1:32, 33)
  A queda de Babilônia, a Grande, é uma ampliação e uma aplicação simbólica das palavras de Jeremias contra a antiga Babilônia, conforme mostram as seguintes comparações:  

Je 50:2—Re 14:8; Je 50:8; 51:6, 45—Re 18:4; Je 50:15, 29—Re 18:6, 7; Je 50:23—Re 18:8, 15-17; Je 50:38—Re 16:12; Je 50:39, 40; 51:37—Re 18:2; Je 51:8—Re 18:8-10, 15, 19; Je 51:9, 49, 56—Re 18:5; Je 51:12—Re 17:16, 17; Je 51:13—Re 17:1, 15; Je 51:48—Re 18:20; Je 51:55—Re 18:22, 23; Je 51:63, 64—Re 18:21.

Lamentações, Livro de
Nos tempos bíblicos, lamentações ou endechas eram compostas e entoadas em memória de amigos falecidos (2Sa 1:17-27), de nações devastadas (Am 5:1, 2) e de cidades arruinadas (Ez 27:2, 32-36). O livro de Lamentações fornece um exemplo inspirado de tal composição lamentosa. Consiste em cinco poemas líricos (em cinco capítulos) que lamentam a destruição de Jerusalém às mãos babilônicas, em 607 AEC.
O livro reconhece que Jeová justificadamente trouxe a punição sobre Jerusalém e Judá devido ao erro de Seu povo. (La 1:5, 18) Destaca também a benevolência e a misericórdia de Deus, e mostra que Jeová é bom para aquele que espera nele. — La 3:22, 25.
Nome. No hebraico, este livro é chamado pela palavra inicial ’Eh·kháh!, que significa “Como!”. Os tradutores da Septuaginta chamaram o livro de Thré·noi, que significa “Endechas; Lamentos”. No Talmude Babilônico (Bava Batra 14b) ele é identificado pelo termo Qi·nóhth, que significa “Endechas; Elegias”, e é chamado por Jerônimo de Lamentationes (latim). O nome em português, Lamentações, vem deste último título.
Lugar no Cânon Bíblico. No cânon hebraico, o livro de Lamentações é usualmente incluído entre os cinco Meghil·lóhth (Rolos), consistindo em O Cântico de Salomão, Rute, Lamentações, Eclesiastes e Ester. No entanto, nas cópias antigas das Escrituras Hebraicas, diz-se que o livro de Lamentações seguia o livro de Jeremias, como o faz nas Bíblias atuais em português.
Escritor. Na Septuaginta grega este livro é introduzido pelas palavras: “E aconteceu que, depois de Israel ter sido levado cativo e Jerusalém ter sido desolada, Jeremias sentou-se chorando e lamentando com este lamento sobre Jerusalém, e disse.” Os targuns também identificam Jeremias como o escritor, introduzindo-o assim: “Jeremias, o profeta e grande sacerdote, disse.” A introdução na recensão Clementina da Vulgata latina é: “E aconteceu que, depois de Israel ter sido levado ao cativeiro e Jerusalém ter ficado deserta, Jeremias, o profeta, estava sentado chorando e lamentou com este lamento sobre Jerusalém; e suspirando com espírito amargo, e gemendo pesarosamente, ele disse.”
Estilo. Os cinco capítulos do livro de Lamentações consistem em cinco poemas, os primeiros quatro sendo acrósticos. O alfabeto hebraico tem 22 letras distintas (consoantes) e, em cada um dos primeiros quatro capítulos de Lamentações, os versos sucessivos começam com uma das 22 letras do alfabeto hebraico. Os capítulos 1, 2 e 4 têm cada um 22 versos em ordem alfabética, segundo o alfabeto hebraico, o verso 1 começando com a primeira letra hebraica, ’á·lef, o verso 2 com a segunda letra, behth, e assim por diante, até o fim do alfabeto. O capítulo 3 tem 66 versos e, nele, três versos sucessivos começam com a mesma letra hebraica, antes de passar para a letra seguinte.
Nos capítulos 2, 3 e 4 há uma inversão das letras ‛á·yin e pe’ (ali não se acham na mesma ordem como em Lamentações 1 e no Sal 119). Mas isto não significa que o escritor inspirado de Lamentações tenha cometido um erro. Numa análise do assunto, tem-se observado o seguinte: “A irregularidade em pauta deveria, menos ainda, ser atribuída a uma falha por parte do compositor . . ., pois a irregularidade é repetida em três poemas. É, ao invés, ligada a outra circunstância. Pois verificamos em outros poemas alfabéticos também, especialmente os mais antigos, muitos desvios da regra, o que inegavelmente prova que os compositores só se atinham rigorosamente à ordem do alfabeto enquanto se ajustasse ao transcurso do pensamento, sem qualquer artificialidade.” (Commentary on the Old Testament [Comentário Sobre o Velho Testamento], de C. F. Keil e F. Delitzsch, 1973, Vol. VIII, As Lamentações de Jeremias, p. 338) Entre os exemplos então citados acham-se o Salmo 34, onde o verso da vau está faltando, e o Salmo 145, que omite o verso da letra nune. Não existir estrita aderência ao arranjo alfabético das letras hebraicas nestes escritos inspirados não nos deve causar preocupação. Ao passo que o uso de acrósticos sem dúvida servia como ajuda para a memória, a mensagem era de importância primária, e o conteúdo de idéias tinha precedência sobre qualquer artifício literário.
Lamentações, capítulo 5, não é um poema acróstico, embora realmente contenha 22 versos, o mesmo número de letras do alfabeto hebraico.
Tempo da Composição. A qualidade vívida de Lamentações mostra que o livro foi escrito pouco depois da queda de Jerusalém, em 607 AEC, enquanto os eventos do sítio e o incêndio de Jerusalém pelos babilônios ainda estavam frescos na mente de Jeremias. Há acordo geral de que o livro de Lamentações foi escrito logo depois da queda de Jerusalém, e é razoável concluir-se que a sua escrita terminou em 607 AEC.
Cumprimento de Profecia. As palavras de Deuteronômio 28:63-65 tiveram cumprimento na experiência de Jerusalém, vividamente retratada no livro de Lamentações. O cumprimento de várias outras profecias e avisos divinos é também indicado neste livro. Por exemplo, compare Lamentações 1:2 com Jeremias 30:14; Lamentações 2:17 com Levítico 26:17; Lamentações 2:20 com Deuteronômio 28:53.
Conteúdo. No primeiro capítulo, começando com o versículo 12 , Jeremias personifica Jerusalém, a “mulher” Sião, em pacto com Deus, como que falando. (Is 62:1-6) Ela está agora desolada, como que enviuvada e destituída de seus filhos, uma mulher cativa colocada sob trabalhos forçados como escrava. No capítulo 2, o próprio Jeremias fala. No capítulo 3, Jeremias extravasa seus sentimentos, transferindo-os para a figura da nação como um “varão vigoroso”. No capítulo 4, Jeremias continua seu lamento. No quinto capítulo, os habitantes de Jerusalém são representados como que falando. As expressões de reconhecimento do pecado, a esperança e confiança em Jeová, e o desejo de voltar-se para o caminho correto, conforme representados em todo o livro, não eram os reais sentimentos da maioria do povo. No entanto, havia um restante como Jeremias. Assim, o conceito expresso no livro de Lamentações é uma avaliação verdadeira da situação de Jerusalém conforme Deus a via.
O livro de Lamentações é, por conseguinte, um registro verdadeiro e valioso, inspirado por Deus.

DESTAQUES DE LAMENTAÇÕES
  Cinco poemas que lamentam a tragédia que se abateu sobre Jerusalém e seus habitantes em 607 AEC às mãos dos babilônios.
  Escrito por Jeremias logo após a destruição de Jerusalém.
Jerusalém é personificada como viúva destituída de seus filhos, não tendo ninguém para a consolar. (1:1-22)
  Ela reconhece que seu pecado contra Jeová é o motivo de sua aflição.
  Ela ora ao Todo-poderoso para que puna os que se regozijam com o seu sofrimento.
Jeová agiu em ira contra Jerusalém. (2:1-22)
  Ele lançou Jerusalém “do céu para a terra”.
  Ele rejeitou Seu santuário e não mostrou respeito nem para com o rei e nem para com o sacerdote.
  Em resultado, os que passam por ali se espantam com o que aconteceu com a cidade que era “a perfeição da lindeza”.
O “varão vigoroso”, que representa a nação, fala de sua aflição, contudo, expressa esperança. (3:1-66)
  Ele descreve sua atual situação desesperadora.
  Não obstante, sente-se confiante de que Jeová ouvirá as orações de seu povo e mostrará misericórdia.
Terríveis efeitos do cerco de Jerusalém. (4:1-22)
  A morte pela espada era melhor do que a morte pela fome; as mulheres até mesmo comiam seus próprios filhos.
  Sobreviventes fugitivos eram implacavelmente perseguidos nas regiões montanhosas e ermas.
Pede-se a Jeová que atente ao sofrimento do povo e volte a conceder-lhe seu favor. (5:1-22)
  A possessão hereditária de seu povo foi entregue a estranhos.
  Foram envergonhados e rebaixados.
  Oram a Jeová para que os traga de volta a ele, embora os tenha rejeitado com indignação.


Ezequiel, Livro de
Este notável livro leva o nome do profeta que o escreveu. Ezequiel, filho de Buzi, um sacerdote, talvez completasse a escrita do livro em Babilônia por volta do ano 591 AEC. Abrange um período de aproximadamente 22 anos, de 613 a cerca de 591 AEC. — Ez 1:1-3; 29:17.
O livro de Ezequiel distingue-se em visões, símiles e alegorias, ou parábolas, e especialmente na realização de ações simbólicas, como quando Ezequiel foi mandado por Deus a gravar um desenho de Jerusalém num tijolo e então encenar um sítio armado contra ela, como sinal para Israel. (Ez 4:1-17) Outras ações simbólicas envolviam a junção de duas varetas, representando as duas casas de Israel (37:15-23), e Ezequiel cavar um buraco numa parede e sair com a sua bagagem, representando o cativeiro de Jerusalém. (12:3-13) A ilustração de Oolá e Oolibá é uma das vívidas alegorias do livro. (Cap. 23) Outro aspecto notável do livro de Ezequiel é o cuidado meticuloso de Ezequiel em datar as suas profecias, não só indicando o ano do exílio do Rei Joaquim, mas também o mês e o dia do mês. — 1:1, 2; 29:1; 30:20; 31:1; 32:1; 40:1.
Autenticidade. Prova da autenticidade do livro encontra-se no cumprimento das suas profecias.

(Para exemplos, veja post AMONITAS; EDOM, EDOMITAS; TIRO.)

Testemunho adicional da autenticidade do livro provém da arqueologia. O famoso arqueólogo norte-americano W. F. Albright escreveu: “Dados arqueológicos têm . . . demonstrado a originalidade substancial dos Livros de Jeremias e de Ezequiel, de Esdras e de Neemias, além de dúvida; têm confirmado o quadro tradicional dos eventos, bem como sua ordem.” — The Bible After Twenty Years of Archeology (1932-1952) (A Bíblia Após Vinte Anos de Arqueologia [1932-1952]), 1954, p. 547.
A autenticidade do livro de Ezequiel é apoiada por sua harmonia com os outros livros da Bíblia. Embora não seja citado ou mencionado diretamente por nenhum dos escritores das Escrituras Gregas Cristãs, não obstante, as alusões a algumas das suas declarações, bem como expressões similares, são freqüentes. Ezequiel e Jesus falaram de se secar uma árvore viçosa. (Ez 17:24; Lu 23:31) Tanto Ezequiel como Jesus falaram dum julgamento das pessoas como ovelhas e cabritos. (Ez 34:17; Mt 25:32, 33) O livro de Revelação (Apocalipse) usa muitas ilustrações similares às de Ezequiel. — Compare Ez 1:28 com Re 4:3; Ez 10:3, 4, com Re 15:8; Ez 12:25 com Re 10:6; Ez 37:10 com Re 11:11.
Deve-se notar que entre os papiros bíblicos, gregos, Chester Beatty encontra-se um códice que contém, entre outras partes da Bíblia, Ezequiel, Daniel e Ester. Todos estes se encontram em um só códice, o qual, conforme parece provável, consistia originalmente em 118 folhas. É uma cópia escrita por dois escribas, possivelmente na primeira metade do terceiro século, indicando a substancial integridade do livro de Ezequiel assim como nos foi transmitido.
Visto que Jeremias e Ezequiel eram contemporâneos, suas profecias têm muitas coisas em comum. (Compare Ez 18:2 com Je 31:29; Ez 24:3 com Je 1:13; Ez 34:2 com Je 23:1.) Daniel e Ezequiel, também contemporâneos, usam expressões similares nos seus escritos. Ezequiel, enquanto amarrado com cordas, profetizou sobre o reino de Judá e designou “um dia por um ano”, correspondendo cada dia da profecia a um ano no cumprimento. (Ez 4:4-8) Daniel falou dum toco de árvore enfaixado com bandas, uma profecia referente ao Reino, e especificou o período até a remoção das bandas. (Da 4:23) Outra profecia de tempo, de Daniel, foi a das 70 semanas, relacionada com a vinda do Messias, o Líder, profecia que também usou um dia para simbolizar um ano no cumprimento. — Da 9:24-27.
Disposição da Matéria. As profecias e visões de Ezequiel, na maior parte, estão dispostas tanto em ordem cronológica como tópica. Os quatro versículos do capítulo  29:17-20 estão fora da sua ordem cronológica (veja Ez 29:1; 30:20), mas cabem ali em sentido tópico, junto com a profecia contra o Egito. Até o décimo mês do nono ano do primeiro exílio, o ponto central em torno do qual giravam as profecias de Ezequiel era a completa queda e desolação de Jerusalém, havendo apenas breves referências à restauração. Este é o teor dos primeiros 24 capítulos. Durante o sítio de Jerusalém, o profeta voltou sua atenção principalmente para proferir calamidades contra as nações pagãs, previstas por Jeová Deus como se regozijando com a queda de Jerusalém. Depois da chegada da notícia de que Jerusalém tinha caído, o profeta soa o glorioso tom da restauração, tema predominante no restante do livro. — 33:20, 21.
O livro de Ezequiel revela que a religião falsa de Babilônia tinha sido introduzida nos recintos do templo de Jeová, especialmente na forma de adoração do deus babilônico Tamuz. (Ez 8:13, 14) Além dessa detestável adoração falsa no próprio templo de Jeová, os judeus apóstatas encheram a terra de Judá de violência. Não surpreende, portanto, que Ezequiel, na sua visão, ouve a chamada para os executores da parte de Jeová virem com suas armas maçadoras e ficarem de pé junto ao altar no pátio interno do templo. Jeová dá-lhes então ordens para passarem pelo meio da infiel Jerusalém e matarem todos os não marcados como adoradores de Jeová: “O idoso, o jovem, e a virgem, e a criancinha, e as mulheres — para a ruína. Mas não vos aproximeis de nenhum homem em quem haja o sinal, e deveis principiar desde o meu santuário.” ( 9:6) Ezequiel relata que os executores da parte de Jeová principiaram por matar primeiro os 70 homens idosos que adoravam esculturas idólatras na parede duma câmara no pátio interno. Todas as mulheres sentadas junto ao portão, chorando o deus babilônico Tamuz, e os apóstatas adoradores do sol, junto ao pórtico do templo, também foram mortos. ( 8:7  -9:8) A visão de Ezequiel foi apenas uma previsão do que sobreviria a Jerusalém quando Jeová a fizesse beber da Sua mão o copo do vinho do Seu furor por meio do Seu servo executor, o Rei Nabucodonosor (Nabucodorosor), e os exércitos dele. — Je 25:9, 15-18.
As profecias de restauração, de Ezequiel, devem ter dado consolo aos judeus exilados. No 25.° ano do seu exílio (593 AEC), Ezequiel teve uma notável visão a respeito dum novo templo de Jeová, cujo modelo procedeu do próprio Jeová Deus, e duma cidade adjacente chamada Jeová-Samá, que significa “O Próprio Jeová Está Ali”. (Ez 40:1-48:35) No meio duma terra de idolatria pagã, isto reforçou a esperança dos exilados judeus arrependidos para novamente adorarem o Deus verdadeiro, Jeová, no seu templo.
A profecia de Ezequiel enfatiza o tema da Bíblia, a vindicação do nome de Jeová por meio do Reino messiânico. Salienta que, embora Deus permitisse um período longo de vaga no trono de Davi, Ele não havia abandonado seu pacto com Davi, referente a um reino. O Reino seria dado Àquele que tem o direito legal. Deste modo, Ezequiel, assim como Daniel, indicou aos judeus a esperança do Messias. (Ez 21:27; 37:22, 24, 25) Jeová fez com que Ezequiel dissesse mais de 60 vezes que as pessoas “terão de saber que eu sou Jeová”. Ezequiel enaltece o nome memorial de Deus por usar 217 vezes a expressão “Soberano Senhor Jeová”. — Ez 2:4 n.

DESTAQUES DE  EZEQUIEL
Profecias a respeito da destruição de Jerusalém por Babilônia e o restabelecimento dum restante fiel. Um tema central é que as pessoas “terão de saber que eu sou Jeová”.
  Escrito em Babilônia — a maior parte durante os seis anos antes de Jerusalém ser destruída em 607 AEC, e parte dele só por volta de 591 AEC.
Jeová comissiona Ezequiel (então exilado em Babilônia) como vigia. (1:1-3:27)
  Recebe uma espantosa visão da glória de Jeová, bem como de querubins de quatro faces e acompanhados por rodas cheias de olhos nas cambotas.
  Responsabilidade séria como vigia.
Profecias de aviso contra Judá e Jerusalém infiéis. (4:1-24:27)
  Manda-se que Ezequiel encene o vindouro sítio de Jerusalém, por se deitar sobre o seu lado esquerdo, diante dum tijolo gravado, por 390 dias, e por 40 dias deitado sobre o seu lado direito, subsistindo de pequenas porções de alimento e água.
  O país, inclusive os lugares usados para idolatria, será destruído; os infiéis perecerão, sobrevivendo um restante; nem ouro nem prata será de valor para prover escape.
  Por se realizarem práticas idólatras nos recintos do templo, Jeová decide expressar seu furor, sem compaixão; apenas os marcados pelo secretário vestido de linho serão poupados.
  A fuga do Rei Zedequias e do povo é ilustrada por Ezequiel levar sua bagagem através dum buraco cavado numa parede.
  O julgamento de Jeová contra profetas e profetisas falsos.
  Enigma das águias e da videira indica conseqüências amargas, porque o povo se volta para o Egito em busca de ajuda.
  O julgamento de Jeová será de acordo com as ações de cada um, e não, conforme afirmado erroneamente, apenas pelos pecados dos pais.
  A coroa do iníquo Zedequias será removida e o domínio real da linhagem de Davi cessará até que venha Aquele que tem o direito legal.
  As infiéis Samaria e Jerusalém são retratadas como duas prostitutas, Oolá e Oolibá; Jerusalém receberá tratamento severo dos seus anteriores amantes.
  A sitiada Jerusalém é comparada a uma panela aquecida, e os seus habitantes à carne dentro dela.
Profecias contra nações circunvizinhas, algumas das quais Jeová prevê que se regozijarão com a queda de Jerusalém. (25:1-32:32)
  Amom, Moabe, Edom e a Filístia serão desolados.
  Tiro será sitiada por Nabucodonosor, e, com o tempo, se tornará um lugar desolado; a destruição é comparada ao afundamento dum bom navio junto com a sua carga; a dinastia tíria terminará por causa da arrogância e da traição.
  O Egito será saqueado por Nabucodonosor, em pagamento pelos serviços que prestou como executor do julgamento divino contra Tiro; Faraó e sua massa de gente são comparados a um cedro a ser derrubado.
Profecias de libertação e restauração do povo de Deus. (33:1-48:35)
  Jeová ajuntará seu povo, suas ovelhas, e suscitará seu servo Davi para pastoreá-lo.
  Ao passo que Edom será desolado, a terra de Israel florescerá como o jardim do Éden.
  Os israelitas, como exilados em Babilônia, se parecem a ossos secos, sem vida, mas serão ressuscitados.
  A união de duas varetas, uma representando José e a outra Judá, ilustra que o povo exilado será reunificado sob o servo de Deus, Davi.
  Os do povo restabelecido de Jeová sofrerão o ataque de Gogue, mas Jeová promete protegê-los e destruir as forças de Gogue.
  Ezequiel recebe a visão de um templo e suas particularidades; um rio flui do templo para o mar Morto, onde as águas são curadas e se desenvolve uma indústria pesqueira; árvores ao longo das margens do rio produzem fruto comestível e folhas curativas.
  Delineia-se a repartição das terras; descreve-se a cidade “O Próprio Jeová Está Ali”.

Daniel, Livro de
Livro profético colocado nas Bíblias em português entre os profetas maiores, logo depois de Ezequiel. Esta é a ordem seguida na Septuaginta grega e na Vulgata latina. No cânon hebraico, Daniel está entre os “Escritos” ou “Hagiógrafos”.
Escritor. Que Daniel foi o escritor é evidenciado pelo próprio livro. Este relata: “No primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia, o próprio Daniel teve um sonho e visões da sua cabeça, sobre a sua cama. Naquele tempo ele anotou o próprio sonho. Fez o relato completo dos assuntos.” (Da 7:1) Ser ele o escritor é também evidente de os capítulos 7 a 12  terem sido escritos na primeira pessoa.
Os capítulos 1 a 6 são escritos na terceira pessoa, mas isso não argumenta contra terem sido escritos por Daniel. Ele assumiu a posição de observador que relatava o que acontecia a ele e a outros. Outro escritor bíblico, Jeremias, faz isso freqüentemente. (Veja Je 20:1-6; 21:1-3; e  caps. 26, 36.) Também Jeremias escreve na primeira pessoa. — Je 1, 13, 15, 18; 
Cenário e Tempo da Escrita. O cenário do livro é Babilônia, com uma das visões ocorrendo em Susã, junto ao rio Ulai. Não está claro se Daniel estava mesmo em Susã ou se estava ali de modo visionário. A escrita foi completada por volta de 536 AEC, e o livro abrange o período de 618 a cerca de 536 AEC. — Da 8:1, 2.
Autenticidade. Alguns críticos questionam a autenticidade de Daniel, adotando a posição de um filósofo pagão e inimigo do cristianismo, do terceiro século, Porfírio, que afirmava que o livro de Daniel foi forjado por um judeu palestino do tempo de Antíoco Epifânio. Este forjador, teorizava ele, tomou eventos passados e os fez parecer profecias. A genuinidade do livro de Daniel, porém, nunca foi seriamente questionada, desde aquele tempo até o princípio do século 18. A aceitação do próprio Jesus Cristo da profecia de Daniel é evidência ainda mais significativa da autenticidade do livro. — Mt 24:15; Da 11:31.
Historicidade. Diversos manuscritos de partes do livro de Daniel foram encontrados nas cavernas do mar Morto. O manuscrito mais antigo data da primeira metade do primeiro século AEC; o livro de Daniel era uma parte aceita das Escrituras naquele tempo e era tão bem conhecido aos judeus, que já se haviam feito muitas cópias dele. Que era reconhecido como livro canônico daquele tempo é apoiado pelo escritor do livro apócrifo, mas histórico, de Primeiro Macabeus (2:59, 60), que faz referência ao livramento de Daniel da cova dos leões, e àquele dos três hebreus da fornalha ardente.
Dispomos também do testemunho do historiador judeu Josefo, que declara que as profecias de Daniel foram mostradas a Alexandre, o Grande, quando entrou em Jerusalém. Isto ocorreu por volta de 332 AEC, mais de 150 anos antes do período macabeu. Josefo diz a respeito deste evento: “Quando lhe foi mostrado o livro de Daniel, onde Daniel declarava que um dos gregos destruiria o império dos persas, ele supôs ser ele próprio a pessoa indicada.” (Jewish Antiquities [Antiguidades Judaicas], XI, 337 [viii, 5]) A história relata também que Alexandre concedeu grandes favores aos judeus, e crê-se que isto se deu por causa do que Daniel disse sobre ele na profecia.
Língua. Daniel 1:1-2:4a e  8:1-12:13 foram escritos em hebraico, ao passo que Daniel 2:4b-7:28 foi escrito em aramaico. A respeito do vocabulário usado na parte aramaica de Daniel, The International Standard Bible Encyclopedia (A Enciclopédia Bíblica Padrão Internacional; Vol. 1, p. 860) diz: “Examinando-se o vocabulário aramaico de Daniel, podem-se atestar logo nove décimos dele à base de inscrições semíticas ocidentais, ou de papiros do 5.° séc. A.C., ou anteriores. As palavras remanescentes foram encontradas em fontes tais como o aramaico nabateu ou palmireno, que são posteriores ao 5.° séc. A.C. Embora seja pelo menos teoricamente possível que este pequeno restante do vocabulário se tenha originado repentinamente após o 5.° séc. A.C., pode-se igualmente argumentar a favor desde uma forma escrita do 5.° século A.C. até uma anterior forma oral. A explanação bem mais provável, porém, é que o décimo faltante não representa nada mais sério do que uma lacuna no nosso conhecimento atual da situação lingüística, que podemos confiantemente esperar ser preenchida no decorrer do tempo.” — Editada por G. Bromiley, 1979.
Há algumas palavras chamadas persas em Daniel, mas, em vista dos freqüentes contatos dos judeus com babilônios, medos, persas e outros, isto não é incomum. Além disso, a maioria dos nomes estrangeiros usados por Daniel são nomes de altos funcionários, artigos de vestimenta, termos jurídicos e coisas assim, para os quais o hebraico ou o aramaico daquele tempo evidentemente não tinham adequados termos correspondentes. Daniel escreveu para os do seu povo, que se encontravam na maior parte em Babilônia, e muitos deles estavam na época espalhados em outros lugares. Portanto, escreveu numa linguagem entendida por eles.
Doutrinal. Alguns críticos objetam a que Daniel aluda à ressurreição. (Da 12:13) Eles presumem que se trata duma doutrina desenvolvida mais tarde, ou adotada duma crença pagã, mas a referência em Daniel está de acordo com o restante das Escrituras Hebraicas, que contêm declarações de crença na ressurreição. (Jó 14:13, 15; Sal 16:10) Houve também casos reais de ressurreição. (1Rs 17:21, 22; 2Rs 4:22-37; 13:20, 21) E em nada menos do que a autoridade do apóstolo Paulo temos a declaração de que Abraão tinha fé na ressurreição dos mortos (He 11:17-19) e que também outros servos fiéis de Deus, da antiguidade, aguardavam a ressurreição. (He 11:13, 35-40; Ro 4:16, 17) O próprio Jesus disse: “Mas, que os mortos são levantados, até mesmo Moisés expôs, no relato sobre o espinheiro, quando ele chama Jeová de ‘o Deus de Abraão, e o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó’.” — Lu 20:37.
Aqueles que afirmam que o livro realmente não é profético, mas foi escrito depois da ocorrência dos eventos, teriam de avançar o tempo da escrita para depois dos dias do ministério de Jesus na terra, porque o nono capítulo  admitidamente contém uma profecia a respeito do aparecimento e do sacrifício do Messias. (Da 9:25-27) Também, a profecia prossegue e relata a história dos reinos que estariam governando até o “tempo do fim”, quando seriam destruídos pelo Reino de Deus nas mãos do Seu Messias. — Da 7:9-14, 25-27; 2:44; 11:35, 40.
Valor do Livro. Daniel é notável no seu registro de períodos proféticos: As 69 semanas (de anos) desde o decreto da reconstrução de Jerusalém até a vinda do Messias; os eventos a ocorrer dentro da 70.a semana, e a destruição de Jerusalém logo depois (Da 9:24-27); os “sete tempos”, que Jesus chamou de “os tempos designados das nações” e indicou que ainda vigoravam no tempo em que ele estava na terra, os quais terminariam num tempo muito posterior (Da 4:25; Lu 21:24); os períodos de 1.290, 1.335 e 2.300 dias; e “um tempo designado, tempos designados e uma metade”. Todas estas profecias a respeito de tempos são vitais para o entendimento dos tratos de Deus com o seu povo. — Da 12:7, 11, 12; 8:14; 

Daniel fornece-nos também pormenores sobre a ascensão e a queda de potências mundiais, desde o tempo da antiga Babilônia até o tempo em que o Reino de Deus as esmagará, eliminando-as para sempre. A profecia chama atenção para o Reino de Deus, nas mãos do Seu Rei designado e dos “santos” associados deste, como o governo que durará para sempre, para a bênção de todos os que servem a Deus. — Da 2:44; 7:13, 14, 27.
A interpretação inspirada do anjo a respeito da profecia referente a animais representando potências mundiais (Da 7:3-7, 17, 23; 8:20, 21) é de grande ajuda para o entendimento dos simbolismos das feras em Revelação (Apocalipse). — Re 13:1-18; 

O registro de Daniel sobre a libertação dos seus três companheiros da fornalha ardente, por se negarem a se curvar diante da grande imagem de ouro, erigida por Nabucodonosor (Da 3), é um relato sobre o estabelecimento legal do direito dos adoradores de Jeová, de dar devoção exclusiva a Ele, no domínio da primeira potência mundial durante os “tempos dos gentios”. Ajuda também os cristãos a discernir que sua sujeição às autoridades superiores, conforme mencionada em Romanos 13:1, é relativa, o que está também em harmonia com a atuação dos apóstolos em Atos 4:19, 20, e  5:29. Fortalece os cristãos na sua posição de neutralidade com respeito aos assuntos das nações, revelando que sua neutralidade pode causar-lhes dificuldades, mas, quer Deus os liberte naquela ocasião, quer mesmo permita que sejam mortos por causa da sua integridade, a posição dos cristãos é que adorarão e servirão apenas a Jeová Deus. — Da 3:16-18.

DESTAQUES DE DANIEL
Profecias sobre a ascensão e a queda de governos humanos, desde a antiga Babilônia até que o Reino de Deus esmague a todos eles e assuma o governo do mundo.
Escrito por Daniel, que estava em Babilônia a partir de 617 AEC, até depois que os exilados judeus retornaram a Jerusalém, em 537 AEC.
Daniel e três companheiros dele, exilados em Babilônia, demonstram integridade para com Jeová.
Enquanto são preparados para servir na corte de Nabucodonosor, abstêm-se do vinho e das iguarias dele; Deus os favorece com conhecimento e perspicácia. (1:1-21)
Sadraque, Mesaque e Abednego negam-se a participar na adoração da gigantesca imagem de Nabucodonosor; dizem firmemente ao rei irado que não adorarão os deuses dele; ele manda que sejam amarrados e lançados na fornalha superaquecida; anjo liberta-os ilesos. (3:1-30)
Altos funcionários ciumentos tramam contra Daniel; apesar de um interdito proibi-lo, este continua a orar ao seu Deus e não procura esconder isso; ele é lançado na cova dos leões; anjo liberta-o ileso. (6:1-28)
Sonhos e visões proféticos apontam para o Reino de Deus nas mãos do Seu Messias.
Uma imensa estátua é esmagada por uma pedra cortada, sem mãos, dum monte; a estátua retrata a sucessão de potências mundiais começando com Babilônia e terminando com todas elas serem esmiuçadas e substituídas pelo Reino de Deus. (2:1-49)
Uma enorme árvore é cortada e enfaixada por sete tempos; cumpre-se inicialmente quando o rei fica demente e vive como animal, por sete anos, até que reconhece que o Altíssimo é Governante no reino da humanidade, e que Ele dá o domínio a quem quiser. (4:1-37)
Uma escrita à mão aparece na parede quando Belsazar usa vasos do templo de Jeová para brindar seus deuses ídolos; Daniel é chamado, censura destemidamente o rei, explica a escrita, dizendo-lhe que o reino dele foi entregue aos medos e aos persas. (5:1-31)
A marcha das potências mundiais é retratada por leão, urso, leopardo, animal atemorizante com dez chifres, e por um chifre pequeno saindo da cabeça deste último animal; daí, o Antigo de Dias dá o domínio sobre todos os povos a alguém semelhante a um filho de homem. (7:1-28)
Carneiro, bode e chifre pequeno representam potências mundiais que sucedem a Babilônia; chifre pequeno desafia o Príncipe do exército dos céus, depois é quebrado sem mão. (8:1-27)
Setenta semanas (de anos); depois de 7 + 62 semanas, o Messias há de aparecer e depois ser decepado; pacto (abraâmico) a ser mantido em vigor, por uma semana, exclusivamente para com os judeus. (9:1-27)
Luta entre o rei do norte e o rei do sul, Miguel põe-se de pé como libertador, e eventos que se seguem. (10:1-12:13)


Oséias, Livro de
Livro das Escrituras Hebraicas, escrito por “Oséias, filho de Beeri”. (Os 1:1) Nele, a vida doméstica do escritor é comparada à relação de Deus com Israel. (Caps. 1-3) O livro mostra que Jeová não aceita a mera cerimônia religiosa formal. (6:6) Põe em relevo também a misericórdia e a benevolência de Deus. — 2:19; e 11:1-4; e 14:4.
Época e Local da Escrita. Oséias começou a servir como profeta numa época em que o Rei Uzias, de Judá (829-778 AEC), e o Rei Jeroboão II, de Israel (844-804 AEC), eram contemporâneos; portanto, não depois de 804 AEC, o aparente fim do reinado de Jeroboão. (Os 1:1) O ministério profético de Oséias estendeu-se até o reinado do Rei Ezequias, de Judá, que começou a reinar por volta de 745 AEC. Assim, estendeu-se por pelo menos 59 anos, ainda que, sem dúvida, abrangesse algum tempo dos reinados de Jeroboão II e de Ezequias, sendo assim um pouco mais longo. Embora Oséias registrasse uma profecia a respeito da destruição de Samaria (Os 13:16), ele não relatou seu cumprimento, o que provavelmente teria feito, caso a escrita do livro se tivesse estendido a 740 AEC, data da queda de Samaria. Por conseguinte, o livro de Oséias foi evidentemente escrito no distrito de Samaria e concluído algum tempo entre 745 e 740 AEC.
Cenário. O livro de Oséias diz respeito primariamente ao reino setentrional de Israel, de dez tribos (também chamado de Efraim, segundo o nome de sua tribo dominante, nomes estes que são usados de forma intercambiável no livro). Quando Oséias começou a profetizar, durante o reinado do Rei Jeroboão, Israel gozava de prosperidade material. Mas o povo rejeitara o conhecimento sobre Deus. (Os 4:6) Suas práticas iníquas incluíam derramamento de sangue, roubo, fornicação, adultério e a veneração de Baal e dos ídolos-bezerros. (2:8, 13; e 4:2, 13, 14; e 10:5) Depois da morte do Rei Jeroboão a prosperidade cessou, e passaram a prevalecer condições assustadoras, marcadas por inquietação e assassinatos políticos. (2Rs 14:29-15:30) O fiel Oséias também profetizou em meio a tais circunstâncias. Por fim, em 740 AEC, Samaria caiu diante dos assírios, trazendo o fim ao reino de dez tribos. — 2Rs 17:6.
A esposa de Oséias e os filhos. Às ordens de Jeová, Oséias tomou para si “uma esposa de fornicação e filhos de fornicação”. (Os 1:2) Isto não significa que o profeta se tenha casado com uma prostituta ou com uma mulher imoral que já tivesse filhos ilegítimos. Antes, indica que tal mulher se tornaria adúltera e que teria tais filhos depois de casar-se com o profeta. Oséias casou-se com Gômer, que “lhe deu à luz um filho”, Jezreel. (1:3, 4) Mais tarde Gômer deu à luz uma filha, Lo-Ruama, e, depois, um filho, chamado Lo-Ami, sendo ambos evidentemente frutos de seu adultério, visto que não se faz nenhuma referência pessoal ao profeta com relação aos nascimentos deles. (1:6, 8, 9) Lo-Ruama significa “[Com Ela] Não se Teve Misericórdia”, e o significado de Lo-Ami é “Não Meu Povo”, tais nomes indicando a desaprovação de Jeová para com o volúvel Israel. Por outro lado, o nome do primogênito, “Jezreel”, que significa “Deus Semeará”, é aplicado de modo favorável ao povo, numa profecia de restauração. — [Perguntas de Estudo] 2:21-23.
Após o nascimento desses filhos, Gômer, aparentemente, abandonou Oséias em troca de seus amantes, mas não se diz que o profeta se divorciou dela. Evidentemente, mais tarde ela foi abandonada pelos amantes e caiu na pobreza e na escravidão, pois Oséias 3:1-3 parece indicar que o profeta comprou-a como se fosse escrava e acolheu-a de volta como esposa. Seu relacionamento com Gômer comparava-se ao de Jeová com Israel, dispondo-se Deus a acolher de volta seu povo errante, depois que este se arrependeu de seu adultério espiritual. — Os 2:16, 19, 20; 3:1-5.
Alguns peritos bíblicos acham que o casamento de Oséias é visionário, um transe, ou um sonho, que nunca se realizou. Contudo, o profeta não disse nem indicou que se tratava de uma visão, ou de um sonho. Outros acham que o casamento é uma alegoria ou parábola. Mas Oséias não usou terminologia simbólica ou figurada ao considerá-lo. Encarar isso como relato do casamento factual de Oséias com Gômer e da volta literal de Gômer ao profeta, dá força e significado à aplicação histórica e factual desses assuntos a Israel. Não distorce o claro relato bíblico, e harmoniza-se com o fato de Jeová ter escolhido Israel, com o subseqüente adultério espiritual da nação, e seu retorno a Deus, quando o povo se arrependeu.
Estilo. O estilo de escrita de Oséias é conciso, até mesmo abrupto, às vezes. Há rápidas mudanças de pensamento. O livro contém expressões de grande sentimento e vigor, em forma de censura, avisos e exortações, bem como ternos apelos ao arrependimento. E contém excelentes figuras de linguagem. — Os 4:16; 5:13, 14; 6:3, 4; 7:4-8, 11, 12; 8:7; 9:10; 10:1, 7, 11-13; 11:3, 4; 13:3, 7, 8, 15; 14:5-7.
Canonicidade. O livro de Oséias é o primeiro na ordem dos chamados profetas menores nas Bíblias comuns em português, bem como nos antigos textos hebraicos e da Septuaginta. Jerônimo especificou que uma das divisões dos livros sagrados dos judeus era O Livro dos Doze Profetas, que por certo incluía o livro de Oséias para completar 12. Melito, do segundo século EC, deixou um catálogo incluindo esses livros, como também o fizeram Orígenes e outros.
Harmonia com Outros Livros da Bíblia. Este livro se harmoniza com os pensamentos expressos em outras partes da Bíblia. (Por exemplo, compare Os 6:1 com De 32:39; Os 13:6 com De 8:11-14; 32:15, 18.) O livro de Oséias fala de ocorrências registradas em outras partes das Escrituras, tais como incidentes envolvendo Jacó (Os 12:2-4, 12; Gên 25:26; 32:24-29; 29:18-28; 31:38-41), o Êxodo de Israel do Egito (Os 2:15; 11:1; 12:13), a infidelidade de Israel com relação a Baal de Peor (Os 9:10; Núm 25) e ter a nação pedido um rei humano (Os 13:10, 11; 1Sa 8:4, 5, 19-22).
Uso nas Escrituras Gregas Cristãs. Jesus Cristo citou duas vezes Oséias 6:6, usando as palavras: “Misericórdia quero, e não sacrifício.” (Mt 9:13; 12:7) Ele se referiu a Oséias 10:8 ao proferir o julgamento contra Jerusalém (Lu 23:30), e esta declaração foi usada em Revelação (Apocalipse) 6:16. Tanto Paulo como Pedro usaram Oséias 1:10 e 2:23. (Ro 9:25, 26; 1Pe 2:10) Paulo citou Oséias 13:14 (LXX) ao considerar a ressurreição, perguntando: “Morte, onde está a tua vitória? Morte, onde está o teu aguilhão?” — 1Co 15:55; compare também Os 14:2 com He 13:15.
Profecias Cumpridas. As palavras proféticas de Oséias 13:16 a respeito da queda de Samaria se cumpriram. A profecia de Oséias também mostrava que Israel seria abandonado por seus amantes entre as nações. (Os 8:7-10) Deveras, não foram de nenhuma ajuda quando Samaria foi destruída e os habitantes de Israel se tornaram cativos dos assírios, em 740 AEC. — 2Rs 17:3-6.
A profecia de Oséias predisse que Deus enviaria um fogo para dentro das cidades de Judá. (Os 8:14) No 14.° ano do reinado do Rei Ezequias, o rei assírio Senaqueribe “subiu . . . contra todas as cidades fortificadas de Judá e passou a tomá-las”. (2Rs 18:13) No entanto, Oséias também profetizou que Jeová salvaria Judá. (Os 1:7) Isto ocorreu quando Deus frustrou o planejado ataque de Senaqueribe contra Jerusalém, e o anjo de Jeová destruiu 185.000 homens do exército assírio numa só noite. (2Rs 19:34, 35) Mas um “fogo” muito mais desastroso sobreveio quando Jerusalém e as cidades de Judá foram destruídas pelo Rei Nabucodonosor, de Babilônia, em 607 AEC. — 2Cr 36:19; Je 34:6, 7.
Todavia, em harmonia com as profecias inspiradas de restauração, encontradas no livro de Oséias, um restante do povo de Judá e de Israel foi ajuntado e emergiu da terra do exílio, Babilônia, em 537 AEC. (Os 1:10, 11; 2:14-23; 3:5; 11:8-11; 13:14; 14:1-8; Esd 3:1-3) Paulo usou Oséias 1:10 e 2:23 para frisar a benignidade imerecida de Deus expressa para com os “vasos de misericórdia”, e Pedro também usou esses textos. Tais aplicações apostólicas mostram que as profecias também dizem respeito ao misericordioso ajuntamento de um restante espiritual, realizado por Deus. — Ro 9:22-26; 1Pe 2:10.
No livro de Oséias há também profecias messiânicas. Mateus aplicou as palavras de Oséias 11:1 (“do Egito chamei o meu filho”) ao menino Jesus, que foi levado ao Egito, porém, mais tarde, reconduzido a Israel. — Mt 2:14, 15.

DESTAQUES DE OSÉIAS
  Profecias dirigidas primariamente a Israel (o reino setentrional, também chamado de Efraim) e que salientam a extraordinária misericórdia de Jeová.
  Escrito por Oséias depois de 745 AEC, pouco antes de Israel ser levado ao exílio pela Assíria.
Os tratos de Jeová com Israel são ilustrados pela vida doméstica de Oséias. (1:1-3:5)
  Ordena-se a Oséias que se case com uma mulher que mais tarde mostra ser adúltera, o que ilustra a infidelidade de Israel para com Jeová.
  Com sua esposa Gômer, Oséias tem um filho chamado Jezreel. Os dois próximos filhos de Gômer, Lo-Ruama (que significa “[Com Ela] Não se Teve Misericórdia”), e Lo-Ami (que significa “Não Meu Povo”), são evidentemente frutos de seu adultério; os significados dos nomes referem-se a Jeová retirar a misericórdia para com Israel e rejeitar seu povo infiel.
  Tendo sofrido o julgamento divino por deslealmente ter-se voltado para a adoração de Baal, Israel será restaurado e de novo usufruirá bênçãos, cumprindo o significado do nome Jezreel (isto é, “Deus Semeará”).
  Ordena-se a Oséias que tome de volta sua esposa adúltera; ele assim o faz, mas restringe as atividades dela, proibindo a fornicação — indicativo da situação de Israel até a época de retornar a Jeová.
Julgamentos proféticos contra Israel (e Judá) por infidelidade para com Jeová. (4:1-13:16)
  Por envolver-se em fraude, assassinato, roubo, adultério, idolatria e prostituição espiritual, o povo mostra que não conhece a Deus; assim, enfrentam uma prestação de contas.
  A idolatria de Israel, sua corrupção moral, sua tola busca de alianças políticas com potências antagônicas, (Egito e Assíria), em vez de confiar em Jeová para ter segurança, levará à devastação do país e os sobreviventes serem levados à Assíria.
Apelo para retornar a Jeová. (14:1-9)
  Insta-se com o povo a pedir o perdão de Jeová, a oferecer os novilhos de seus lábios, e a não mais buscar proteção em alianças militares e cavalos de guerra.
  O retorno deles a Jeová resultará em cura, em ele os amar liberalmente e numa condição próspera sob a Sua bênção.


Joel, Livro de
Livro inspirado das Escrituras Hebraicas, escrito por “Joel, filho de Petuel”. (Jl 1:1) Virtualmente nada se sabe da vida deste profeta. Por suas referências a Judá, a Jerusalém e à casa de Jeová ali, pode-se inferir que profetizou em Judá e que talvez morasse em Jerusalém. (1:9, 14; 2:17, 32; 3:1, 2, 16-20) Ter ele mencionado a “baixada de Jeosafá” (3:2, 12) dá a entender que escreveu seu livro depois da grande vitória de Jeová a favor do Rei Jeosafá. Mas o período exato envolvido é duvidoso.
Tempo da Escrita. Os peritos atribuem diversamente ao livro de Joel datas desde antes de 800 AEC até cerca de 400 AEC. A respeito de seus argumentos a favor de uma composição posterior ou anterior do livro, The International Standard Bible Encyclopaedia (A Enciclopédia Bíblica Padrão Internacional; editada por James Orr, 1960, Vol. III, p. 1690) observa: “Muitos dos argumentos aduzidos são da espécie negativa, i.e., a consideração daquilo que o profeta não menciona ou a que não se refere [inclusive os caldeus, os assírios, um rei de Judá e o reino de dez tribos], e o argumento baseado no silêncio é notoriamente precário.” De modo similar, não se pode determinar com certeza se Joel citou outros profetas ou foi citado por eles. Uma data após o exílio babilônico seria indicada se Joel (2:32) citou Obadias (17). Por outro lado, não só Obadias, mas até mesmo o bem anterior profeta Amós (compare Jl 3:16 com Am 1:2) talvez tenha citado Joel. Isto significaria que Joel escreveu seu livro o mais tardar no tempo de Uzias (Am 1:1), talvez por volta de 820 AEC. Embora não seja conclusivo, o lugar ocupado pelo livro de Joel no cânon hebraico, entre Oséias e Amós, parece favorecer o período anterior.
Autenticidade. Os judeus não questionavam a canonicidade do livro de Joel, mas o colocaram em segundo lugar entre os profetas “menores”. Também se harmoniza por completo com o restante das Escrituras, como é evidente dos numerosos paralelos entre Joel e outros livros da Bíblia. (Compare Jl 2:2 com Sof 1:14, 15; Jl 2:4, 5, 10 com Re 9:2, 7-9; Jl 2:11 com Mal 4:5; Jl 2:12 com Je 4:1; Jl 2:13 com Êx 34:6, Núm 14:18, Sal 86:15 e  106:45; Jl 2:31 com Is 13:9, 10, Mt 24:29, 30 e Re 6:12-17.) O cumprimento das profecias de Joel fornece ainda outro argumento em favor da sua autenticidade. Conforme predito, Tiro, Filístia e Edom sofreram os julgamentos de Jeová. (Jl 3:4, 19; quanto a pormenores, 

veja EDOM, EDOMITAS; FILÍSTIA, FILISTEUS; TIRO.) 

No dia de Pentecostes do ano 33 EC, o apóstolo Pedro mostrou que o derramamento do espírito de Deus sobre os discípulos de Jesus Cristo era cumprimento da profecia de Joel. (Jl 2:28-32; At 2:17-21) Mais tarde, o apóstolo Paulo aplicou as palavras proféticas encontradas em Joel 2:32 tanto aos judeus como aos não-judeus que invocam a Jeová com fé. — Ro 10:12, 13.

DESTAQUES DE JOEL
  Uma profecia vívida que enfatiza a vingança de Jeová e a sua misericórdia.
  Foi possivelmente escrito por volta de 820 AEC, nove anos depois de Uzias se tornar rei e cerca de um século depois da grande vitória de Jeová sobre Moabe, Amom e os habitantes de Seir, nos dias de Jeosafá.
Invasão de gafanhotos para assolar o país; está próximo o dia de Jeová. ( 1:1-2:11)
  Falar-se-á da vindoura praga durante gerações.
  A vegetação do país será assolada a ponto de cessarem as ofertas de cereais e de bebida na casa de Jeová.
  Manda-se que os sacerdotes pranteiem e clamem a Jeová por socorro.
  O dia de Jeová é marcado por uma invasão destrutiva da “sua força militar”.
Israel é convidado a retornar a Jeová; Seu espírito será derramado. (2:12-32)
  Os habitantes de Sião são convidados a ‘retornar’ a Jeová; ele restabelecerá a prosperidade deles e os protegerá contra o “nortenho”.
  Jeová derramará seu espírito sobre o seu povo, e dará portentos nos céus e na terra antes de chegar seu “grande e atemorizante dia”.
  Aqueles que invocarem o nome de Jeová escaparão durante o Seu grande dia.
As nações serão julgadas na “baixada de Jeosafá”. (3:1-21)
  As nações serão julgadas por terem maltratado o povo de Deus.
  São desafiadas a se prepararem para a guerra contra Jeová e a descerem à baixada de Jeosafá; ali serão esmagadas como uvas no lagar.
  Naquele tempo, Jeová será refúgio para o seu povo.
  Egito e Edom tornar-se-ão um ermo, ao passo que Judá será habitada e produzirá em abundância; Jeová residirá em Sião.

Amós, Livro de
A profecia deste livro hebraico da Bíblia foi dirigida primariamente ao reino setentrional de Israel. Pelo que parece, foi primeiro proferida oralmente, durante os reinados de Jeroboão II e de Uzias, respectivamente reis de Israel e Judá, cujos reinados coincidiram entre 829 e cerca de 804 AEC. (Am 1:1) Por volta de 804 AEC foi assentada por escrito, presumivelmente após o profeta voltar a Judá.
A canonicidade deste livro, ou sua reivindicação de um legítimo lugar na Bíblia, jamais foi questionada. Desde os tempos primitivos, foi aceito pelos judeus, e aparece nos mais antigos catálogos cristãos. Justino, o Mártir, do segundo século EC, citou Amós em seu Dialogue With Trypho, a Jew (Diálogo com Trífon, um Judeu, cap. XXII). O próprio livro se acha em completo acordo com o restante da Bíblia, conforme indicado pelas muitas referências do escritor à história bíblica e às leis de Moisés. (Am 1:11; 2:8-10; 4:11; 5:22, 25; 8:5) Os cristãos do primeiro século aceitavam os escritos de Amós como Escritura inspirada. Por exemplo, o mártir Estêvão (At 7:42, 43; Am 5:25-27), e Tiago, meio-irmão de Jesus (At 15:13-19; Am 9:11, 12), mencionaram o cumprimento de algumas das profecias.
Outros eventos históricos atestam, de forma similar, a veracidade do profeta. É fato histórico que todas as nações condenadas por Amós foram, no devido tempo, devoradas pelo fogo da destruição. A própria grandemente fortificada cidade de Samaria foi sitiada e capturada em 740 AEC, e o exército assírio levou os habitantes “para o exílio além de Damasco”, conforme predito por Amós. (Am 5:27; 2Rs 17:5, 6) Judá, ao sul, recebeu igualmente a devida punição quando foi destruída em 607 AEC. (Am 2:5) E, fiel à palavra de Jeová mediante Amós, descendentes cativos tanto de Israel como de Judá voltaram em 537 AEC para reconstruir sua terra natal. — Am 9:14; Esd 3:1.
A arqueologia bíblica também confirma Amós como historiador fiel do seu tempo, quando, ao descrever o luxo ostentoso dos ricos, referiu-se a suas “casas de marfim” e a seus “leitos de marfim”. (Am 3:15; 6:4) Comentando algumas destas descobertas, Jack Finegan declara: “É de grande interesse que se descobriram numerosos marfins na escavação de Samaria. Estes se acham, na maioria, em forma de placas ou pequenos painéis de relevo, e, presumivelmente, estavam certa vez presos à mobília e embutidos em painéis de parede.” — Light From the Ancient Past (Luz do Passado Remoto), 1959, pp. 187, 188.
O espírito de Jeová moveu Amós a usar linguagem simples, direta e pitoresca de maneira dignificada, própria para um profeta de Deus. Palavras simples, palavras poderosas, palavras cheias de significado, foram escolhidas para que tanto os enaltecidos como os humildes pudessem entender e compreender o sentido do que ele disse. Ele usou uma variedade de ilustrações, algumas com sabor rural, para dar vitalidade e vigor à sua mensagem. (Am 2:13; 4:2; 9:9) Eventos históricos são lembrados com exatidão. (1:9, 11, 13; 4:11) Fazem-se alusões a práticas e costumes familiares do povo. (2:8; 6:4-6) O todo constitui uma composição bem ordenada, com forma e objetivo definidos.
Como um dos servos de Jeová, Amós magnificou a palavra e o nome, a justiça e a soberania do Todo-poderoso. Ele descreve como “o Soberano Senhor, Jeová dos exércitos”, é infinitamente grande, que nada está além do Seu alcance ou poder. (Am 9:2-5) Até mesmo o sol, a lua, as constelações e os elementos estão sujeitos às ordens de Jeová. (5:8; 8:9) Portanto, para Deus é uma questão pequena demonstrar sua supremacia sobre as nações. — 1:3-5; 2:1-3; 9:7.
Em harmonia com o significado de seu nome, Amós levou uma mensagem de peso, carregada de ais e de denúncias contra as nações pagãs, bem como contra Judá e Israel. Ele levou também uma consoladora mensagem de restauração, em que os fiéis a Jeová poderiam depositar sua esperança.

DESTAQUES DE AMÓS
  Profecia dirigida especialmente a Israel, o reino setentrional de dez tribos, que tinha seus centros de adoração do bezerro em Dã e em Betel.
  Escrito por volta de 804 AEC, enquanto Jeroboão II era rei em Israel.
A execução do julgamento de Jeová é certa, não só contra as nações circunvizinhas, mas especialmente contra Israel. (1:1-2:16)
  Síria, Filístia e Tiro, pelo tratamento cruel dado a Israel.
  Edom (aparentado por meio de Esaú) e Amom (aparentado por meio de Ló), por odiarem e maltratarem seus irmãos israelitas; Moabe, por queimar os ossos do rei de Edom para virarem cal.
  Judá, por rejeitar a lei de Jeová.
  Israel, por oprimir os pobres, por imoralidade, também por tratar com desrespeito os profetas e os nazireus suscitados por Deus; não há escapatória da punição divina.
A mensagem de julgamento de Jeová contra Israel. (3:1-6:14)
  Israel fora especialmente favorecido por Deus; isto resulta em responsabilidade especial.
  Quando Jeová revela seu propósito aos seus servos, estes profetizam; assim, Amós adverte que Jeová ajustará contas pelas práticas religiosas falsas em Betel e pelas defraudações feitas pelos amantes do luxo em Samaria.
  Israel não retornou a Jeová, apesar das punições já sofridas; agora advertido: “Apronta-te para te encontrares com o teu Deus.”
  Mesmo ao advertir sobre ais vindouros, Jeová exorta: “Buscai-me e continuai vivendo”, “odiai o que é mau e amai o que é bom”.
Visões e profecias mostram que está próximo o fim de Israel. (7:1-8:14)
  Visão de desolação causada por gafanhotos; o profeta intercede.
  Visão de fogo destrutivo; Amós novamente intercede.
  Jeová testará Israel com um prumo; não há mais desculpa para Israel.
  Sacerdote de Betel manda Amós parar de profetizar ali; Amós profetiza calamidade para ele.
  Cesto de perecíveis frutas de verão, indicando que o fim de Israel está próximo.
  Fome de ouvir as palavras de Jeová.
Punição e restauração. (9:1-15)
  Não há lugar para onde escaparem; nada está fora do alcance do Soberano Senhor Jeová.
  A barraca (casa real) de Davi será reconstruída; cativos reajuntados usufruirão segurança duradoura.


Obadias, Livro de
O mais curto livro profético das Escrituras Hebraicas. Escrito por Obadias (a respeito de quem nada, exceto o nome, é conhecido), este livro contém uma proclamação do julgamento de Jeová contra Edom, apresenta a razão para tal julgamento e aponta para a restauração da “casa de Jacó”. A extinção dos edomitas como povo e a restauração dos israelitas na sua terra confirmam o cumprimento exato da profecia de Obadias. — Ob 17, 18; 

veja EDOM, EDOMITAS.
O motivo da profecia foi o tratamento ‘nada fraterno’ que os edomitas dispensaram aos “filhos de Judá” quando estes sofreram derrota. Os edomitas, através de seu ancestral, Esaú, eram aparentados aos israelitas. Os edomitas regozijaram-se com a calamidade de Judá, participaram em tomar despojos dos judeus, impediram-nos de fugir da terra e até os entregaram ao inimigo. (Ob 12-14) Como fica evidente numa comparação da profecia de Obadias com as palavras de Jeremias (25:15-17, 21, 27-29; 49:7-22) e de Ezequiel (25:12-14; 35:1-15), isto deve ter acontecido por ocasião da destruição de Jerusalém pelos exércitos babilônios e, por conseguinte, situaria a composição do livro por volta do ano 607 AEC.
Visto que muitas das coisas preditas na profecia de Obadias também foram preditas no livro de Jeremias, isto tornava duplamente certo o cumprimento da palavra de Jeová a respeito de Edom. — Veja Gên 41:32.

DESTAQUES DE OBADIAS
  Julgamento de Jeová contra Edom e a promessa de restauração para o povo de Jeová.
  Escrito por volta de 607 AEC, ano em que os babilônios desolaram Jerusalém.
Participação de Edom na violência feita aos descendentes de Jacó.
  Quando Jerusalém foi conquistada e seu povo foi levado ao cativeiro, Edom ficou parado de lado. (Vv 10, 11)
  Ele não devia ter-se alegrado maliciosamente com a calamidade de Judá, participando em saquear o povo de Deus e entregando os sobreviventes ao inimigo. (Vv 12-14)
A calamidade sobrevirá a Edom.
  Jeová convoca as nações para se levantarem contra Edom em batalha. (V 1)
  Apesar de sua posição aparentemente segura, far-se-á que Edom desça. (Vv 2-4)
  Ladrões ou ceifeiros levariam apenas o que desejassem e deixariam algo para trás; quando Edom cair, ele será completamente saqueado; será enganado por aqueles com quem entrou num pacto, e seus sábios e poderosos sofrerão destruição. (Vv 5-9)
  A casa de Esaú receberá a mesma espécie de tratamento que dispensou a Judá; a casa de Esaú deixará de existir. (Vv 15, 18)
A casa de Jacó será restaurada.
  Sião se tornará santa; a casa de Jacó será o fogo que consome a casa de Esaú, como restolho. (Vv 17, 18)
  O povo restaurado de Jeová tomará posse “das coisas a serem possuídas por eles”, incluindo a “região montanhosa de Esaú”. (Vv 19, 20)
  O reinado se tornará de Jeová. (V 21)

Jonas, Livro de
Único livro das Escrituras Hebraicas que trata exclusivamente da comissão dum profeta de Jeová para proclamar numa cidade não-israelita, e para ela, uma mensagem de destruição, proclamação que resultou no arrependimento desta cidade. As experiências relatadas neste livro eram exclusivas do seu escritor, Jonas, filho de Amitai. Evidentemente, sendo a mesma pessoa que o Jonas de 2 Reis 14:25, ele deve ter profetizado durante o reinado do Rei Jeroboão II, de Israel (c. 844-804 AEC). Por conseguinte, é razoável situar os eventos registrados no livro de Jonas no nono século AEC.
Autenticidade. Devido ao caráter sobrenatural de muitos eventos mencionados no livro de Jonas, ele tem sido muitas vezes atacado pelos críticos da Bíblia. O aparecimento dum vento tempestuoso e sua rápida cessação, o peixe que tragou Jonas e três dias depois vomitou o profeta ileso, e o crescimento e a morte súbitos dum cabaceiro, têm todos sido rotulados de não-históricos, porque tais coisas não ocorrem hoje em dia. Tal alegação poderia ter base se o livro de Jonas afirmasse tratar-se de ocorrências comuns lá naquele tempo. Mas não o faz. Relata eventos ocorridos na vida de alguém especialmente comissionado por Deus. Por conseguinte, os que sustentam que tais coisas simplesmente não podiam ter acontecido devem negar, quer a existência de Deus, quer a Sua capacidade de influir nas forças naturais e na vida vegetal, animal e humana de modo especial, a bem de seu propósito. — Veja Mt 19:26.
Que espécie de criatura marítima era capaz de engolir Jonas?
No passado, uma alegação favorita era que nenhuma criatura marítima era capaz de engolir um homem. Mas este argumento não é válido. O cachalote, com enorme cabeça quadrada, que constitui cerca de um terço do seu comprimento, é plenamente capaz de engolir um homem inteiro. (Mammals of the World [Mamíferos do Mundo], de Walker, revisado por R. Nowak e J. Paradiso, 1983, Vol. II, p. 901) É interessante saber que a evidência indica que o porto marítimo de Jope antigamente era sede de baleeiros. Por outro lado, é possível que o peixe que engoliu Jonas tenha sido o grande tubarão-branco. Um destes foi apanhado em 1939, tendo no estômago dois tubarões inteiros de 2 m de comprimento — cada um do tamanho aproximado de um homem. E os grandes tubarões-brancos têm percorrido todos os mares, inclusive o Mediterrâneo. (Australian Zoological Handbook [Manual de Zoologia da Austrália], Os Peixes da Austrália, de G. P. Whitley, Sídnei, 1940, Parte 1 — Os Tubarões, p. 125; The Natural History of Sharks [A História Natural dos Tubarões], de R. H. Backus e T. H. Lineaweaver III, 1970, pp. 111, 113) Deve-se notar, porém, que a Bíblia simplesmente declara: “Jeová providenciou um grande peixe para engolir Jonas”, sem especificar que peixe era. (Jon 1:17) De modo que não se pode determinar exatamente de que “peixe” se tratava. De fato, o conhecimento que o homem tem das criaturas que habitam os mares e oceanos é bastante incompleto. A revista Scientific American (setembro de 1969, p. 162) comentou: “Como se deu no passado, maior exploração do domínio abissal sem dúvida revelará criaturas ainda não descritas, inclusive membros de grupos que há muito se considerava extintos.”
Alguns acham que a autenticidade do livro de Jonas está em dúvida porque não há nenhuma confirmação da atividade deste profeta nos registros assírios. Na realidade, porém, a ausência de tal informação não deve surpreender. Era costume de nações da antiguidade proclamar seus êxitos, não seus fracassos e suas humilhações, e também apagar tudo o que lhes fosse desfavorável. Além disso, visto que não se preservaram nem se encontraram todos os registros antigos, ninguém pode dizer com certeza que nunca tenha existido um relato dos acontecimentos do tempo de Jonas.
A falta de certos pormenores (tais como o nome do rei assírio, e o lugar exato em que Jonas foi vomitado em terra seca) tem sido citada como ainda outra prova de o livro de Jonas não ser história verídica. Esta objeção, porém, desconsidera que todas as narrativas históricas são relatos condensados, o historiador registrando apenas as informações que considera importantes ou necessárias para seu objetivo. Como o comentarista C. F. Keil observa apropriadamente: “Não existe sequer um dos historiadores antigos cujas obras possam ser consideradas tão completas assim: e os historiadores bíblicos visam ainda menos comunicar coisas que não tenham íntima relação com o principal objeto de sua narrativa, ou com o significado religioso dos próprios fatos.” — Commentary on the Old Testament (Comentário Sobre o Velho Testamento), 1973, Vol. X, Introdução a Jonas, p. 381.
Visto que a evidência arqueológica tem sido interpretada como indicando que os muros que cercavam a antiga Nínive tinham apenas cerca de 13 km de circunferência, afirma-se que o livro de Jonas exagera o tamanho da cidade, ao descrevê-la como requerendo uma caminhada de três dias para atravessá-la. (Jon 3:3) Esta, porém, não é uma razão válida para se questionar a referência bíblica. Tanto no uso bíblico como no moderno, o nome duma cidade pode incluir seus subúrbios. De fato, Gênesis 10:11, 12, mostra que Nínive, Reobote-Ir, Calá e Resem constituíam “a grande cidade”.
Não ter Jonas escrito na primeira pessoa tem sido usado para desacreditar o livro. Mas este argumento não leva em conta que era comum que os escritores bíblicos se referissem a si mesmos na terceira pessoa. (Êx 24:1-18; Is 7:3; 20:2; 37:2, 5, 6, 21; Je 20:1, 2; 26:7, 8, 12; 37:2-6, 12-21; Da 1:6-13; Am 7:12-14; Ag 1:1, 3, 12, 13; 2:1, 10-14, 20; Jo 21:20) Até mesmo antigos historiadores seculares, inclusive Xenofonte e Tucídides, fizeram isso. Todavia, é digno de nota que jamais foi questionada a genuinidade de seus relatos por tal motivo.
Com a sua declaração inicial, “começou a vir a haver a palavra de Jeová”, o livro de Jonas afirma proceder de Deus. (Jon 1:1) Os judeus, desde os tempos mais antigos, têm aceito como genuíno este e outros livros proféticos com introdução similar. (Je 1:1, 2; Os 1:1; Miq 1:1; Sof 1:1; Ag 1:1; Za 1:1; Mal 1:1) Isto, em si, fornece um bom argumento em favor da sua autenticidade. Como tem sido observado: “É, com efeito, inconcebível . . . que as autoridades judaicas tivessem recebido tal livro no cânon da Escritura sem a evidência mais conclusiva de sua genuinidade e autenticidade.” — The Imperial Bible-Dictionary (O Dicionário Bíblico Imperial), editado por P. Fairbairn, Londres, 1874, Vol. 1, p. 945.
Ademais, este livro está em completa harmonia com o restante das Escrituras. Atribui a salvação a Jeová (Jon 2:9; compare isso com Sal 3:8; Is 12:2; Re 7:10), e a narrativa ilustra a misericórdia, a longanimidade, a paciência e a benignidade imerecida de Jeová ao lidar com humanos pecaminosos. — Jon 3:10; 4:2, 11; compare isso com De 4:29-31; Je 18:6-10; Ro 9:21-23; Ef 2:4-7; 2Pe 3:9.
Outra evidência que testifica a autenticidade deste livro da Bíblia é sua candura. Não encobre a atitude imprópria de Jonas para com sua comissão e para com a medida tomada por Deus, de poupar os ninivitas.
A evidência mais conclusiva, porém, é suprida pelo próprio Filho de Deus. Disse ele: “Nenhum sinal . . . será dado [a esta geração], exceto o sinal de Jonas, o profeta. Porque, assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do enorme peixe, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no coração da terra. Homens de Nínive se levantarão no julgamento com esta geração e a condenarão; porque eles se arrependeram com o que Jonas pregou, mas, eis que algo maior do que Jonas está aqui.” (Mt 12:39-41; 16:4) A ressurreição de Cristo Jesus devia ser tão real quanto a libertação de Jonas do ventre do peixe. E a geração que ouvira a pregação de Jonas deve ter sido tão literal quanto a geração que ouviu o que Cristo Jesus disse. Homens míticos de Nínive jamais poderiam ressurgir no julgamento e condenar uma geração empedernida de judeus.

DESTAQUES DE JONAS
  As experiências de Jonas, quando foi designado para profetizar a um povo pagão, os habitantes de Nínive.
  Foi escrito por volta de 844 AEC, uns 100 anos antes de a Assíria levar Israel ao exílio.
A fuga de Jonas. (1:1-2:10)
  Jonas é comissionado para avisar os ninivitas da ira de Jeová, mas toma um navio que vai a Társis.
  Levanta-se uma grande borrasca e suscita o temor dum naufrágio.
  Os marujos temerosos clamam aos seus deuses, procuram aliviar o navio e então lançam sortes para saber por causa de quem enfrentam a calamidade.
  A sorte recai em Jonas; ele manda que os marujos o lancem no mar, visto que a borrasca ocorre por causa dele.
  Os marujos, não querendo fazer isso, procuram levar o navio de volta a terra; quando isto fracassa, lançam Jonas no mar; a borrasca cessa imediatamente.
  Na água, Jonas é engolido por um grande peixe.
  De dentro das entranhas do peixe, ele ora a Jeová e promete pagar o que votou.
  Finalmente, Jonas é vomitado em terra seca.
Jonas vai a Nínive. (3:1-4:11)
  Jeová manda novamente que Jonas vá a Nínive para proclamar o Seu aviso.
  Jonas vai a Nínive e anuncia que a cidade será subvertida dentro de 40 dias.
  Os ninivitas arrependem-se; conforme mandados pelo rei, cobrem seus animais e a si mesmos de serapilheira e clamam a Deus por misericórdia; Jeová ‘deplora’ a predita calamidade.
  Jonas fica furioso porque Nínive há de ser poupada; erige uma barraca fora da cidade, senta-se na sombra dela e espera os acontecimentos.
  Jeová faz surgir um cabaceiro e provê a Jonas uma bem-vinda sombra; no dia seguinte, um verme ataca a planta e ela seca; aproveitando a reação de Jonas a isso, Jeová explica a Jonas por que Ele mostrou misericórdia para com os mais de 120.000 habitantes de Nínive.

Miquéias, Livro de
Livro profético das Escrituras Hebraicas que contém a palavra de Jeová dada por meio de Miquéias a respeito de Samaria e Jerusalém. Consiste em três seções básicas, cada uma delas começando com a palavra “ouvi”. — Miq 1:2; 3:1; 6:1.
As palavras proféticas de Miquéias a respeito da desolação de Samaria devem ter sido proferidas antes da destruição daquela cidade em 740 AEC, e suas declarações orais, evidentemente, foram assentadas por escrito antes do fim do reinado de Ezequias.
No tempo de Miquéias prevaleciam condições morais deploráveis entre o povo de Israel e de Judá. Os líderes oprimiam o povo, especialmente os pobres. Juízes, sacerdotes e profetas andavam atrás de dinheiro. Idolatria, fraude, opressão, injustiças e derramamento de sangue abundavam. Era arriscado confiar até mesmo nos amigos confidenciais e nos membros da família. — Miq 1:7; 2:1, 2; 3:1-3, 9-12; 6:12; 7:2-6.
O livro de Miquéias apresenta candidamente os erros de Israel e de Judá. Ao passo que prediz a desolação de Samaria e de Jerusalém por causa das suas transgressões (Miq 1:5-9; 3:9-12), contém também promessas de restauração e de bênçãos divinas a seguir. — 4:1-8; 5:7-9; 7:15-17.
A autenticidade deste livro é bem confirmada. Harmoniza-se com o restante das Escrituras em mostrar que Jeová é um Deus misericordioso e amoroso, que perdoa o erro e passa por alto a transgressão. (Miq 7:18-20; compare isso com Êx 34:6, 7; Sal 86:5.) Desde os tempos mais primitivos, os judeus têm aceito este livro como autêntico. Cerca de um século depois do tempo de Miquéias, suas palavras proferidas durante o reinado de Ezequias, a respeito da desolação de Jerusalém, foram citadas por certos anciãos de Judá, ao apresentarem um ponto em defesa do profeta Jeremias. (Je 26:17-19; compare isso com Miq 3:12.) Séculos mais tarde, os principais sacerdotes e escribas dos judeus, à base da profecia de Miquéias, declararam confiantemente que o Cristo nasceria em Belém. (Mt 2:3-6; compare isso com Miq 5:2.) O cumprimento das profecias a respeito de Samaria, de Jerusalém e do Messias, ou Cristo, marcam este livro como inspirado por Deus. É também digno de nota que as palavras de Jesus sobre os inimigos do homem serem pessoas da sua própria casa são paralelas a Miquéias 7:6. — Mt 10:21, 35, 36.

DESTAQUES DE MIQUÉIAS
  Declaração cândida das transgressões de Israel e de Judá, previsão da desolação de Samaria e de Jerusalém, e promessas de restauração.
  Abrange um período até a desolação de Samaria em 740 AEC, e possivelmente depois dela.
As transgressões de Israel e de Judá são contrastadas com os requisitos justos de Jeová.
  Opressores deitados na cama, tramam apoderar-se de casas e de campos; ao amanhecer o dia, executam suas tramas. (2:1, 2)
  Transeuntes insuspeitosos são roubados; mulheres e crianças são vitimadas. (2:8, 9)
  Os responsáveis pela administração da justiça exploram o povo como se este fosse animais. (3:1-3)
  Falsos profetas clamam: “Paz!” — mas santificam a guerra contra todo aquele que “não põe nada nas suas bocas”. (3:5)
  Juízes, sacerdotes e profetas estão apenas atrás do lucro, mas alegam ter o apoio de Jeová. (3:9-11)
  Virtualmente, não existem pessoas leais; príncipes e juízes procuram suborno, e nem mesmo se pode confiar nos familiares. (7:1-6)
  Jeová libertou os do seu povo do Egito, e guiou-os e protegeu-os; nenhuma quantidade de sacrifícios compensará a revolta deles. (6:3-7)
  Ele requer que seu povo exerça a justiça, ame a benignidade e ande modestamente com Ele. (6:8)
Os julgamentos de Jeová contra Israel; Judá também ficará afetada.
  O julgamento de Jeová resultará em Samaria ser reduzida a um montão de ruínas; a calamidade atingirá até mesmo Judá e Jerusalém. (1:3-16)
  A Israel sobrevirá calamidade; seus campos serão repartidos a outros. (2:3-5)
  Jeová golpeará os do seu povo; estes comerão, mas não se fartarão, semearão, mas não usufruirão os frutos. (6:13-16)
Os remanescentes serão ajuntados e a verdadeira adoração será enaltecida.
  Os remanescentes de Israel serão ajuntados “como o rebanho no redil”, tendo o rei à sua frente e Jeová à cabeça deles. (2:12, 13)
  Na parte final dos dias, o monte da casa de Jeová ficará elevado acima dos morros, e pessoas de muitas nações afluirão a ele; serão ensinadas por Jeová e não aprenderão mais a guerra. (4:1-4)
  O povo restaurado andará no nome de Jeová; Sião será forte diante dos seus inimigos. (4:5-13)
  Em Belém nascerá um governante, que pastoreará em nome de Jeová; sob o seu domínio, o assírio será rechaçado; os remanescentes de Jacó serão como o refrescante orvalho e como um poderoso leão. (5:2-9)
  Jeová purificará seu povo da idolatria e executará vingança nas nações desobedientes. (5:10-15)
  Estribem-se em Jeová; a alegria da “inimiga” acabará quando o povo arrependido de Jeová receber a atenção dele e vivenciar coisas maravilhosas, o que encherá as nações observantes de medo; Jeová perdoará os pecados do seu povo. (7:7-20)


Naum, Livro de
Este livro é uma profética “pronúncia contra Nínive”, capital do Império Assírio. Este livro bíblico foi escrito por Naum, o elcosita. (Na 1:1) O cumprimento histórico daquela pronúncia profética atesta a autenticidade do livro. Algum tempo depois de a cidade egípcia de Nô-Amom (Tebas) sofrer uma humilhante derrota no sétimo século AEC (3:8-10), escreveu-se o livro de Naum, completado antes da predita destruição de Nínive em 632 AEC. — Veja post ASSÍRIA; NÍNIVE.
Harmonia com Outros Livros da Bíblia. O livro de Naum concorda plenamente com o restante das Escrituras em descrever Jeová como “Deus que exige devoção exclusiva”, que é “vagaroso em irar-se e grande em poder”, mas de modo algum se refreia de punir. (Na 1:2, 3; compare isso com Êx 20:5; 34:6, 7; Jó 9:4; Sal 62:11.) “Jeová é bom, baluarte no dia da aflição. E ele tem conhecimento dos que procuram refugiar-se nele.” (Na 1:7; compare isso com Sal 25:8; 46:1; Is 25:4; Mt 19:17.) Estas qualidades são claramente manifestadas em ele libertar os israelitas da opressão assíria e em executar vingança na Nínive culpada de sangue, depois de um considerável tempo de tolerância.
São também dignas de nota as similaridades entre o capítulo 1 de Naum e o Salmo 97. As palavras de Isaías (10:24-27; 30:27-33), a respeito do julgamento de Jeová contra a Assíria, são até certo ponto paralelas aos capítulos 2 e 3 de Naum. — Compare também Is 52:7; Na 1:15; Ro 10:15.
Fundo Histórico. Embora se assegurasse ao Rei Acaz, que não tinha fé, que a conspiração do rei sírio Rezim e do rei israelita Peca fracassaria na tentativa de depô-lo como rei (Is 7:3-7), ele imprudentemente apelou para o rei assírio Tiglate-Pileser III (Tilgate-Pilneser) em busca de ajuda. Por fim, esta ação “causou-lhe aflição, e não o fortaleceu”, porque Judá passou a estar sob o pesado jugo da Assíria. (2Cr 28:20, 21) Mais tarde, o filho e sucessor de Acaz, Ezequias, rebelou-se contra o domínio assírio. (2Rs 18:7) Depois disso, o monarca assírio, Senaqueribe, invadiu Judá e tomou uma cidade fortificada após outra, resultando numa extensa desolação do país. (Veja Is 7:20, 23-25; 8:6-8; 36:1, 2.) O próximo rei de Judá, Manassés, foi capturado por chefes do exército assírio e levado a Babilônia (então sob controle assírio). — 2Cr 33:11.
Visto que Judá tinha assim sofrido por muito tempo sob a mão pesada da Assíria, a profecia de Naum a respeito da iminente destruição de Nínive era boas novas. Naum escreveu como se a Assíria já tivesse sofrido a queda: “Eis sobre os montes os pés daquele que traz boas novas, aquele que publica a paz. Ó Judá, celebra as tuas festividades. Paga os teus votos; porque não mais passará por ti nenhum imprestável. Certamente será decepado na sua inteireza.” (Na 1:15) Não haveria mais interferência por parte dos assírios; nada impediria os judeus de assistir ou de celebrar as festividades. Sua libertação do opressor assírio seria completa. (Veja Na 1:9.) Também, todos os outros povos que soubessem da destruição de Nínive haveriam de “bater palmas”, ou regozijar-se, com a calamidade dela, porque a maldade da cidade causara-lhes muitos sofrimentos. — 3:19.
A agressividade militar dos assírios tornara Nínive uma “cidade de derramamento de sangue”. (Na 3:1) Seu tratamento dos cativos de guerra era cruel e desumano. Alguns eram queimados ou esfolados vivos. Outros eram cegados ou se lhes cortavam o nariz, as orelhas ou os dedos. Freqüentemente, os cativos eram conduzidos por cordões com ganchos que furavam o nariz ou os lábios. Deveras, Nínive merecia ser destruída pela sua culpa de sangue.

DESTAQUES DE NAUM

  Pronúncia contra Nínive, capital da Assíria.
  Escrito algum tempo antes de Nínive ser destruída em 632 AEC.
Jeová executa vingança nos seus adversários. (1:1-6)
  Jeová exige devoção exclusiva; embora seja vagaroso em irar-se, não se refreia de punir quando isto é merecido.
  Ninguém pode ficar de pé contra o calor da Sua ira; diante dele o mar se resseca, os montes tremem, os morros se derretem, a terra é sublevada.
A execução dos iníquos dá alívio aos que esperam em Jeová. (1:7-3:19)
  Jeová é baluarte protetor para os que confiam nele, mas exterminará os inimigos.
  Anunciar-se-ão boas novas a Judá; o “imprestável” será decepado, e a adoração verdadeira será realizada sem impedimento.
  Jeová recolherá os seus, mas Nínive será assolada e seus carros de guerra serão queimados.
  A cidade culpada de sangue será saqueada como punição pelos seus pecados; nada poderá salvá-la, seus guerreiros ficaram como mulheres.
  O golpe infligido ao rei da Assíria ficou incurável.


Habacuque, Livro de
Livro das Escrituras Hebraicas, situado no oitavo lugar entre os chamados profetas menores nos textos hebraico e da Septuaginta, bem como nas Bíblias comuns em português. Consiste em duas partes: (1) Um diálogo entre o escritor e Jeová (caps. 1, 2); (2) uma oração em endechas. — Cap. 3.
Escritor. O escritor é identificado no próprio livro. A composição de ambas as partes é atribuída a “Habacuque, o profeta”. — 1:1; 3:1;
Canonicidade. A canonicidade do livro de Habacuque é confirmada por antigos catálogos das Escrituras Hebraicas. Embora não o mencionem por nome, o livro evidentemente era abrangido pelas referências deles aos ‘doze Profetas Menores’, pois, de outro modo, o número 12 ficaria incompleto. A canonicidade do livro inquestionavelmente é apoiada por citações dele nas Escrituras Gregas Cristãs. Embora Paulo não se referisse a Habacuque por nome, ele citou Habacuque 1:5 (LXX) quando falou a judeus sem fé. (At 13:40, 41) Citou Habacuque 2:4 (“Mas, quanto ao justo, continuará a viver pela sua fidelidade”) ao incentivar os cristãos a demonstrarem fé. — Ro 1:16, 17; Gál 3:11; He 10:38, 39.
Entre os Rolos do Mar Morto encontra-se um manuscrito de Habacuque (caps. 1, 2) num texto hebraico pré-massorético, com um comentário acompanhante. É digno de nota que neste texto se escreveu o nome de Jeová com caracteres do hebraico antigo, ao passo que, no comentário, o nome divino é evitado, e, em lugar dele, se usa a palavra hebraica ’El (que significa “Deus”).
Os peritos acreditam que este rolo foi escrito perto do fim do primeiro século AEC. Isto o torna o manuscrito hebraico mais antigo existente do livro de Habacuque. Este manuscrito, em Habacuque 1:6, reza “caldeus”, confirmando assim a exatidão do texto massorético em mostrar que Jeová suscitaria os caldeus (babilônios) como seus agentes.
Data e Cenário. A declaração: “Jeová está no seu santo templo” (Hab 2:20) e a nota que segue Habacuque 3:19 (“Ao regente, nos meus instrumentos de cordas”) indicam que Habacuque profetizou antes de o templo construído por Salomão em Jerusalém ser destruído em 607 AEC. Também, a declaração de Jeová: “Eis que suscito os caldeus” (1:6), e o teor geral da profecia, mostram que os caldeus, ou babilônios, ainda não haviam desolado Jerusalém. Mas, Habacuque 1:17 talvez sugira que já haviam começado a derrubar algumas nações. Durante o reinado do bom Rei Josias, de Judá (659-629 AEC), os caldeus e os medos tomaram Nínive (em 632 AEC), e Babilônia estava então em vias de se tornar potência mundial. — Na 3:7.
Há alguns que, concordando com a tradição rabínica, sustentam que Habacuque profetizou mais cedo, durante o reinado do Rei Manassés, de Judá. Acreditam ter ele sido um dos profetas mencionados ou aludidos em 2 Reis 21:10 e 2 Crônicas 33:10. Sustentam que os babilônios não constituíam ainda ameaça, fato que tornava a profecia de Habacuque menos crível para os de Judá. — Veja Hab 1:5, 6.
Por outro lado, na parte inicial do reinado de Jeoiaquim, Judá estava sob a esfera de influência do Egito (2Rs 23:34, 35), e esta também podia ter sido uma época em que suscitar Deus os caldeus para punir os habitantes refratários de Judá seria para eles ‘uma atividade que não acreditariam, embora fosse relatada’. (Hab 1:5, 6) O rei babilônio Nabucodonosor derrotou Faraó Neco em Carquemis, em 625 AEC, no quarto ano do governo do Rei Jeoiaquim. (Jer 46:2) De modo que Habacuque talvez profetizasse e registrasse a profecia antes daquele evento, possivelmente completando a escrita por volta de 628 AEC, em Judá. O uso do tempo futuro a respeito da ameaça caldéia evidentemente indica uma data anterior à vassalagem de Jeoiaquim a Babilônia (620-618 AEC). — 2Rs 24:1.
Estilo. O estilo de escrita é tanto vigoroso como comovente. Usam-se ilustrações e comparações vívidas. (Hab 1:8, 11, 14, 15; 2:5, 11, 14, 16, 17; 3:6, 8-11) Comentando o estilo de Habacuque, S. R. Driver disse: “A capacidade literária de Habacuque é considerável. Embora seu livro seja breve, é repleto de vigor; suas descrições são vívidas e vigorosas; tanto suas idéias como sua expressão são igualmente poéticas.” Essas qualidades, naturalmente, se devem em primeiro lugar à inspiração divina.
O livro de Habacuque enfatiza a supremacia de Jeová sobre todas as nações (Hab 2:20; 3:6, 12), salientando a Sua soberania universal. Enfatiza também o fato de que os justos vivem pela fé. (2:4) Gera confiança em Jeová, mostrando que Ele não morre (1:12), que trilha as nações justificadamente, e que sai para a salvação do seu povo. (3:12, 13) Mostra-se que Jeová é o Deus de Salvação e a Fonte de energia vital para aqueles que exultam nele. — 3:18, 19.

DESTAQUES DE HABACUQUE
  Resposta à pergunta: Executará Deus os iníquos?
  Evidentemente, escrito por volta de 628 AEC, quando os caldeus passaram a ter destaque, mas antes de Jeoiaquim se tornar seu vassalo.
Habacuque clama por ajuda, perguntando até quando Deus permitirá que os iníquos continuem. (1:1-2:1)
  Quando Jeová responde que Ele suscitará os caldeus como Seu instrumento de punição, Habacuque não consegue entender como o Santo podia pensar em um agente tão traiçoeiro, um que transforma sua máquina de guerra num deus, cuja rede de arrasto apanha homens quais peixes, e que impiedosamente mata povos.
O profeta aguarda a resposta de Jeová, reconhecendo que ele merece uma repreensão.
Jeová responde que ele tem um tempo designado, profere ai sobre o instrumento caldeu. (2:2-20)
  Jeová garante que, embora possa haver uma aparente demora, a visão profética é “para o tempo designado e prossegue arfando até o fim”, avidamente avançando para o seu cumprimento.
  Pronúncias de ais indicam que o instrumento caldeu não ficaria sem punição por saquear outras nações, decepar muitos povos, construir cidades mediante derramamento de sangue, fazer outros beber o copo de vergonhosa derrota e por empenhar-se em idolatria.
O profeta apela para Jeová agir e ainda assim mostrar misericórdia durante o vindouro dia de aflição. (3:1-19)
  Relembrando manifestações passadas do poder de Jeová, o profeta é tomado de temor e tremor, mas está decidido a esperar tranqüilamente o dia da aflição, rejubilando com o Deus da sua salvação.
  Mesmo que os próprios meios de sustentar a vida fracassem, Habacuque decide rejubilar com Jeová qual Deus de salvação, Aquele que o fortalece.


Sofonias, Livro de
Este livro das Escrituras Hebraicas contém a palavra de Jeová por meio do seu profeta Sofonias. Foi nos dias do Rei Josias, de Judá (659-629 AEC), que Sofonias realizou sua obra profética. (Sof 1:1) No 12.° ano do reinado de Josias, quando tinha uns 20 anos de idade, o rei começou uma extensa campanha contra a idolatria, e a partir do 18.° ano do seu governo até o seu término, seus súditos “não se desviaram de seguir a Jeová”. (2Cr 34:3-8, 33) Portanto, visto que o livro de Sofonias menciona a presença de sacerdotes de deuses estrangeiros, e a adoração de Baal e de corpos celestes em Judá, o tempo da sua composição pode ser razoavelmente colocado antes do começo das reformas de Josias, por volta de 648 AEC. — Sof 1:4, 5.
Idolatria, violência e fraude proliferavam em Judá quando Sofonias começou a profetizar. Muitos diziam no coração: “Jeová não fará o que é bom e não fará o que é mau.” (Sof 1:12) Mas a profecia de Sofonias tornou claro que Jeová executaria vingança nos transgressores impenitentes. (1:3-2:3; 3:1-5) Seus julgamentos adversos recairiam não só sobre Judá e Jerusalém, mas também sobre outros povos — os filisteus, os amonitas, os moabitas, os etíopes e os assírios. — 2:4-15.
A profecia de Sofonias deve ter sido especialmente confortante para os que se esforçavam a servir a Jeová e que se devem ter sentido muito aflitos com as práticas detestáveis dos habitantes de Jerusalém, inclusive com seus corruptos príncipes, juízes e sacerdotes. (Sof 3:1-7) Visto que pessoas de disposição justa devem ter aguardado a execução do julgamento divino nos iníquos, evidentemente dirigem-se a elas as palavras: “‘Estai à espera de mim’, é a pronunciação de Jeová, ‘até o dia em que eu me levantar para o despojo, pois a minha decisão judicial é ajuntar nações, para que eu reúna reinos, a fim de derramar sobre elas a minha verberação, toda a minha ira ardente.’” (3:8) Por fim, Jeová daria atenção favorável ao restante do seu povo, Israel, restabelecendo-o do cativeiro, e fazendo dele um nome e um louvor entre todos os outros povos. — 3:10-20.
Autenticidade. A autenticidade do livro de Sofonias é bem confirmada. Freqüentemente, as idéias expressas neste livro encontram um paralelo em outras partes da Bíblia. (Compare Sof 1:3 com Os 4:3; Sof 1:7 com Hab 2:20 e Za 2:13; Sof 1:13 com De 28:30, 39, e Am 5:11; Sof 1:14 com Jl 1:15; e Sof 3:19 com Miq 4:6, 7.) Harmoniza-se completamente com o restante das Escrituras em destacar verdades vitais. Por exemplo: Jeová é deus de justiça. (Sof 3:5; De 32:4) Embora ele ofereça a oportunidade de arrependimento, não permite que a transgressão fique indefinidamente sem punição. (Sof 2:1-3; Je 18:7-11; 2Pe 3:9, 10) Nem a prata nem o ouro podem livrar os iníquos no dia da fúria de Jeová. (Sof 1:18; Pr 11:4; Ez 7:19) Para ser favorecido com a proteção divina, é preciso comportar-se em harmonia com os julgamentos justos de Deus. — Sof 2:3; Am 5:15.
Outra evidência notável da canonicidade do livro é o cumprimento de profecia. A predita destruição sobreveio a Nínive, capital da Assíria, em 632 AEC (Sof 2:13-15), e a Judá e Jerusalém em 607 AEC. (Sof 1:4-18; compare isso com 2Rs 25:1-10.) Os etíopes, como aliados dos egípcios, evidentemente sofreram calamidade quando Nabucodonosor conquistou o Egito. (Sof 2:12; compare isso com Ez 30:4, 5.) E os amonitas, os moabitas e os filisteus, por fim, deixaram de existir como povo. — Sof 2:4-11.

DESTAQUES DE SOFONIAS
  Mensagens de julgamento divino contra Judá e Jerusalém, bem como contra outras nações; também um anúncio do restabelecimento para Jerusalém.
  Escrito por Sofonias logo cedo no reinado de Josias, antes das reformas que este iniciou por volta de 648 AEC.
Está próximo o dia de Jeová para julgar. (1:1-2:3)
  Jeová acabará com tudo na face do solo.
  Em Judá e em Jerusalém, todos os que praticam a idolatria, que juram por Jeová bem como por um falso deus, que retrocedem de servir a Jeová ou que não o procuraram serão decepados.
  Os príncipes, os violentos, os enganadores estarão entre os que receberão atenção; todos os que acham que Jeová não agirá nem para o bem nem para mal verão sua riqueza e sua propriedade reduzidas a nada.
  O dia de Jeová vem, um dia de fúria; nem a prata nem o ouro proverão escape.
  Os mansos da terra devem procurar a Jeová, bem como a mansidão e a justiça; então, provavelmente, serão escondidos no dia da Sua ira.
Punição dos vizinhos de Judá, e das mais distantes Etiópia e Assíria. (2:4-15)
  Os filisteus serão destruídos; Moabe ficará desolada assim como Sodoma, e Amom será como Gomorra, por vituperar o povo de Jeová.
  Os etíopes cairão pela espada; a Assíria será destruída; Nínive será devastada, animais selváticos tomando posse das suas ruínas.
A rebelião e corrupção de Jerusalém. (3:1-7)
  A opressiva cidade, Jerusalém, também é marcada para julgamento; ela não confiou em Jeová e não se chegou a ele; seus príncipes, juízes, profetas e sacerdotes agiram todos de modo corrupto, em vez de usar sua influência para o bem.
  O povo não temeu a Jeová, nem mudou de proceder, mesmo depois de presenciar Seu julgamento contra outras nações.
O derramamento da ira de Jeová e o restabelecimento dum restante. (3:8-20)
  A ira de Jeová será derramada sobre nações e reinos.
  Povos receberão uma língua pura, a fim de invocar o nome de Jeová e servi-lo ombro a ombro.
  Apenas os humildes e os de condição humilde remanescerão entre o povo de Deus, Israel, e usufruirão segurança sob a Sua proteção.
  Todos os responsáveis por afligir Israel serão punidos; o restante reunido será feito “um louvor entre todos os povos da terra”.


Ageu, Livro de
Livro inspirado das Escrituras Hebraicas, alistado entre os chamados profetas menores. Consiste em quatro mensagens de Jeová para os judeus que retornaram do exílio babilônico, instando com eles a concluir a reconstrução do templo em Jerusalém. Sendo também profético, o livro predisse coisas tais como o enchimento da casa de Jeová de glória e a derrubada de reinos humanos. — Ag 2:6, 7, 21, 22.
Escritor e Canonicidade. O escritor foi Ageu, o profeta, que pessoalmente transmitiu cada mensagem encontrada no livro. (Ag 1:1; 2:1, 10, 20) Ao passo que a maioria dos catálogos antigos das Escrituras não alistam nominalmente o livro de Ageu, este é evidentemente incluído em suas referências aos ‘doze Profetas Menores’, o número 12 ficando assim completo. Os judeus jamais questionaram o direito deste livro a um lugar entre as Escrituras Hebraicas, e a canonicidade do livro é definitivamente estabelecida pela citação de Ageu 2:6, que aparece em Hebreus 12:26. — Veja Ag 2:21.
Estilo. A linguagem é simples e o seu significado é tornado plenamente claro. Suscitam-se às vezes perguntas que dão o que pensar. (Ag 1:4, 9; 2:3, 12, 13, 19) O livro de Ageu contém forte repreensão, encorajamento, e profecias que inspiram esperança. O nome divino, Jeová, aparece 35 vezes nos seus 38 versículos, e mostra-se claramente que as mensagens procediam de Deus, servindo Ageu como Seu mensageiro comissionado. — 1:13.
Data e Circunstâncias. As quatro mensagens registradas por Ageu foram proferidas em Jerusalém dentro dum período de cerca de quatro meses, no segundo ano do rei persa Dario Histaspes (520 AEC), o livro, pelo que parece, sendo terminado em 520 AEC. (Ag 1:1; 2:1, 10, 20) Zacarias profetizava com o mesmo propósito durante a atividade profética de Ageu. — Esd 5:1, 2; 6:14.
Mensagens de Benefício Duradouro. Entre outras coisas, o livro de Ageu suscita fé em Jeová, essencial aos servos de Deus. Mostra que Deus está com o seu povo (Ag 1:13; 2:4, 5) e também insta com eles a colocarem em primeiro lugar na vida os interesses Dele. (Ag 1:2-8; Mt 6:33) O livro torna claro que uma adoração meramente formal não agrada a Jeová (Ag 2:10-17; veja Is 29:13, 14; Mt 15:7-9), mas que as ações fiéis que se harmonizam com a vontade divina são as que resultam em bênção. (Ag 2:18, 19; veja Pr 10:22.) O escritor do livro bíblico de Hebreus aplica Ageu 2:6 como tendo um cumprimento maior em conexão com o Reino de Deus nas mãos de Jesus Cristo. — He 12:26-29.

DESTAQUES DE AGEU
  Quatro mensagens destinadas a motivar os judeus a prosseguir com a reconstrução do templo de Jeová.
  Escrito em Jerusalém 17 anos depois do retorno dos judeus do exílio, quando ainda não se completara a construção do templo.
Mensagem aos que moram em casas apaineladas, ao passo que a casa de Jeová jaz em ruínas. (1:1-15)
  Àqueles que acham que não é o tempo para se reconstruir o templo, Jeová torna claro que o abandono desta obra resultou na retirada da sua bênção, de modo que as colheitas são escassas e os trabalhadores contratados recebem salário inadequado.
  Zorobabel, Josué e os demais do povo reagem favoravelmente; promete-se-lhes que Jeová estará com eles na reconstrução do templo; começa a obra do templo.
Proclamação de que Jeová encherá a sua casa de glória. (2:1-9)
  Aos olhos dos idosos que haviam visto a glória do templo de Salomão, o novo edifício parece como nada.
  Jeová exorta Zorobabel, Josué e os demais do povo a serem fortes, a não estar desanimados, a continuar com a obra, assegurando-lhes que a glória do reconstruído templo ultrapassará à do anterior.
Mostra-se às pessoas que o abandono da reconstrução do templo tornou tanto a elas como todo o seu trabalho impuros perante Deus. (2:10-19)
  Sacerdotes respondem a perguntas, indicando que a santidade não pode ser transferida, mas que a impureza pode.
  Jeová incentiva as pessoas por informá-las de que, a partir do dia de se lançar o alicerce do templo Jeová concederá sua bênção, não havendo mais colheitas escassas.
Mensagem a Zorobabel sobre Jeová fazer tremer os céus e a terra. (2:20-23)
  Quando Jeová fizer tremer os céus e a terra, até mesmo derrubando o trono de reinos, os inimigos voltarão suas espadas uns contra os outros; assim, nenhum poder conseguirá impedir a reconstrução do templo.
  Jeová tornará Zorobabel igual ao seu próprio anel de chancela, garantindo assim que a posição dele será segura, não importa o que possa acontecer.


Zacarias, Livro de
Este livro das Escrituras Hebraicas identifica seu escritor como “Zacarias, filho de Berequias, filho de Ido, o profeta”. (Za 1:1) Fornece também a base para se determinar o período que abrange e a data aproximada da sua escrita. O último indicador de tempo encontrado no livro de Zacarias é o quarto dia de quisleu, no quarto ano do reinado de Dario (cerca de 1.° de dezembro de 518 AEC). ( 7:1) Por conseguinte, este livro não pode ter sido escrito antes do fim de 518 AEC. Visto que foi “no oitavo mês, no segundo ano de Dario” (outubro/novembro de 520 AEC), que “veio a haver a palavra de Jeová para Zacarias” (1:1), o livro abrange um período de pelo menos dois anos.
A partir do capítulo 9, o assunto encontrado no livro de Zacarias parece diferir bastante da primeira seção. Não se fazem outras referências a anjos e a visões, nem ao governador Zorobabel e ao sumo sacerdote Josué. Não há menção da reconstrução do templo, nem mesmo ocorre o nome de Zacarias. Em vista disso e da natureza das profecias contidas nos últimos capítulos do livro, diversos críticos sustentam que esta seção não pode ter sido escrita por Zacarias. Todavia, deve-se notar que Zacarias, assim como outros profetas, escreveu segundo inspiração divina e não recebeu todas as revelações ao mesmo tempo ou da mesma maneira. (2Pe 1:20, 21) Também, as profecias não precisavam enquadrar-se em determinado conjunto de circunstâncias existentes e englobar o nome do profeta ou de alguns dos seus contemporâneos, para que o livro inteiro fosse obra do profeta. Que o livro de Zacarias constitui um conjunto harmonioso, em vez de consistir em partes separadas e não relacionadas entre si, registradas por escritores diferentes, evidencia-se nos pensamentos expressos nele. O livro inteiro destaca que Jerusalém seria restaurada e que Jeová iria em defesa da cidade. — Za 1:13-21; 2:4, 5; 8:14-23; 9:11-17; 12:2-6; 14:3-21.
Fundo Histórico. Aproximadamente em 9 de fevereiro de 519 AEC, o profeta Zacarias ouviu as palavras: “A terra inteira está sentada quietamente e tem sossego.” (Za 1:7, 11) Naquele tempo, Jerusalém não era fator perturbador para as nações, mas parecia aos observadores que Jeová abandonara a cidade. Embora os alicerces do templo tivessem sido lançados em 536 AEC, a reconstrução fizera pouco progresso, por causa da oposição dos inimigos, e, por fim, em 522 AEC, foi oficialmente proscrita. (Esd 4:4, 5, 24) Além disso, afligidos por secas e safras ruins, por terem negligenciado a reconstrução do templo, os judeus repatriados se viram numa situação muito difícil. (Ag 1:6, 10, 11) Precisavam de encorajamento para continuar com a reconstrução apesar de obstáculos montanhescos.
As palavras de Jeová, por meio de Zacarias, portanto, devem ter sido motivo de real consolo e inspiração para eles. As visões observadas por Zacarias mostravam claramente que era da vontade divina que Jerusalém e seu templo fossem reconstruídos. (Za 1:16; cap. 2) O poder das nações que haviam dispersado Judá seria destroçado. (1:18-21) O sumo sacerdote Josué obteria uma aparência aceitável perante Jeová (3:3-7) e o governador Zorobabel, com a ajuda do espírito de Jeová, terminaria de reconstruir o templo. — 4:6-9.
Concordância com Outros Livros da Bíblia. O livro de Zacarias está em plena harmonia com o restante das Escrituras em identificar Jeová como Protetor do seu povo. (Za 2:5; compare isso com De 33:27; Sal 46:11; 125:2.) Ele recompensa ou pune pessoas ou nações segundo a atuação delas, e retorna àqueles que, arrependidos, retornam a ele. (Za 1:2-6; 7:11-14; compare isso com Is 55:6, 7; Je 25:4-11; Ez 33:11; Mal 3:7; 2Pe 3:9.) Jeová requer que aqueles que desejam ter seu favor falem a verdade e mostrem obediência, justiça, benevolência e misericórdia. (Za 7:7-10; 8:16, 17; compare isso com De 24:17; Sal 15:1, 2; 82:3, 4; Pr 12:19; Je 7:5, 6; Ef 4:25.) Não atende os pedidos de ajuda daqueles que não lhe obedecem. — Za 7:13; compare isso com Is 1:15; La 3:42-44.
Também, similaridades dignas de nota são prontamente evidentes na comparação de passagens em Zacarias com outros textos bíblicos. — Compare Za 3:2 com Ju 9; Za 4:3, 11-14, com Re 11:4; Za 4:10 com Re 5:6; Za 8:8 com Re 21:3; Za 14:5 com Ju 14; Za 14:7 com Re 21:25; Za 14:8 com Re 22:1, 17.
Cumprimento de Profecia. O cumprimento de profecias registradas no livro de Zacarias atesta a sua autenticidade. O que se sabe sobre a campanha de Alexandre, o Grande, na Síria, na Fenícia e na Filístia, inclusive sobre a conquista de Tiro e de Gaza, ajusta-se às palavras de Zacarias 9:1-8, e, portanto, pode ser entendido como cumprimento desta profecia. Numerosas outras profecias contidas no livro de Zacarias encontram cumprimento em Cristo Jesus — sua entrada em Jerusalém como rei, “humilde, e montado num jumento” (Za 9:9; Mt 21:5; Jo 12:15), ser ele traído por “trinta moedas de prata” (Za 11:12, 13; Mt 26:15; 27:9), a subseqüente dispersão dos seus discípulos (Za 13:7; Mt 26:31; Mr 14:27), ser Jesus traspassado com uma lança enquanto na estaca (Za 12:10; Jo 19:34, 37) e seu papel como Rei-Sacerdote (Za 6:12, 13; He 6:20; 8:1; 10:21).

DESTAQUES DE ZACARIAS
  Mensagens proféticas que incentivam os judeus a retomar a reconstrução do templo, fornecendo também vislumbres da vinda do Messias e do seu governo como Rei-Sacerdote.
  Escrito por Zacarias durante o reinado do rei persa Dario I, uns 19 anos depois de os primeiros judeus terem voltado para sua terra, após saírem de Babilônia, em 537 AEC.
Convocação ao arrependimento, seguida por oito visões e uma profecia sobre o “Renovo”. (1:1-6:15)
  Primeira visão: Um cavaleiro num cavalo vermelho, parado com mais três cavaleiros entre as murteiras; a visão termina com a garantia de que se terá misericórdia com Jerusalém e que o templo será reconstruído.
  Segunda visão: Os quatro chifres que dispersaram Judá são arremessados para baixo por quatro artífices.
  Terceira visão: Um moço com uma corda de medir prepara-se para medir Jerusalém, mas um anjo prediz maior crescimento da cidade bem como a proteção de Jeová para ela.
  Quarta visão: As vestes imundas do sumo sacerdote Josué são removidas e substituídas por trajes de gala.
  Quinta visão: Zacarias vê um candelabro de ouro com sete lâmpadas supridas de óleo procedente de duas oliveiras; Zorobabel completará a reconstrução do templo com a ajuda do espírito de Deus.
  Sexta visão: Um rolo voador representa a maldição que sai por causa de todos aqueles que furtam e que juram falsamente em nome de Jeová.
  Sétima visão: Uma mulher chamada Iniqüidade é transportada num efa para Sinear.
  Oitava visão: Quatro carros saem de entre dois montes de cobre para percorrer a terra.
  O homem chamado Renovo construirá o templo de Jeová e servirá qual rei-sacerdote.
Pergunta sobre a observância de jejuns em comemoração das calamidades que sobrevieram a Jerusalém. (7:1-8:23)
  Calamidades sobrevieram como punição pela desobediência; jejuar em comemoração delas realmente não era feito para com Jeová.
  Jerusalém usufruirá o favor divino; os anteriores dias de jejum serão transformados em “exultação, e alegria, e boas épocas festivas”; muitos procedentes das nações virão a ela em busca do favor de Jeová.
Julgamento das nações, profecias messiânicas e o restabelecimento do povo de Deus. (9:1-14:21)
  Muitas cidades e nações sentirão o julgamento adverso de Jeová.
  O Rei justo e humilde de Sião entrará na cidade montado num jumento.
  Jeová expressa ira contra os falsos pastores.
  O povo espalhado de Deus será trazido do Egito e da Assíria.
  Zacarias é chamado para ser pastor; o povo recebe a oportunidade de pagar pelo trabalho dele, e avalia-o em 30 peças de prata.
  Jerusalém tornar-se-á uma pedra pesada, que arranhará severamente a todos os que tocarem nela.
  Abrir-se-á uma fonte para a purificação de pecados; o pastor será golpeado e as ovelhas serão espalhadas.
  Jerusalém será atacada, mas Jeová guerreará contra os agressores.
  Os remanescentes das nações atacantes celebrarão todo ano a Festividade das Barracas, curvando-se diante de Jeová como Rei.

Malaquias, Livro de
Último livro das Escrituras Hebraicas nas atuais Bíblias em português. No tradicional cânon judaico, ocupa o último lugar entre os escritos dos chamados profetas menores, mas antes dos Escritos (Hagiógrafos). Trata-se duma pronúncia de Jeová a respeito de Israel por meio de Malaquias. — Mal 1:1.
Circunstâncias da Época de Malaquias. Na época em que Malaquias profetizou, existia uma situação deplorável entre os sacerdotes. Contrário à Lei, eles aceitavam animais coxos, cegos e doentes como sacrifícios no altar de Jeová. (Mal 1:8; Le 22:19; De 15:21) Deixavam de dar orientação e instrução corretas ao povo, fazendo muitos tropeçar. (Mal 2:7, 8) Mostravam parcialidade no julgamento. (2:9) Tudo isso tinha um mau efeito sobre os israelitas em geral, induzindo-os a encarar o serviço de Jeová como de pouco valor. (3:14, 15) Isto se evidencia no fato de que os israelitas não apoiavam o templo com o pagamento dos seus dízimos. Eles se haviam afastado tanto da sua devoção a Jeová, que parece que até se divorciavam das suas esposas para se casar com mulheres que adoravam deuses falsos. Também, passou a haver entre os israelitas feitiçaria, adultério, mentira, fraude e opressão. (2:11, 14-16; 3:5, 8-10) Por este motivo, Jeová deu aviso antecipado da sua vinda ao seu templo para julgamento. (3:1-6) Ao mesmo tempo, exortou os transgressores a se arrependerem, dizendo: “Retornai a mim e eu vou retornar a vós.” — 3:7.
Tempo da Composição. A evidência interna oferece a base para se datar o término do livro de Malaquias. Foi escrito depois do exílio babilônico, porque os israelitas estavam sob a administração dum governador. A adoração era realizada no templo, indicando que ele havia sido reconstruído. (Mal 1:7, 8; 2:3, 13; 3:8-10) Isto aponta para um período posterior ao de Ageu (520 AEC) e de Zacarias (520-518 AEC), visto que estes profetas exortavam ativamente os israelitas a completar o templo. (Esd 5:1, 2; 6:14, 15) O descaso de Israel para com a verdadeira adoração e seu fracasso em aderir à lei de Deus parecem enquadrar-se nas condições existentes quando Neemias chegou novamente a Jerusalém, algum tempo depois do 32.° ano do Rei Artaxerxes (c. 443 AEC). (Veja Mal 1:6-8; 2:7, 8, 11, 14-16; Ne 13:6-31.) Portanto, igual ao livro de Neemias, o livro de Malaquias possivelmente foi escrito depois de 443 AEC.
Harmonia com Outros Livros Bíblicos. Este livro está de pleno acordo com o restante das Escrituras. O apóstolo Paulo citou Malaquias 1:2, 3, ao ilustrar que a escolha feita por Deus depende, “não daquele que deseja, nem daquele que corre, mas de Deus, que tem misericórdia”. (Ro 9:10-16) Jeová é identificado como o Criador (Mal 2:10; compare isso com Sal 100:3; Is 43:1; At 17:24-26) e como Deus justo, misericordioso e imutável, que não deixa sem punição a transgressão deliberada. (Mal 2:2, 3, 17; 3:5-7, 17, 18; 4:1; compare isso com Êx 34:6, 7; Le 26:14-17; Ne 9:17; Tg 1:17.) Enfatiza-se a importância do nome de Deus. (Mal 1:5, 11, 14; 4:2; compare isso com De 28:58, 59; Sal 35:27; Miq 5:4.) E dá-se encorajamento para que a Lei de Moisés seja lembrada. — Mal 4:4.
O livro chamou também a atenção de Israel para a vinda do Messias e o dia de Jeová. Embora se saliente que Jeová enviaria alguém chamado de “meu mensageiro”, este seria apenas o predecessor do ainda maior “mensageiro do pacto”, que acompanharia Jeová. (Mal 3:1) Os relatos inspirados de Mateus (11:10-14; 17:10-13), Marcos (9:11-13) e Lucas (1:16, 17, 76) combinam para identificar o precursor de Jesus, João, o Batizador, como o “mensageiro” e o “Elias” indicado inicialmente em Malaquias 3:1 e 4:5, 6.

DESTAQUES DE MALAQUIAS
  Pronúncia que salienta que se tem de prestar contas a Jeová Deus quando seus requisitos são desconsiderados.
  Escrito pelo profeta Malaquias, evidentemente uns 95 anos depois de os primeiros exilados judeus terem retornado de Babilônia.
Jeová amava Israel, mas este desprezava o nome Dele. (1:1-14)
  Jeová amava seu povo, assim como havia amado Jacó, embora tivesse odiado Esaú.
  Não obstante, os sacerdotes de Israel desprezavam o nome de Deus, aceitando animais coxos e doentes para sacrifícios; não dariam animais assim a um governador humano.
Os sacerdotes e o povo são censurados por não continuarem a seguir os caminhos de Jeová. (2:1-17)
  Os sacerdotes se haviam desviado do caminho de Deus, fazendo muitos “tropeçar na lei”, e assim ‘arruinaram o pacto de Levi’.
  Tem havido casamentos com mulheres estrangeiras, e alguns agiram traiçoeiramente para com a esposa da sua mocidade por divorciar-se dela.
  Os israelitas fatigaram a Deus por afirmar que ele aprovava os que faziam o mal.
O verdadeiro Senhor julgará e refinará seu povo. (3:1-18)
  Jeová virá ao templo com o mensageiro do pacto; refinará e purificará os levitas, e a oferenda de Judá agradará a Jeová.
  Feiticeiros, adúlteros, perjuros, defraudadores e opressores sofrerão um rápido julgamento.
  Traga-se toda a décima parte à casa de depósito de Jeová e receba-se assim uma enxurrada de bênçãos.
  Escrever-se-á um livro de recordação para os que temem a Jeová; Seu povo verá a diferença entre o justo e o iníquo.
A chegada do grande e atemorizante dia de Jeová. (4:1-6)
  O dia de Jeová trará a destruição completa dos iníquos, ao passo que ‘o sol da justiça brilhará’ sobre os que temem o nome de Deus.
  Aquele dia será precedido por uma obra de restauração, a ser realizada pelo profeta Elias.


Se você veio até aqui, deve estar disposto a ler os resumos do novo testamento!
Dividirei em 4 partes, pois muitos mais comentários e pormenores serão adicionados, principalmente no livro de Revelação (apocalipse).

Até!